Futebol saudita apresenta queda nos investimentos depois de contratações milionárias como Neymar e Cristiano Ronaldo
Mercado da bola na Arábia Saudita teve uma redução de 52% dos valores em compras de jogadores entre 2023 e 2024
Cristiano Ronaldo e Neymar com as camisas do Al-Nassr e Al-Hilal (Divulgação Al-Nassr / Divulgação Al-Hilal)
Na última temporada os clubes da Arábia Saudita tiveram uma queda considerável nos investimentos em aquisições de jogadores. Em 2024 o total gasto de US$ 465 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) contra US$ 970 milhões (R$ 5,3 bilhões) em 2023, uma redução de 52%.
Essa diminuição não foi mero acaso, mas sim por conta da mudança do tipo de perfil desejado pelos clubes sauditas. Em 2023 os times buscaram contar com atletas experientes, como Neymar, Mané e Mahrez enquanto em 2024 chegaram nomes como Marcos Leonardo, Ângelo, Wesley, Alexsander e Moussa Diaby.
No ano retrasado a média de idade dos jogadores foi de 28 anos, enquanto na última temporada essa média caiu para 24,4 anos.
Impacto da federação saudita no mercado da bola
Conforme detalhou o advogado Vitor Hugo Almeida, especialista em Direito Desportivo e membro do Bichara e Motta Advogados, essa mudança no perfil de contratações teve influência direta da federação local.
” Essa alteração é uma tentativa da própria liga de mudar o perfil de jogadores contratados pelos clubes árabes, buscando dar espaço para novos talentos e desenvolver ainda mais o futebol local. A ideia é garantir que esse fortalecimento do futebol na Arábia Saudita seja um projeto de longo prazo, e não apenas um “boom” passageiro”, declarou o advogado.
Queda nos investimentos mundiais
A redução de gastos por parte dos clubes sauditas teve impacto nos valores movimentados no mercado da bola mundial em 2024.
O total global foi de US$ 8,6 bilhões (cerca de R$ 47 bilhões), 11% inferior aos US$ 9,6 bilhões (R$ 53 bilhões) em 2023.
Isso fez a Arábia Saudita sair da 3ª colocação entre os países com maiores investimentos no mercado da bola em 2023 para a 6ª colocação no ranking de 2024, uma posição acima do Brasil.

