Gabigol em treino do Flamengo (Marcelo Cortes/Flamengo)
Mesmo sem entrar em campo, os últimos dias foram agitados para o Flamengo e para o atacante Gabigol. Isso porque, vazou uma foto do jogador com a nova camisa do Corinthians, em sua casa, reunido com seus amigos.
A foto não caiu bem entre os torcedores do Flamengo e nem entre o clube. No dia seguinte, o Rubro-Negro anunciou que o atacante não vestiria mais a camisa 10. Agora, ele será o número 99.
Então, ontem (19), o atacante concedeu uma entrevista ao repórter André Hernan para dar sua versão sobre o caso. Gabigol admitiu que ganha diversas camisas de amigos e acaba vestindo elas na sua intimidade.
O jornalista PVC, em sua coluna no “UOL”, defende o atacante do Flamengo. PVC entende que Gabriel errou, mas há um exagero nisso. Além de relembrar o significado que há na camisa do Corinthians que ele vestiu.
“Erro à parte, vale aqui a reflexão se nosso mundo não passou do ponto da intransigência. Gabigol nem corintiano é. Na infância, era são-paulino, depois criou relação de carne e unha com o Santos, hoje com o Flamengo.”
“A camisa negra do Corinthians faz parte do movimento antirracista e Gabriel é negro. Há dois anos, foi vítima de racismo num Fla-Flu e afirmou: orgulho da minha raça, orgulho da minha cor”, iniciou PVC.
Erro maior não foi de Gabigol
Em seguida, o jornalista segue falando sobre o caso e aponta que o convidado que tirou a foto é o maior culpado dessa história.
“Se Gabigol posasse para uma foto, se andasse na rua com a camisa do Corinthians, Vasco, Fluminense, seria pesado. Ele estava dentro de sua casa, na intimidade de seu lar. O erro, a grosseria, é de seu convidado”, disse.
PVC cita outros casos para defender o atacante do Flamengo
Por fim, o jornalista relembra de ídolos que foram jogar em rivais e mesmo assim receberam o carinho do flamenguista. Coisa que o Gabigol nem chegou a fazer.
“Durante um tempo, Romário foi ídolo rubro-negro. Vestiu as camisas do Vasco e do Fluminense. Nesse caso pode. Bebeto saiu do Flamengo para o Vasco numa transferência polêmica. Foi acusado de traidor. Anos depois, voltou a jogar na Gávea. Aí pode… Vestir uma camiseta antirracista na sala de casa, não pode.”
“Não se trata de entender que Gabriel está certo. Não está. A intransigência é que parece forte demais”, finalizou o jornalista.

