Mauro Cezar Pereira, jornalista da Jovem Pan (Reprodução)
Em debate centrado no sistema de clube-empresa, Mauro Cezar Pereira citou os casos de Corinthians e São Paulo. Inicialmente, a mudança na gestão da equipe alvinegra teve foco, já que o grupo “Renovação & Transparência”, derrotado na eleição presidencial, deixou o comando do Timão após o período de 16 anos.
“O azar do Corinthians é que os que entraram parecem tão ruins ou piores do que os que saíram, em termos de gestão. Um grupo que estava no poder foi tirado do voto. Se tivesse tido a sorte de chegar uma turma com ideias novas querendo sanear as finanças do clube, em algum tempo estaria em outro patamar.”, disse Mauro Cezar, no programa Bate-Pronto, da Jovem Pan.
Mesmo que o São Paulo, assim como o Corinthians, não seja SAF, Mauro Cezar vê um cenário diferente no Tricolor. Isso porque o lado político em questão é visto de uma forma mais fechada e sem abertura para novos grupos, motivo pelo qual houve uma sinalização de que o clube do Morumbi é o mais “antidemocrático” do Brasil.
“O São Paulo é mais difícil pelo modelo que é lacrado. Aqueles cardeais, conselheiros natos… é bem difícil de entrar. Talvez seja, dos grandes do país, o clube mais antidemocrático. Qualquer pessoa que tenha boas intenções e queira participar da vida política do São Paulo não consegue entrar. Vai ter que ficar fazendo parte daquele grupo que está ali há muito tempo.”, sinalizou.
SAF no Flamengo?
Apesar dos ótimos números financeiros, o modelo SAF passou a ser debatido no Flamengo. Segundo Mauro Cezar, uma possível venda de 25% das ações é bem avaliada pelo presidente Rodolfo Landim, que visa angariar recursos para construção do estádio do Rubro-Negro.
“Eu acho que é uma possibilidade remota, mas o Landim insiste nessa ideia. Ele alega que poderia viabilizar a construção do estádio sem mexer nas finanças do clube. Mas a oposição à ideia é muito grande. Eu gostaria de saber se tem condições uma garantia de que não vai passar de 25% ou 30%, e nunca vai chegar em 51%.”
“Como é que pode um clube com superávit, dinheiro em caixa e situação financeira privilegiada resolver vender parte do futebol? Não tem cabimento, é uma ideia sem sentido, embora ele insista.”, afirmou o jornalista.

