Era a década de 80, o Brasil lutava pela redemocratização. Nessa linha, nasceu a Democracia Corintiana que aboliu a concentração e decidia todas as contratações para o time em colegiado.
É notório que Sócrates, Casagrande e Wladimir foram os grandes expoentes daquele movimento e tinham, na música, uma grande inspiração.
“A gente ia ver a Blitz, Djavan, Ney Matogrosso, Moraes Moreira. E o show da Rita, nós tínhamos que ir”, relembra Casagrande no documentário Democracia em Preto e Branco, disponível no YouTube.
“Tinha muita gente no Ibirapuera e o Casão teve a ideia maluca de dar uma camisa do Corinthians para ela. Só que nenhum de nós tínhamos levado.”, conta Sócrates no mesmo documentário lançado em 2014. O ‘Doutor’ faleceu em 2011.
A opção foi pegar a camisa de um torcedor, que estava no show.
Rita Lee chamou trio para o palco
O grande final para tudo aquilo, foi quando a cantora chamou os três para subir no palco.
“A Rita nos chamou no palco. Ela sabia da nossa história e posicionamento. Acabou unindo o útil ao agradável”, relembra o ex-lateral Wladimir.
Já em quarteto, eles cantaram a música “Vote Em Mim” pedindo voto direto para presidente da república, o que só viria a acontecer em 1989.
“Ela foi a voz popular de tudo aquilo”
Em rápido contato com o Torcedores.com, o jornalista Vitor Guedes falou sobre a importância de Rita Lee para o movimento.
“Ela foi a voz popular de tudo aquilo, mesmo não sendo uma líder, propriamente dita. A importância dela era falar com várias camadas sociais. Foi um apoio sincero. Aqueles valores eram da Rita”, opinou Guedes, profissional do BandSports.
“Rita Lee deu à Democracia Corintiana a alegria de que o movimento precisava.”, sentenciou Juca Kfouri, também ao nosso site. Ele que é colunista do UOL e Folha de S.Paulo.
Morte
Rita Lee faleceu na noite da última segunda-feira, 8 de maio, em decorrência de um câncer no pulmão aos 75 anos.