Que Ademir da Guia é um dos, senão maior ídolo da torcida palmeirense, isso não se discute.
Mas poucos conhecem a história de Domingos Antônio da Guia, pai do craque da Academia Palmeirense.
Nascido no Rio de Janeiro em 1912, Domingos é até hoje o símbolo de jogador de raça e técnica refinada no setor defensivo.
Seu primeiro clube foi o Bangu, onde estreou em 1929 e totalizou 59 jogos com dois gols marcados.
Em 1932 ingressou no Vasco da Gama e após passagem pelo cruz-maltino, Domingos da Guia foi vendido em 1933 ao uruguaio Club Nacional de Football em uma época em que eram raras as transações internacionais de jogadores.
Sua passagem pelo Nacional foi vitoriosa: além de ajudar a formar a famosa escola de zagueiros do futebol uruguaio, sagrou-se campeão do Campeonato principal no mesmo ano.
Domingos da Guia retorna em 1935 ao Vasco, mas logo sai em nova empreitada pela América Latina: é anunciado no Boca Juniors, clube onde teve passagem marcante.
Domingos da Guia foi fundamental para que o Boca Juniors se sagrasse vencedor do Campeonato Argentino de 1935. Ao lado do zagueiro Victor Valussi e do goleiro Yustrich, faziam uma barreira defensiva praticamente intransponível.
Contudo, após uma discussão com um árbitro, Domingos da Guia acabou suspenso por dois meses, o que abreviou sua carreira de 56 partidas no time xeneize.
Após receber propostas de Flamengo, America-RJ, Bangu e Fluminense, decidiu defender o rubro-negro, clube onde disputou 223 certames, sua maior participação na carreira.
Na Seleção Brasileira, disputou 30 jogos, com 19 vitórias, 80 derrotas e três empates. Disputou a Copa do Mundo de 1938, quando a Seleção Canarinho ficou em terceiro lugar.
Domingos jogou também pelo Corinthians entre 1944 e 1948 e encerrou a carreira no Bangu, clube que o revelou.
