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Zé Elias, comentarista da ESPN (Reprodução)
Encarando uma forte crise, o Vasco resistiu à pressão do Fortaleza. Mesmo com o empate na Copa do Brasil, Zé Elias não vê brecha para uma melhora imediata do clube carioca. Isso porque houve uma sinalização de que os atletas temem novos protestos, desta vez mais hostis, e o sentimento reflete no desempenho em campo.
“O que o Vasco precisa? Bons jogadores e com qualidade para fazer o Vasco jogar um bom futebol. Não é só o Vasco. Se a situação tá difícil, os torcedores vão lá e pressionam os jogadores […] Torcida dando preleção, dando dura apresentando o diretor, falando para os jogadores… os jogadores entram em campo pressionados pelos resultados anteriores. Isso só atrapalha.”, disse Zé Elias, no ESPN F90.
Apesar da transição para o modelo SAF, Zé Elias considera que o Vasco não é um destino atrativo no mercado da bola. Neste cenário, no momento em que uma decisão precisa ser tomada, o Cruz-Maltino acaba ficando de lado para que clubes mais tranquilos sejam escolhidos nos bastidores.
“Um jogador que conhece a história do futebol brasileiro e o momento do Vasco, o cara vai chegar e dizer ‘quero jogar lá’? Vai ser difícil. Os grandes jogadores preferem jogar em um time menor expressão, que estejam mais organizados, que vai brigar entre o 6º e o 10º, mas jogando com tranquilidade. Hoje é bom ou ruim colocar um jogador no Vasco como vitrine?”, prosseguiu.
Recordando o período na função de comentarista, Zé Elias apontou que poucas vezes elegeu o Vasco como favorito aos títulos do ano. Embora o clube tenha sido comprado pela 777 Partners, o cenário glorioso ainda se encontra apenas no passado.
“Eu trabalho como comentarista há 14 anos. Eu me lembro de poucos anos que eu falava ‘o Vasco vai brigar por títulos, vai chegar e ganhar’.”, afirmou.
Desempenho do Vasco na Copa do Brasil
Sob comando de Rafael Paiva, o Vasco, na visão de Zé Elias, entrou para não perder contra o Fortaleza. Por conta do momento de crise, o ex-jogador enxerga que os atletas tiveram medo de arriscar lances mais ousados para evitar uma exposição em campo.
“O pessoal corre pra não perder. Era o possível, fazer de tudo para não perder. Se perde, era pior ainda.”
“Vocês viram o peso? Você sentia que os jogadores queriam jogar, mas pensavam: ‘Se perder, o torcedor vai querer me dar porrada’. Os jogadores não chutavam pro gol… tudo isso é automático de um time em crise.”, analisou.
