Chelsea e Newcastle estão interessados em comprar o Vasco? Entenda essa história
Confira o que há de real nesta inusitada notícia
Matheus Lima/Vasco
No início da última semana, o site de “The Athletic” publicou que os donos do Newcastle e do Chelsea estão interessados na compra de um conglomerado de clubes e que um dos alvos potenciais seria o 777 Partners, que controla o Vasco da Gama.
Porém o que existe de real na possibilidade de negócio entre as partes? Primeiramente, como contexto, a formação de grandes conglomerados de clubes é uma realidade em expansão no mundo.
O CIES (Centro Internacional de Estudos do Esporte) aponta que 254 times no mundo já estão em uma estrutura de MCO (Multi-Club Ownership). A maioria está na Europa, mas há 14 na América do Sul.
O grupo 777 Partners é um MCO, donos do Genoa, Red Star em Paris, Standard de Liège, Vasco e, recentemente, adquiriu o Hertha Berlim.
Os donos do Newcastle e do Chelsea já afirmaram que teriam interesse de expandir os seus negócios para esse novo tipo de modelo.
O Newcastle foi comprado pelo PIF (Fundo soberano da Arábia Saudita) e o Chelsea pelo grupo liderado pelo bilionário norte-americano Tobb Boehly e o fundo Clearlake Capital.
Em seminário sobre futebol na Europa, Amanda Staveley, uma das sócias do Newcastle, afirmou sobre comprar clubes ou ações de partes deles. Em entrevista concedida ao “The Athletic”, ela revela tal interesse:
“É complicado. Nós estamos olhando para uma outra estrutura que nos permita fazer ambos, talvez, algo um pouco diferente que nos dê oportunidade de trabalhar com muitos clubes.”
Executivos do 777 Partners estavam no seminário, o que levou o repórter Matt Slater, do ‘The Athletic’, a dizer que poderia haver concorrência entre eles por compras de sociedades no grupo de Miami. Citou a presença do executivo do 777, Josh Wander.
Como o Vasco entra na história?
Em seu contrato de venda, de 70% das ações, o Gigante da Colina amarrou algumas condições:
- 1) Ser o principal clube na América do Sul do grupo, chamado flagship.
- 2) um valor mínimo de investimento anual que o deixe em um patamar competitivo na elite do Brasil. O total do investimento previsto pelo grupo é de R$ 700 milhões.
Por isso, envolvidos no negócio pelo Vasco entendem que, se houvesse um movimento do 777 Partners, isso significaria gerar mais dinheiro para o clube.
E, na visão desses dirigentes, as amarras contratuais e os valores em dólar protegeriam a agremiação vascaína de virar um clube satélite.
Por enquanto, ainda não dá para afirmar se o Cruz-Maltino terá qualquer conversa do grupo de Miami para venda de um percentual de seu MCO (grupo de clubes) para investidores mais ricos. Procurada sobre o assunto, a SAF Vasco não se pronunciou.

