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Em exclusiva, Fabiana Murer fala sobre atletismo nas Olimpíadas de Paris

A 100 dias do início dos Jogos Olímpicos, a bicampeã mundial vê Alisson dos Santos, Darlan Romani e a marcha atlética mista como destaques brasileiros na competição

Beatriz Freitas Vera Cruz
Jornalista especialista em dar pitaco. Futebol feminino, futebol inglês e alemão e mais outros assuntos que convêm. Contato: [email protected]
Fabiana Murer, atleta olímpica brasileira

Fabiana Murer (Xinhua / Alamy)

Tetracampeã sul-americana e bicampeã mundial no salto com vara, Fabiana Murer deu uma entrevista exclusiva ao Torcedores falando sobre sua carreira, futuro do atletismo brasileiro e expectativas para as Olimpíadas de Paris, que acontecem em exatos 100 dias. 

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Paris 2024

Torcedores: No atual cenário do salto com vara nas olimpíadas, o Brasil pode ter três representantes mulheres em Paris. Apesar de Juliana De Menis ter mais chances de ir, você vê Beatriz Chagas (53º) e Isabel De Quadros (54º) com chances também de classificação?

Fabiana: Sinceramente não. Olhando agora nesse momento o ranking, é um ranking que não mostra muito a realidade porque as meninas estavam competindo na temporada em pista coberta. Teve o mundial indoor e, a partir de maio, elas vão começar a temporada em pista aberta.

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No ranking que a gente vê que as meninas que competem só outdoor praticamente não estão. Então vai entrar muito mais gente na frente da Beatriz, da Juliana – que é a melhor atleta do salto com vara que temos no Brasil, da Isabel que está bem também. 

Eu acredito que a gente tenha condições de ter uma no feminino, que é a Juliana. Ela conseguiu ir pro Mundial ano passado pelo ranking. Não conseguiu a marca mínima, mas ela fez um bom salto, uma boa marca, conseguiu competir agora no mundial em pista coberta.

Ela está ganhando a experiência de competir lá fora, encontrar meninas de outros países. Isso vai motivando a atleta, vai mostrando pra atleta que é possível. Se tem uma atleta com salto parecido com ela e que vão para Olimpíada, por que ela não pode? 

Eu vejo uma atleta que tem condição que é a Juliana Campos e o objetivo dela na Olimpíada é chegar a uma final. Medalha acho que ela tem que crescer um pouquinho mais, tem que melhorar.

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Ela tem condições, mas é passo a passo: não podemos pensar tão alto sem ter condição. Quero ir pra uma Olimpíada, tô na final, agora eu posso disputar medalha. Acho que o objetivo principal dela é estar bem rankeada para ir pra uma Olimpíada e na competição, chegar a final. E aí na final, tudo pode acontecer. 

Torcedores: Você vê os brasileiros com chances de medalha em Paris?

Fabiana: Sim, a gente tem algumas condições de medalha. A marcha atlética do Brasil está muito bem. O Caio foi medalhista de bronze no mundial passado, a Viviane Lyra também está indo muito bem. Vai ter um revezamento de marcha atlética misto, que o Brasil tem condições, já que tem bons atletas tanto no masculino quanto no feminino.

Um atleta que é muito cotado para ganhar medalha é o Alisson dos Santos, nos 400 metros com barreiras; o Darlan não foi tão bem no Mundial Indoor, mas é um atleta bom. Sou muito próxima dele e ele fala que o objetivo dele é Olimpíada e buscar medalha. Não é fácil a prova dele, porque os melhores do mundo estão competindo agora. É uma prova muito forte, o arremesso de peso. 

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No revezamento, a gente pode dar uma sorte: os meninos estão correndo bem, mas no revezamento eles não conseguiram ainda um bom entrosamento, boas passagens, mas individualmente eles melhoraram muito nas corridas.

Acho que no feminino falta gente ali, no masculino acho que temos bastante chance de medalha. Acho que no feminino a gente só tem chance na marcha atlética, de resto são atletas novas que estão ganhando experiência, estão crescendo. No salto em distância, temos meninas novas de 20 anos, que estão saindo do sub-20.

Então acho que no feminino a gente está em uma fase de troca, no masculino já temos uma realidade. Então, tem que ter um pouquinho mais de paciência para aparecer medalhas.

Torcedores: O ciclo olímpico para as Olimpíadas de Paris foi mais curto por conta da pandemia, que adiou as Olimpíadas de Tóquio. Isso pode afetar a saúde dos atletas após a competição?

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Fabiana: Acho difícil. Eu até já ouvi falar de atletas que acabaram se machucando por não ter esse “ano de descanso”, mas acho que se tem um treino bem pensado, bem elaborado, dá pra levar sem problema. Pode ser bom, ou pode ser ruim. Tiveram atletas que estavam no seu auge em 2021: mais três anos, é menos tempo pra ele conseguir se manter no auge e conseguir uma medalha.

Mas quem tá começando a crescer, talvez seja um ano a menos que ele tem ali pra crescer. Então depende muito do nível que está o atleta, se vai ser prejudicial ou vai ser melhor. Eu não vejo muito problema em relação a isso, desde que o treinador saiba montar o treino específico. 

Thiago Braz 

Torcedores: Thiago Braz, que era um dos principais nomes olímpicos brasileiros, foi suspenso no ano passado por testar positivo para doping. Você acha que o cenário da prova muda muito sem o Thiago?

Fabiana: O Thiago é um atleta que compete muito bem na Olimpíada. Mundial, outras competições internacionais, ele não vai tão bem, mas na Olimpíada ele se transforma. Eu vejo que é a competição que ele gosta. Existe isso do atleta. Eu gostava muito de Mundiais, lógico que eu gostava de Olimpíada, mas Mundial era o que eu mais gostava.

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Mas o Thiago tinha isso com a Olimpíada. Infelizmente, ele foi pego no doping, ainda está tentando se defender, não foi o julgamento dele. Ele pode ser liberado, mas terá pouco tempo para competir e entrar no ranking, fazer o índice para participar da Olimpíada. Eu não sei se ele chegaria tão preparado, porque ele perde esse ritmo de competição. Então é uma incógnita.

Sem ele na prova abre mais lugares no pódium. Na prova a gente já tem atletas muito fortes como o Armand Duplantis, que é o campeão mundial. Muito difícil ganhar dele. Lógico que tudo pode acontecer no esporte, mas é muito difícil.

Tem um francês (Thibaut Collet) que saltou muito bem ano passado, o filipino (Ernest John Obiena) que ganhou medalha no mundial passado, o americano (Christopher Nilsen) sempre vem muito forte. É uma prova que o segundo e o terceiro lugar estão bem disputados. Com o Thiago fora, é um atleta menos ali na disputa – pelo menos por enquanto.

Torcedores: Em casos como o do Thiago, é comum os atletas continuarem treinando até o julgamento? 

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Fabiana: Quando o atleta é suspenso, ele não pode entrar em uma pista de atletismo. Então isso dificulta ainda mais. Mas ele está treinando, está fazendo o físico. Eu vi que ele montou uma musculação, uma pista pra ele correr, comprou alguns materiais de treino e acho que até o colchão do salto com vara ele conseguiu colocar em um lugar pra ele treinar sozinho.

É mais difícil não ter um treinador, ter que montar o seu treino – porque ele não pode ter contato com o treinador. Então, se o treinador dá um treino pra ele, ele tá burlando as regras. O treinador pode ser suspenso também.

A motivação é muito difícil em um cenário desses. Você tem que ter a motivação de treinar sozinho, acreditar que vai ser absolvido, pensar em toda sua defesa.

Pra cabeça é muito difícil. Mas eu tenho contato com o Thiago e ele falou que está treinando. Foi um período difícil para se manter, mas ele acredita que vai ser absolvido antes da Olimpíada e vai estar mais preparado para buscar essa vaga.

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A evolução olímpica

Torcedores: É inegável a evolução do brasileiro, como nação olímpica (vide desempenho no quadro de medalhas no Rio e em Tóquio). Você vê também essa evolução no atletismo brasileiro?

Fabiana: Eu vejo o atletismo com muitas possibilidades de medalha, porque são 48 provas, mas o Brasil tem poucas chances de medalhas. A gente tem que ter chances de umas cinco pra ganhar uma ou duas. É sempre essa conta que é feita no Brasil. O ideal seria a gente chegar com chances de 10 para ganhar umas cinco.

Mas eu vejo que não conseguimos sair dessas cinco chances de medalha para ter uma, duas. Acho que falta investimento, talvez mais conhecimento dos treinadores, fazer cursos, reciclagem.

A gente tem locais de estudos interessantes como o NAR-SP (Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo) que eles fazem estudos para que mude o treinamento . Mas acho que falta ainda muita coisa na parte técnica ainda para os treinadores, a parte de treinamento. 

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O salto com vara no Brasil evoluiu porque o meu treinador, o Élson Miranda, foi buscar conhecimento fora do Brasil. Primeiro ele foi para os Estados Unidos e não estava contente, foi pra Alemanha, conversou com o técnico e viu que era completamente diferente dos EUA, conseguiu contato com um técnico ucraniano que foi técnico do Serguei Bubka, que bateu 36 vezes o recorde mundial…

E aí quando ele conseguiu esse contato com o ucraniano, a gente começou a fazer intercâmbio. Então o treino que a gente fazia era completamente diferente, a técnica era completamente diferente. Eu treinava uma ou duas horas por dia, depois eu passei a treinar de cinco a seis horas por dia dividindo em dois períodos. A periodização era diferente. Então, tudo mudou. 

Acho que falta um pouco disso para os treinadores brasileiros ainda, mudar um pouco essa cabeça porque o Brasil é longe de tudo né? Longe dos EUA, da Europa. Então a gente fica muito fechado no nosso mundinho aqui da América do Sul.

Mas por que tem muito americano ganhando medalha? Por que tem muito europeu ganhando medalha? Tudo bem que americano tem incentivo nas escolas, nas universidades, então tem muita gente fazendo. É lógico que é melhor o nível de treinamento, de técnica, mas também não acredito que seja tão evoluído quanto o nosso.

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Eles tem muitos talentos porque tem uma peneira muito grande, que são as escolas e universidades. Na Europa eles têm muito mais técnica e conhecimento de treinamento. Então acho que os treinadores novos tinham que buscar isso, como o treinador do Alisson: ele está nos Estados Unidos, foi treinar lá, conversou muito com o treinador, foi buscar técnicas novas, expandir a cabeça.

Qualquer coisinha que a gente faz pode mudar muito nosso trabalho, a condição do trabalho, dar uma condição melhor pro atleta se você abrir mais a cabeça e ver coisas diferentes. Por que esse país consegue e a gente não consegue? Falta um pouco de conhecimento para os nossos treinadores para que a gente tenha esse crescimento de medalhas nessas grandes competições.

Diferenças entre treinamentos

Torcedores: Os treinamentos para Mundiais, Pan-Americanos e Olimpíadas são diferentes?

Fabiana: É um ciclo que a gente faz durante o ano. No atletismo, em setembro acabaram as competições praticamente. Depois disso, o atleta tem um período de descanso e já começa a base – que é treinar forte pensando no próximo ano.

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E aí o treinador tem que pensar na periodização. Eu fazia duas periodizações no ano: uma para pista coberta, que é entre janeiro e março, e outra para a temporada de pista aberta, que é entre maio e setembro. 

Tem atletas que não competem nessa temporada de pista coberta que fazem a periodização só para uma temporada. Por exemplo: quem faz 400m com barreiras, não tem essa prova na pista coberta, por ser uma pista menor.

Depende muito da prova e do nível do atleta, se ele consegue competir indoor ou não, porque normalmente é fora do Brasil essas competições, e a competição alvo do ano. Depois, quando eu já estava com bons resultados, meu foco era sempre um Campeonato Mundial ou um Diamond League, Olimpíada. Então eu fazia a periodização pra isso. 

Mas tem atletas que precisam fazer a marca mínima para conseguir ir para uma Olimpíada, ou para um Mundial. Então fica mais difícil essa periodização, pois ele precisa ir bem nessas primeiras competições antes de Mundial e Olimpíada pra fazer essa marca mínima.

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Mas as vezes consegue chegar a marca com pouco tempo pra competição, com um, dois meses. Aí chega na competição e não vai tão bem. Muitos falam que “erraram na periodização”, não é que erraram, é o foco de cada um e a condição do atleta. Eu, como não tinha problema em fazer essa marca mínima, eu treinava já focada na competição-alvo.

Existem ciclos também, os de 4 anos da Olimpíada. Então existia de treinar leve um período, principalmente no ano seguinte ao olímpico, para dar uma descansada. Mas, pra mim era difícil não pensar em resultado, em melhorar a minha marca, então acabava sendo forte todo ano.

Mas existe esse pensamento de: um ano é mais fraco, um ano de olimpíada sempre saem os resultados melhores, pois o atleta já começa a chegar em uma forma física excelente para a competição.

Existem periodizações, mas são sutis pensando a cada ano – se for atleta olímpico – e sempre com o objetivo da competição-alvo no ano. Treinar pesado e soltar no treino visando essa competição principal.

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A falta de investimento

Torcedores: Qual a importância dos clubes na formação dos atletas olímpicos?

Fabiana: Um atleta tem que ter um clube, porque é o que dá uma sustentação ao atleta para competir. No Troféu Brasil, a competição é por clubes, não individual. Algumas pessoas que não tem clube podem entrar como convidadas, mas tem que ter clube para competir.

É legal porque torna o clube mais forte, mais competitivo e com isso eles querem mais atletas contratados para que tenham uma melhor colocação no Troféu Brasil. Não é fácil, os clubes estão passando por um período difícil por falta de patrocínio – principalmente depois da Olimpíada de 2016.

A gente sabia que os incentivos e patrocínios iriam diminuir, mas diminuíram mais do que a gente esperava. Clubes acabaram, diminuíram os salários dos atletas, diminuíram o tamanho dos clubes, a covid ainda piorou mais essa situação.

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Mas o clube é fundamental para o atleta ter um dinheiro para conseguir pensar só em treinar, não ter que dividir com trabalho, ter uma equipe multidisciplinar, ter um local de treinamento.

Eu tive a sorte de começar em um grande clube brasileiro (Clube de Atletismo BM & FBOVESPA), sempre tive uma equipe de apoio que foi crescendo ao longo dos anos na compra de material e isso ajudou a me manter no esporte durante todos esses anos.

Mas tem atletas que ficam pingando de clube em clube porque quando o clube acaba, o atleta não tem mais dinheiro nem dinheiro, é só para pagar inscrição de competição. O que tem sustentado muito os atletas são as Forças Armadas.

Eles acabam fazendo um mini-treinamento com os atletas para eles se formarem e competirem pelas Forças Armadas. E os atletas podem ter os dois: o clube junto com a FA, então acaba juntando esses dois – o que dá uma tranquilidade maior pro atleta conseguir treinar e competir. 

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Torcedores: Você acha que um incentivo nas escolas e universidades seria um ponto chave para recrutar novos atletas? 

Fabiana: Acho que seria um começo. Ter mais incentivo, ter esportes nas escolas e universidades e ter um local de treinamento. Porque não adianta nada. “Ai, olha, esse atleta é veloz! Ele tem que ir pro atletismo!” “Mas onde ele vai fazer?” “Ali no Ibirapuera” “Aí não, destruíram a pista e não sei quando vão renovar”.

Estava lendo hoje de manhã que a pista de Marília foi destruída também, que é de onde saiu o Thiago do salto com vara, Jadel Gregório, saíram atletas bons de Marília. Não sei o que vão fazer lá. Em vez de termos mais locais de treinamento, temos cada vez menos. Nos EUA eles têm nas universidades, aqui a gente não tem.

Na Alemanha, cidades pequenas têm pistas de atletismo públicas, as pessoas podem ir lá e podem correr. Aqui não tem. É pública ali no Centro Olímpico? É da prefeitura, mas não é qualquer um que pode entrar porque é só ela pública que a gente tem em São Paulo, então tem que manter.

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Não pode todo mundo treinar lá se não estraga. Aí tem as privadas: no Pinheiros, no NAR também tem (apesar de ser da Prefeitura, é bancada pelo Instituto Península). Tem poucos locais de treinamento. Então, o começo seria identificar esses talentos. Eu falo do atletismo, mas na natação a gente tem muitas piscinas, vôlei tem muitas quadras.

Mas não só no atletismo, mas em outros esportes também. A escola detecta isso e incentiva, faz campeonatos, e os treinadores fazem esse scout. O treinador tem de ter o contato com as escolas também. 

Falta muito ainda para a gente ser uma grande potência dentro do esporte. Tem que mudar essa política pública, mudar a forma de pensar no investimento. Porque o investimento hoje em dia não é pensando no atleta, no treinador, é pensando neles. “Eu vou fazer a pista, vou reformar, vou colocar alguma coisa na escola, mas sempre quero alguma coisa em troca”.

Vejo que falta uma maturidade dos brasileiros, dos políticos e governadores que pensem mais no povo. Eu já viajei o mundo todo e ficava muito na Suécia que era minha base para sair pras competições. Lá uma pessoa que trabalha para a Prefeitura recebe um salário pequeno, é uma ajuda que ele dá para a população.

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Tem muitos que têm até outro trabalho além desse. Eu vejo que eles estão muito evoluídos, muito à nossa frente em organização e pensamentos. Falta um amadurecimento para não querer tirar vantagem, fazer as coisas pras pessoas pra gente ver realmente uma melhora.

Carreira dentro e fora das pistas

Torcedores: Qual é o momento favorito da sua carreira?

Fabiana: Eu tive vários momentos legais na carreira, mas acho que meu favorito foi a minha medalha de ouro no Mundial de 2011. Foi a primeira medalha de ouro do Brasil em mundiais de pista aberta. Foi um momento muito emocionante por ser campeã mundial, uma coisa que eu nunca imaginei que seria quando eu iniciei no esporte.

É uma sensação inesquecível de ver o estádio lotado e o pós da medalha também foi muito legal, porque você consegue ver a importância que é uma medalha de ouro no mundial. Depois teve comemoração com amigos, com a delegação…..Eu lembro que a gente ficou até tarde no estádio porque a Globo queria entrar ao vivo.

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Foi do outro lado do mundo, na Coréia do Sul, Como eles queriam entrar ao vivo, a gente ficou até 00:30 no estádio pra conseguir entrar no Globo Esporte.

Torcedores: Como foi ganhar o Pan em casa?

Fabiana: Foi legal também. Nos jogos Pan-Americanos era uma fase que eu estava crescendo dentro do salto com vara, estava começando a ganhar bons resultados…. Para mim era muito importante ganhar ali.

Competir em casa também tem essa sensação especial, de ter todos seus conhecidos, e foi a primeira medalha de ouro do Brasil no Engenhão depois que foi reformado para o Pan. Como o salto com vara foi no primeiro dia, foi a primeira medalha de ouro lá no Engenhão.

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Torcedores: Nas Olimpíadas de Tóquio, você estreou como comentarista no SporTV. Como foi essa experiência pra você? Vai continuar para essa edição? 

Fabiana: Vou, já estou escalada. É uma experiência diferente entre estar na pista e na TV falando. Quando eu competia pensava só na minha prova e me concentrar ali, conhecia as meninas da minha prova e as regras e via uma prova ou outra que eram as que eu mais gostava.

Só que na TV eu preciso saber de todas as provas, todas as regras, é muito tempo na transmissão e tem que ter assunto. Eu estudei muito para estar lá e tento levar o conhecimento pras pessoas. A forma que eu falo, gosto de falar das regras, da história, dos atletas.

Eu fui muito mais pra essa parte técnica e das regras porque acho que isso faz as pessoas entenderem mais. Quem não entende muito de atletismo começa a entender mais e passam a gostar mais.

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Quando você entende as regras, como funciona, os bastidores, fica mais legal de assistir porque você sabe melhor o que está acontecendo. É uma experiência legal e eu faço também para tentar divulgar melhor o atletismo.

Eu fico mais no SporTV e até prefiro porque mostra a prova inteira. Até na última eu fui na Globo no dia do salto com vara, tinham alguns flashes porque tinha o Thiago competindo, mas a gente acaba não acompanhando todas as provas por serem só alguns flashes. Acho legal no SporTV porque eu consigo ver a competição completa.

Torcedores: O que você acha das transmissões das Olimpíadas na internet, como na Cazé TV?

Fabiana: Eu acho super bom porque onde a pessoa está, ela consegue assistir. “Não tenho TV aqui, mas a internet é mais fácil de acessar, então assisto pela Cazé TV”. É ótimo pois são mais opções para assistir e atinge mais o público. As pessoas mais novas preferem muito mais a internet, eles não sabem nem mexer na TV. São formas diferentes de você acompanhar e de assistir o que você mais gosta.

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