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STJ forma maioria sobre Robinho cumprir pena por estupro no Brasil

Tribunal definiu em favor do pedido da Justiça italiana, que condenou o atacante por crime de estupro; ex-jogador ainda pode recorrer da decisão no STF

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.
Robinho, Santos

Robinho em treinamento do Santos (Ivan Storti / Santos)

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) formou maioria para que Robinho cumpra a pena por estupro a qual foi condenado em Milão, na Itália, em 2017. Quando foi condenado na Europa, no entanto, o atacante já havia voltado ao Brasil e por isso não foi preso.

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Agora, com essa decisão, a Justiça brasileira valida a decisão da Justiça italiana. O placar pela aplicação da pena de Robinho no Brasil marcou 9 a 2 e confirmou a maioria no STJ.

O relator do caso, Francisco Falcão, abriu o julgamento afirmando que não haveria obstáculo para que Robinho fosse preso no Brasil. Segundo ele, o não cumprimento seria reforçar a impunidade após sua condenação na Itália.

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“Entendo que não há óbice constitucional para homologação da execução da pena. A sentença foi confirmada pelo tribunal de Milão, que é a autoridade competente”, disse o relator Francisco Falcão no início do julgamento nesta quarta-feira (20).

“Houve trânsito em julgado da sentença condenatório. O requerido [Robinho] não foi julgado à revelia na Itália, estava representado.”

O segundo a votar, ministro Raul Araújo, foi o primeiro a votar contrário a aplicação da pena de Robinho no Brasil. Segundo ele, por ser brasileiro nato, o atacante não poderia ser submetido a isso em seu país natal. Ele reforçou que seu sentimento seria pela “aplicação da Lei”.

Maioria seguiu o relator no STJ

Após a fala de Raul Araújo, segundo a votar, apenas o ministro Benedito Gonçalves o seguiu, sendo contrário à aplicação da pena antes da formação da maioria.

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Foram junto ao relator os ministros Herman Benjamin, Luís Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Ricardo Villas Boas e Sebastião Reis.

A defesa de Robinho ainda pode recorrer da decisão da Corte Especial do STJ junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Vale lembrar que a extradição de Robinho para a Itália é algo proibido pelas leis brasileiras, já que se trata de um brasileiro nato.

O jogador já havia recorrido na Itália, mas sem sucerro. Em 2022, com trânsito em julgado, o caso veio para a Justiça brasileira. O que ocorreu hoje foi o julgamento do Tribunal sobre a validação da decisão da Justiça italiana. Não foi, portanto, um novo julgamento do caso Robinho, mas uma análise para decidir se a senteça que o ex-jogador recebeu no país europeu atendia aos requisitos necessários para realizar sua homologação em território brasileiro.