Mano Menezes, em treino do Grêmio (Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA)
Mano Menezes confia no potencial do Grêmio, sem o modelo SAF, bater de frente com as demais potências do Brasil. Tomando como base o Mundial de Clubes, em que apenas o Botafogo utiliza o sistema de clube-empresa entre os times do futebol nacional, o técnico não sugere uma transição no clube gaúcho. Apesar dos reduzidos em relação ao Flamengo, Palmeiras e Fluminense, existe uma confiança envolvendo o potencial do Tricolor, em breve, conquistar novos títulos.
“Se nós olharmos para o Mundial, quatro foram e muitos não foram. Isso é sazonal. As equipes vencedoras se constroem em ciclos diferentes. Se o Mundial fosse jogado quatro anos atrás, o Grêmio poderia estar no lugar de um dos quatro porque ganhou uma Libertadores recentemente. Isso mostra o caminho de como temos que resolver as coisas.”, disse Mano Menezes, ao “Apito Final”, da Band RS.
“Eu ouço muito falar em SAF e que essa é a única solução para o futebol brasileiro. Eu penso diferente. A estrutura que temos nos clubes é capaz de conviver com essa nova realidade de mercado. Apenas temos que resolver o que ficou para trás […] O Grêmio tem tanto para time para ser campeão da Sul-Americana como o Fluminense tem time para ser campeão do Mundial.”, acrescentou.
Ressalva sobre o Cruzeiro
Com valores pendentes para receber do Cruzeiro, Mano Menezes enxerga uma vantagem do clube mineiro nos bastidores. Neste cenário, caso Internacional e Grêmio ganhem tempo para solucionar suas respectivas dívidas, o técnico considera que o modelo SAF não é necessário para os rivais gaúchos.
“Eu convivi muito perto com a SAF do Cruzeiro porque tenho um dinheiro para receber. Se derem 15 anos para as dívidas do Internacional e do Grêmio, a gente não precisa virar Sociedade Anônima para resolver os problemas. Eu penso assim. A nossa realidade, do Rio Grande do Sul, não é a mesma de São Paulo e Rio de Janeiro, por questões óbvias, mas é possível ter equipes que estejam na disputa das principais competições do Brasil e do continente sul-americano.”, prosseguiu.
Mano Menezes compreende cautela do Grêmio
Ciente das cobranças por reforços, Mano Menezes não quis cobrar a diretoria do Grêmio por novos jogadores. Embora o clube esteja atento ao mercado da bola, o treinador lembrou o risco de contratar atletas apenas pela pressão dos torcedores, algo capaz de virar um grande problema no futuro.
“A experiência ensina que é assim. Todo mundo gostaria que as contratações viessem na parada e depois todos estivessem à disposição. Mas não é assim. Quando envolve negócios, finanças, mercados, você precisa obedecer algumas leis. Temos que caminhar firme para não termos arrependimentos lá na frente.”, externou.

