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Dorival Júnior, o novo treinador da seleção brasileira. Foto: Divulgação/Rafael Ribeiro/CBF
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (22), o técnico Dorival Júnior se pronunciou sobre os casos de Daniel Alves e Robinho, que foram condenados por estupro na Europa. A jornalista Milly Lacombe não concordou com a declaração do treinador da seleção brasileira e destacou “erros grosseiros”.
“Para falar corretamente precisa, primeiro, pensar corretamente. E para pensar corretamente, precisa sentir corretamente. Fica a impressão que Dorival achou que seria fácil: ‘vou lá, cito a vítima, param de me encher a paciência e vida que segue’. Dorival falou e errou”, disparou em coluna no portal UOL.
O treinador chamou Robinho de “pessoa fantástica”, citou o tempo de trabalho que teve em tempos de Santos e se manifestou da seguinte forma sobre os lamentáveis crimes dos ex-jogadores:
“Entendo que primeiro eu penso nas famílias das pessoas envolvidas. Nas famílias principalmente das vítimas desses episódios. Episódios que acontecem diariamente no Brasil e em todo mundo, que são abafados pois as pessoas não têm voz. Se houve realmente e comprovaram algum tipo de crime, ele tem que ser penalizado, por mais que doa no meu coração sobre uma pessoa que tive convívio excepcional. Mas olho mais para as famílias das vítimas e deles também”, afirmou.
Milly Lacombe discorda de como o comandante elogiou o ex-atacante: “Errou, primeiro, ao dizer que Robinho é um cara fantástico. Vejam: essa frase, apenas ela, já apaga tudo o que foi dito sobre a dor da vítima. Vocês imaginem a vítima e a família da vítima escutando o treinador da seleção brasileira dizer que o cara que a estuprou é um rapaz fantástico. É violento, ofensivo, pequeno”, pontuou, que destacou outra fala:
“O pior erro de Dorival nem foi esse. O pior erro foi ele dizer: se houve um crime, então tem que pagar”, disse.
A condenação dos ex-jogadores
Diante de diversas provas, inclusive áudios do próprio ex-jogador, Robinho foi condenado a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo em Milão, na Itália, em episódio que ocorreu em 2013. No ano de 2022, a sentencia chegou no estágio final, a chamada última instância. Nesta semana, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) formou maioria para que a pena fosse cumprida no Brasil.
Daniel Alves também foi condenado, mas por um tempo menor: quatro anos e meio. Ele cumpre a pena em Barcelona, na Espanha, onde aconteceu o crime, em dezembro de 2022. Julgado em primeira instância, o ex-São Paulo e Barcelona pode pagar fiança de 1 milhão de euros e responder em liberdade.
