A contratação e demissão do técnico Cuca, pelo Corinthians, trouxe à tona um escândalo envolvendo o nome do treinador. De acordo com uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira (28), houve um desdobramento no crime, que condenou quatro ex-jogadores do Grêmio, incluindo Cuca por ato sexual contra uma adolescente de 13 anos. O caso aconteceu na Suíça, no ano de 1987.
Os ex-atletas foram condenados por coação sexual,o que não é considerado estupro na Suíça. A reportagem apresentou um processo de 1.023 páginas e segundo o documento havia sêmen do treinador no corpo da vítima.
Sob grande pressão no Timão, Cuca solicitou a sua demissão nesta semana, depois de vencer o Remo pela Copa do Brasil. A presença do treinador no clube não agradou aos torcedores e organizadas, que protestaram contra a contratação nas redes sociais e em espaços do clube, como o Parque São Jorge e a Neo Química Arena.
Sobre o Caso
O processo segue arquivado nos Arquivos do Estado do Cantão de Berna e de acordo com a diretora da instituição, Barbara Struder, o caso permanecerá em segredo de Justiça por 110 anos.
Perante a reportagem, a funcionária apresentou parte do documento, destacando o nome dos quatro envolvidos no crime: Henrique Etges, Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Alexi Stival, o Cuca.
Além do processo que aponta a condenação dos ex-jogadores, o jornal “Der Bund” destacou a presença do sêmen de Cuca no corpo da vítima, isto é, em publicação de 1989. A reportagem da TV Globo também citou o impacto emocional sofrido pela vítima, que teria tentado suicídio após o crime.
“Posso dizer que o que está no artigo (do jornal) está correto. Realmente o que está provado é que houve uma situação sexual com uma menor de idade, de treze anos”, declarou Struder.
Condenação e punição
Cuca, Henrique e Eduardo foram considerados culpados pelo crime e foram condenados a 15 meses de prisão. Fernando foi condenado por envolvimento no caso. Os quatro ex-atletas retornaram ao Brasil e não cumpriram a pena, devido a Lei Brasileira, que não extradita os seus cidadãos.
A defesa do técnico Cuca se posicionou após a reportagem, enviando uma nota para os sites do Jornal Nacional e Globo Esporte, “ge”.
“A defesa de Cuca reputa ser lamentável o irresponsável linchamento por situações ocorridas há 34 anos e contrária à realidade dos fatos. Reafirme-se que Cuca não manteve qualquer relação ou contato físico com a vítima, que, aliás, não o reconheceu, conforme confirmado por diversas reportagens daquela época. Distorções e especulações serão responsabilizadas cível e penalmente, ainda mais por se tratar de processo sigiloso, evidenciando a precariedade e inconsistência de qualquer pretensa informação fornecida por terceiros”.

