Home Futebol Presidente da CBF afirma que sofreu racismo durante convocação da seleção brasileira

Presidente da CBF afirma que sofreu racismo durante convocação da seleção brasileira

Ednaldo Rodrigues não deu detalhes, mas assegurou que foi alvo de preconceito dentro da entidade

Por Bruno Romão em 28/05/2023 13:25 - Atualizado há 3 anos

Lucas Figueiredo/CBF

Em um momento de protestos contra o preconceito, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, revelou que sofreu racismo durante a convocação do Brasil. Presente na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Mesmo sem dar detalhes do caso, o dirigente fez questão de deixar claro que a situação não vai passar impune, já que o departamento jurídico da confederação será acionado.

Eu resisto, comecei a sofrer racismo desde os oito anos, tenho 60 anos e sofro. A gente sofre em qualquer momento, aqui dentro do auditório hoje teve racismo, tem situações em que a pessoa… Junto com o jurídico da CBF vamos procurar ver o que é possível para colocar de uma forma pública no site da entidade esses racistas, para que eles não fiquem no meio de pessoas de bem e que estão pregando o combate ao racismo e eles praticando.“, disse o mandatário máximo da CBF.

Engajado na luta para combater o racismo, Ednaldo relatou as ações da CBF em relação ao tema. Como o Brasil possui amistoso marcado na Espanha, local onde Vinícius Júnior vem sendo alvo de preconceito, o presidente da entidade apontou que os criminosos precisam ser encarados, motivo pelo qual o jogo diante de Guiné não teve a sede alterada.

“O racismo não vai parar somente… Nós fizemos um seminário de combate ao racismo em 25 de agosto e ele continua. Tem um grupo de trabalho permanente, com cerca de 80 pessoas dos mais diferentes segmentos da sociedade, incluindo judiciário, polícia federal, atletas, imprensa, dirigentes. O racismo está em todos os cantos, estava aqui hoje. Isso é em todo momento. Tem racistas na imprensa, tem racistas a todo tempo. Vamos estar de frente para falarmos e não nos amedrontamos.”

Quando questionaram por que seria na Espanha (o amistoso contra Guiné), onde houve racismo, primeiro: estávamos tratando o jogo na Espanha há 60 dias. Quando acontece uma questão de racismo, aqueles que sofrem não vão para debaixo da cama com medo, vai ter que enfrentar. E enfrentar o racista em seu reduto é a melhor coisa para passar a mensagem com vigor. Não é nenhum desafio, autoritarismo, mas os racistas a gente tem que dizer não e repetir esse não várias vezes (…) Temos que estar sempre acompanhando e divulgando, dizendo quem é, a vida vai continuar, a pessoa não vai se deixar abater por questões do racista. Tem que deixar o racista abatido, ele que está cometendo um crime.“, completou.

CBF quer apoio contra o racismo

Por fim, Ednaldo mencionou que todas as entidades ligadas ao futebol, assim como a CBF, precisam agir juntas para extinguir o racismo do futebol. Dessa forma, uma mobilização em forma de campanha é esperada na Catalunha para o amistoso em 17 de junho.

“Essa campanha é para todos, o Vini Jr está sendo de uma forma contumaz lá na Espanha, isso não é de hoje, estamos falando há mais de um ano, acionamos os mesmos personagens que acionamos dessa vez: Uefa, Conmebol, Federação Espanhola. E se tiver que repetir mais vezes vamos repetir quantas vezes forem necessárias”, finalizou o dirigente da entidade.

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