Em entrevista ao programa “Desculpa Alguma Coisa”, da Universa, Milly Lacombe recordou a principal polêmica da carreira. Acusando Rogério Ceni de falsificar uma assinatura em um documento forjado envolvendo o Arsenal, com intuito de conseguir um aumento salarial no São Paulo, a jornalista foi rebatida pelo ex-goleiro. Logo depois, ela enfrentou um período de “geladeira” na Globo, algo que antecedeu sua saída da emissora.
Ainda que a treta tenha acontecido em 2006, o cenário em questão é recordado até os dias atuais. No YouTube, o vídeo da edição do “Arena SporTV” possui mais de um milhão de acessos, motivo pelo qual a jornalista está ciente que sempre vai ser atrelada ao caso.
“O fato de ter viralizado e ter tido repercussão foi ruim enquanto estava acontecendo, mas, depois, me colocou num trilho que me tirou de onde eu estava, me deslocou da pessoa que eu era.”, disse ao videocast produzido pelo UOL.
“Sabe como é você sair nas ruas e te reconhecerem? Tem um lugar egóico. Se o olhar do outro te faz existir, o olhar de muitos dá uma ilusão de que você existe numa dimensão maior.”, completou.
Sem tolerância, a Globo optou por afastar Milly Lacombe, que temeu cair no esquecimento. Posteriormente, houve um processo de absorção do momento complicado, motivo pelo qual não existe nenhum temor para se tocar no assunto, mesmo sendo processada por Ceni nas varas cível e penal.
“A TV é uma coisa tão maluca que o castigo é te tirar do ar, te deixar em casa com salário. Isso é uma benção para qualquer outra profissão mas, na TV, seu rosto não está aparecendo. Pensei: ‘Vão me esquecer, vou na padaria, não vão saber quem sou’. Isso é dilacerante pra alguém que não sabe quem é.”, contou.
“Hoje eu entendo que esse erro é minha cicatriz. Sabe aquela expressão de se apaixonar pelo seu destino a despeito do que ele seja? Esse erro sou eu, sou por causa dele. Foi visitando os porões da minha alma que consegui ser a pessoa que estou me tornando.“, finalizou.
