Diniz responde sobre questão ética em conciliar seleção brasileira e Fluminense
Durante apresentação como novo técnico do Brasil foi questionado sobre possível conflito de interesses em convocações
Rodrigo Ferreira/CBF
Após 25 anos, a seleção brasileira voltará a ter um treinador que vai conciliar os trabalhos na CBF com clube de futebol. Fernando Diniz foi o escolhido pela entidade para dirigir o Brasil até a chegada do italiano Carlo Ancelotti em meados de 2024 e ao mesmo tempo vai permanecer no Fluminense. Durante a sua apresentação nesta quarta-feira (05), o novo comandante canarinho foi questionado sobre um dilema ético em acumular as funções e declarou que o futebol não está acima da ética.
“E ética tem muito a ver com a pessoa que vai tomar as decisões. Ela não está no conflito. Se as pessoas presumem que vai ter um conflito de interesses e acham que tomarei algum partido, estão pré-julgando que não tenho ética”, iniciou Diniz.
“Se eu ligasse para o que pensam de mim, não teria feito nada no futebol, porque, na minha carreira, recebi muito mais críticas do que elogios, pela minha maneira de enxergar o futebol e o mundo”, prosseguiu.
“A ética que eu tenho me fez suportar o sofrimento por muito tempo enquanto eu jogava, e me fez tornar o treinador que me tornei. Não fiz estágio com ninguém, passei de jogador para treinador muito por questão de ética. Agora, é uma chance da gente mostrar que o futebol não está acima da ética e acima da vida”, argumentou.
“O futebol é um espaço de convivência que temos que colocar as coisas boas da vida dentro dele, e a ética é uma delas. Então, eu jamais, vou fazer jamais uma coisa, eu estando no Fluminense, o que não faria se eu não estivesse”, encerrou.
A estreia de Fernando Diniz como interino da seleção brasileira será em setembro nos jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2026, contra Bolívia, em casa, e Peru, fora.

