Tostão, mais uma vez, trouxe importantes reflexões do passado ao analisar o presente da seleção brasileira. Hoje se questiona muito porquê Vinicius Júnior não consegue desempenhar pelo Brasil o mesmo brilhantismo no Real Madrid. Em algumas linhas escritas para a Folha de S.Paulo, ele cita taticamente o time de 70, onde Pelé e Jairzinho contavam com ‘ajuda’ do colunista para sobressair sobre os marcadores.
Iniciando pela equipe Merengue, o histórico atleta explica que o posicionamento de Vini Jr. não é o mesmo comparado ao que ele segue na seleção.
“Antes da chegada de Mbappé, nos seus melhores momentos no Real Madrid, Vini Jr. formava um trio com Rodrygo e Bellingham, com este próximo dos outros dois, ou entre eles, com ótimos toques que facilitavam para os dois atacantes”, afirma Tostão.
“Quando Benzema jogava de centroavante, ele recuava para receber a bola e deixava os espaços nas costas dos defensores para Vinicius Junior entrar em diagonal”, acrescenta.
No Liverpool, com Klopp, Firmino, então centroavante voltava para ser um armador, deixando espaços livres para Salah e Mané brilharem. Em 1970, Tostão conta que tinha papel tático fundamental para que seus companheiros de ataque pudessem marcar os gols.
“Não querendo ser presunçoso, mas já sendo, na Copa de 1970 havia um meia atacante improvisado de centroavante que facilitava para Pelé e Jairzinho fazerem os gols”, recorda.
Tostão alfineta seleção brasileira de Dorival Júnior
Apreciador do futebol bem jogado, como já destacou a Seleção da Espanha, Tostão reconhece que assistir aos jogos do Brasil não tem sido tarefa das mais prazerosas.
“Confesso que, às vezes, fico entediado de ver as mesmas estratégias e as repetições das mesmas ideias e conceitos. Não desisto porque existe sempre a esperança de surgir algo diferente, um sopro de talento individual e coletivo”.