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Jules Bianchi: Relembre como foi o último acidente fatal da história da Fórmula 1

A morte do piloto francês foi a primeira desde Ayrton Senna e a última da F1 até o momento; veja como foi

Mateus Pereira
Colaborador do Torcedores.com desde 2022, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minha maior paixão à minha vocação através da produção de conteúdo sobre esportes. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o futebol, o automobilismo e o universo geek. Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.
Jules Bianchi: Relembre como foi o último acidente fatal da história da Fórmula 1

O acidente fatal de Jules Bianchi em 2014 (Foto: Reprodução | YouTube)

No dia 5 de outubro de 2014, o mundo da Fórmula 1 presenciou um dos momentos mais trágicos de sua história. O piloto francês Jules Bianchi sofreu um grave acidente durante o Grande Prêmio do Japão, em Suzuka, ao colidir então com um trator que estava na pista retirando o carro de outro competidor. O impacto violento atingiu diretamente sua cabeça, deixando assim o jovem em coma por oito meses.

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As lesões causadas pelo acidente acabaram sendo fatais. Bianchi faleceu assim no ano seguinte, em julho de 2015. Sua morte escancarou a necessidade urgente de reforçar a segurança dos pilotos. Como resposta, a Fórmula 1 implementou, em 2018, o halo: um dispositivo de titânio resistente a grandes impactos, criado para proteger a cabeça dos competidores.

Neste material especial, relembramos a carreira promissora de Jules Bianchi e os detalhes do acidente que marcou a última fatalidade na principal categoria do automobilismo mundial até então.

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Halo do RB20, carro da Red Bull em 2024
Halo do RB20, carro da Red Bull em 2024 (Foto: Reprodução | Oracle Red Bull)

O talento precoce de Jules Bianchi

Natural de Nice, na França, Bianchi nasceu em 3 de agosto de 1989 e começou a correr ainda criança, como tantos outros pilotos, no kart. Ele rapidamente se destacou nas competições de base europeias, conquistando importantes títulos.

Sua trajetória em monopostos iniciou em 2007, disputando a Fórmula Renault 2.0 Eurocup, onde se tornou campeão nacional. Em 2008, integrou a equipe ART Grand Prix na Fórmula 3, vencendo o GP de Zolder e, no ano seguinte, conquistou o terceiro lugar na Fórmula 3 Euro Series.

Seu talento chamou a atenção da Ferrari, que o integrou à Ferrari Driver Academy em 2009. Sob a gestão de Nicolas Todt, também empresário de Felipe Massa e Charles Leclerc, Bianchi passou a realizar testes com a escuderia italiana e chegou a pilotar também carros da Force India.

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Jules Bianchi
Jules Bianchi (Foto: X | @F1)

A chegada à Fórmula 1

Apesar do reconhecimento, Bianchi ainda era considerado inexperiente para assumir uma vaga na Ferrari. Por isso, foi emprestado à Marussia e estreou oficialmente na Fórmula 1 em 2013, aos 23 anos.

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Na temporada de estreia, participou de 19 provas e, mesmo sem pontuar, mostrou desempenho superior ao de seu companheiro Max Chilton. Terminou o campeonato em 19º, enquanto Chilton foi o último colocado entre os pilotos regulares.

Com a expectativa de um futuro promissor, o francês permaneceu na Marussia em 2014. A equipe seguia sem competitividade, mas Bianchi protagonizou um feito histórico em Mônaco.

O brilho inesquecível de Jules Bianchi em Mônaco

Durante o GP de Mônaco de 2014, Bianchi brilhou ao conquistar então seus primeiros e únicos pontos na Fórmula 1. Com uma pilotagem arrojada, superou limitações do carro e fez uma corrida memorável. Um dos momentos mais marcantes foi a ultrapassagem sobre Kobayashi na curva La Rascasse.

Mesmo penalizado com cinco segundos por um erro na largada, ele conseguiu abrir vantagem suficiente para se manter à frente de Romain Grosjean e terminou a prova em nono, marcando dois pontos. Foi a primeira e única vez que a Marussia pontuou em sua história.

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O acidente que comoveu o automobilismo

A temporada seguiu sem grandes destaques até o fatídico GP do Japão, em meio à aproximação do tufão Phanfone. Com ventos fortes e chuva intensa, a prova teve então início sob safety car. Mesmo com condições precárias, a corrida prosseguiu.

Na volta 42, Adrian Sutil perdeu o controle de sua Sauber na curva Dunlop e bateu leve. Um trator foi acionado para remover o carro, mas Bianchi perdeu o controle no mesmo trecho e colidiu com o veículo de remoção.

O atendimento médico demorou três minutos para começar e a bandeira vermelha só foi acionada nove minutos depois. As imagens do acidente não foram mostradas pela transmissão oficial, mas registros amadores evidenciaram a gravidade da batida.

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Jules foi levado ao hospital de ambulância, já que o helicóptero não podia voar. A FIA concluiu que ele não havia reduzido a velocidade o suficiente na área de bandeiras amarelas, o que gerou revolta de sua família, que processou a entidade.

ATENÇÃO: IMAGENS FORTES!

O mundo se despede de um talento interrompido

Em coma desde o acidente, Bianchi passou então meses internado no Japão antes de ser transferido para a França. Em 17 de julho de 2015, faleceu em decorrência das lesões cerebrais.

O velório reuniu pilotos e amigos, que prestaram assim homenagens. Na corrida seguinte, na Hungria, o paddock fez um minuto de silêncio em sua memória, com o capacete de Bianchi no centro do círculo de pilotos.

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Homenagem do paddock da Fórmula 1 a Jules Bianchi em 2015
Homenagem dos pilotos a Jules Bianchi em 2015 (Foto: Reprodução | ge)

O legado deixado por Bianchi

A morte de Jules foi então a primeira em decorrência de acidente na F1 desde Ayrton Senna, em 1994. Além da implementação quase que imediata do safety car virtual, o halo chegou cerca de três anos após a tragédia. Apesar de não ser possível afirmar que o piloto francês seria salvo por ele, sua adição evitou que inúmeros acidentes pudessem ter resultados trágicos desde então.

O legado de Bianchi permanece vivo, como um marco de mudança na história da Fórmula 1, que segue evoluindo para proteger assim aqueles que se arriscam pelas pistas a redor do mundo.

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