O Corinthians venceu o Universitario e carimbou o seu passaporte para a próxima etapa da Copa Sul-Americana, em um confronto marcado pelo preconceito racial no Peru. Este cenário foi tema da coluna de Alicia Klein, no UOL, que exaltou o protesto de Ryan, o autor do gol da classificação de ontem (18).
“Oitenta mil pessoas lotavam o Monumental e faziam enorme pressão quando já nos acréscimos o garoto Ryan desempatou o jogo e garantiu a classificação corintiana. Na comemoração, ele ergueu a camisa em clara provocação à torcida rival. Precisava? Não. Justifica a enorme confusão iniciada pelos atletas do Universitario depois? Com certeza, não. Na briga, que precisou ser controlada pela polícia, cinco jogadores acabaram expulsos, com 10 minutos de paralisação”, explicou.
O incidente foi justificado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, que pediu desculpas pelo o ocorrido durante a coletiva de imprensa. Para Alicia Klein, Ryan respondeu a ofensa do preparador físico do Universitario, Sebastian Avellino Vargas, que contou com o apoio de sua torcida após ser detido por racismo na partida de ida, realizada em São Paulo.
“Vale lembrar que Vargas, o racista preso, recebeu apoio dos colegas e de parte da torcida — alguns, inclusive, utilizaram-se das mesmas ferramentas racistas para ofender o time brasileiro, sem medo de ser feliz. Portanto, Ryan, vale avaliar sempre as consequências dos seus atos e a violência nunca é uma consequência boa. Mas condenar provocação com camisa e cabeça erguidas contra quem levanta a voz para cuspir racismo, ah, isso você não verá por aqui.”, finalizou.

