Home Futebol Algoz do Vasco, Bill é alvo de intolerância religiosa após gol do Nova Iguaçu

Algoz do Vasco, Bill é alvo de intolerância religiosa após gol do Nova Iguaçu

Jogador presta uma pequena homenagem ao orixá Oxossi em seus gols; Carrossel da Baixada Fluminense enfrentará o Flamengo na final

Bruno Bravo Duarte
Bruno Bravo Duarte é um jornalista que atua como editor, redator e repórter há mais de dez anos. Formado em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá em 2004, teve passagens por EQI Investimentos, Naspistas.com, Jornal Povo, Jornal do Rock e Niterói TV. Atualmente no Torcedores.com
Algoz do Vasco, Bill é alvo de intolerância religiosa após gol do Nova Iguaçu

Jogador presta homenagem a orixá ao comemorar os seus gols (Reprodução - Nova Iguaçu - Twitter)

Bill marcou o gol da vitória do Nova Iguaçu sobre o Vasco no último final de semana, quando as duas equipes disputaram a semifinal do Campeonato Carioca, no Maracanã. O jogador fez o gesto do arco e flecha ao celebrar o tento e a referência ao orixá Oxossi, do candomblé, não agradou aos torcedores.

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Enquanto alguns questionavam a fé do atleta, Bill exclamava ao celebrar o gol: “Nunca foi sorte, sempre foi meu pai Oxóssi”. O jogador abordou o assunto em uma entrevista ao Globo Esporte.

“A comemoração representa minha mudança como ser humano. Eu morri para o mundo e renasci para o meu lado espiritual. Eu me sinto muito melhor. A fé está em todas as áreas da minha vida, no lado profissional, pessoal, psicológico. A importância é máxima. É uma coisa que vou continuar fazendo, vou levar para o resto da vida. E quem não gostar, vou fazer o quê? Só precisam me respeitar”, revelou.

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Fé dentro do Nova Iguaçu

A fé contribuiu em um maior desenvolvimento de Bill como volante. O jogador é filho de Mãe Carla, uma Ialorixá de Belford Roxo, no Rio de Janeiro. O presidente do clube Jânio Moraes abordou o assunto, solicitando um maior diálogo ecumênico e inter-religioso na sociedade.

“A gente tem que saber conviver. É uma coisa natural. Ele usa isso e também faz a oração com os jogadores, puxa as mensagens antes dos jogos. É uma prova de que ele convive junto com a gente. Por que a gente não pode conviver com o que ele pensa?”, revelou o mandatário, que pratica a fé católica.

O treinador do Carrossel da Baixada, Carlos Vitor, também emitiu a sua opinião sobre a prática de fé do jogador. O técnico é evangélico, frequentador de uma Igreja Assembléia de Deus.

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 “A gente não está aqui para julgar ninguém. A gente precisa respeitar a escolha de ninguém. Deus não faz acepção de pessoas. É muito natural entre os jogadores essas diferenças. O importante é cumprirmos o nosso propósito”, afirmou.

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O Nova Iguaçu conquistou uma classificação inédita à final do Campeonato Carioca. A Laranja Mecânica terá como próximo adversário o Flamengo, que eliminou o Fluminense na outra semifinal. Bill torce por um título e prometeu comemorar ao seu estilo caso seja o autor do gol.

“A gente só vai conseguir combater se continuar tendo cada vez menos vergonha de quem nós somos, do que nós somos. Isso serve para qualquer situação: intolerância religiosa, racial. Fica um pouco um sentimento de tristeza pela intolerância das pessoas. Mas a gente tem que continuar batendo nessa tecla porque um dia essa situação acaba”, finalizou.

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