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Rodrigo Mattos analisa lacunas nas declarações de John Textor

Comentarista esportivo apontou cinco pontos que não fazem sentindo em acusações de presidente do Botafogo

Beatriz Ojeda
Ex-atleta, formada em Letras e apaixonada por esportes desde sempre. Colaboradora do Torcedores por ser o melhor lugar para aliar as duas grandes paixões.
John Textor

John Textor no estádio Nilton Santos em 2022 (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

Nesta semana, o mandatário do Glorioso proferiu novas acusações sobre manipulação em resultados do Brasileirão Série A. John Textor afirmou ter provas do Palmeiras e o São Paulo estarem envolvidos nos resultados e causou indignação nas diretorias de ambos os clubes, caso ele não prove as declarações, deve ser indiciado pelas autoridades. O jornalista Rodrigo Mattos analisou as denúncias e viu cinco lacunas nas suas declarações, detalhando as informações.

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Rodrigo Mattos analisa declarações de John Textor

Em coluna no Portal UOL, o jornalista esportivo explicou que a base das denúncias do presidente do Botafogo estão nos resultados do Brasileiro de 2022 e 2023. Quando o cartola foi confrontado sobre as provas, apontou resultados e informações de uma empresa chamada “Good Game!”

A empresa, assim como seus dirigentes, foram investigados pela CPI do Senado sobre apostas. E na audiência prévia, os senadores afirmaram que a Good Game! É capaz de “levantar suposições, mas não comprovar manipulação. Isso é o contrário do que diz Textor ter provas”, segundo Rodrigo Mattos. O jornalista aponta que o presidente do Botafogo deve ser investigado para apresentar as supostas provas que diz ter.

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Logo, o especialista apontou que existem basicamente cinco lacunas na argumentação de John Textor. A primeira, seria que a empresa justifica a análise de manipulação em comportamentos técnicos de atletas em campo através de inteligência artificial e análise de especialistas. Logo, não há cruzamentos com apostas ou favorecimentos.

A segunda lacuna, segundo Mattos, é que Textor alega que decidiu submeter apenas dois jogos de “vários” onde teria suspeitas para a revisão do Ministério Público Federal. Ambos são partidas do Palmeiras que ele afirma terem sido manipuladas, em 2022 e 2023.

Em investigação do Senado à Good Game, a companhia apontou que não poderia informar quais jogos foram classificados como manipulados, alegando que poderia afetar inquéritos judiciais. Por outro lado, Textor escreveu num texto que ele conta com duas partidas classificadas como manipuladas. Logo, Mattos indaga: “Por que ele decidiu contar quais eram os jogos se isso afetaria o inquérito ou investigação posterior? As supostas evidências ficaram comprometidas por conta disso'”.

Rodrigo Mattos aponta que, a Good Game afirmou ao Senado que não tem como saber motivos para manipulação dos jogos do Campeonato Brasileiro. No inquérito, o presidente da companhia, Pierre Sallet afirmou: “No nosso sistema da para dizer que o árbitro está envolvido ou não. Será que houve manipulação? Será que a equipe A ou B está envolvida? Quem são os jogadores?”

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Finalmente, o jornalista afirma que Textor alegou que a CBF recebeu um alerta sobre manipulações em partidas de 2022. Essa informação é também da CPI onde a Good Gale! respondeu alegações, na ocasião, o presidente apontou ter encaminhado um e-mail à entidade, mas não sabe se, de fato, a Confederação Brasileira tomou conhecimento do trabalho da empresa.

Por último, Rodrigo Mattos encerrou o seu texto com um questionamento: “Além disso, na quarta-feira, Textor diz que tem “muito mais” do que o relatório da Good Game. E afirmou ter enviado provas ao STJD. Pois o STJD só recebeu o relatório da empresa Good Game, nenhuma outra evidência foi apresentada para o tribunal”.