Arrascaeta comemora gol contra o Ceará (Gilvan de Souza/Flamengo)
André Rizek, após o Flamengo empatar diante do Ceará, trouxe uma reflexão atrelada ao nível do Rubro-Negro. Embora o clube tenha contratado jogadores de peso, casos de Samuel Lino, Saúl, Emerson Royal e Carrascal, o jornalista não vê o mesmo status do Bayern de Munique na Bundesliga. Isso porque, diferentemente do domínio de 11 anos em solo alemão, a concorrência elevada do Brasileirão e o nível de proximidade dos rivais impossibilita a ocupação de uma prateleira única.
“Eu estou na dúvida se a expectativa não está exagerada de achar que o Flamengo é o time que pode dominar todos os jogos no futebol brasileiro […] Trabalhar no Flamengo pressupõe que você vai trabalhar com essa expectativa O Bayern ganhou 11 ligas seguidas, perdeu (uma) para o Leverkusen e voltou a vencer. No Brasil, eu não vejo nenhum time, nem o Flamengo, próximo desse domínio de ganhar 11 campeonatos e ser o time que vai dar de mão aberta na concorrência.”, disse Rizek. em debate no “Seleção SporTV”.
“O time do Flamengo é muito bom, mas a gente não tem um Bayern no Brasil, um time que está em uma prateleira só dele e os outros que lutem. O Flamengo não está nesse nível ainda […] Tem times que ficam muito acima. Mas, com consistência e anos seguidos, eu não enxergo. Há essa expectativa do Flamengo dominante, mas é muito difícil de acontecer no futebol brasileiro, por melhor que seja o elenco do Flamengo”, acrescentou.
Rizek enfatiza pressão no Flamengo
Desde a saída de Jorge Jesus, todos os técnicos que trabalharam no Flamengo enfrentaram uma cobrança de fazer o time jogar bonito. Recordando que Tite, Rogério Ceni e Sampaoli acabaram sendo pressionados de maneira constante, Rizek vê uma tarefa difícil em manter um domínio constante. Logo depois, Paulo Nunes quis relembrar os trabalhos de Jorge Jesus, Dorival Júnior e Renato Gaúcho.
“Foi assim com o Tite, Rogério Ceni, campeão brasileiro, Sampaoli… há uma expectativa de que o Flamengo não só vença jogos, mas que ele domine o futebol brasileiro. E, nem sempre, isso acontece.”, prosseguiu Rizek. “Teve três treinadores que deram resultado, o Renato nem tanto, mas teve desempenho, depois caiu. Com o Dorival, teve resultado e desempenho. O Jorge Jesus nem se fala.”, acrescentou Paulo Nunes.
Exigência de Paulo Nunes
Perdendo contra o Atlético-MG e sem vencer o Ceará, o Flamengo atravessa um momento de pouca empolgação na temporada. Como o plantel rubro-negro se fortaleceu, Paulo Nunes considera que existe uma obrigação da equipe mostrar um futebol mais vistoso e, de maneira constante, dominar os adversários.
“No jogo contra o Atlético-MG, se você botar no mano a mano os jogadores que entraram, é um time que bate de igual. Quando bota a equipe titular… eu fiquei assustado (com o banco). Isso não quer dizer que você tem que vencer sempre, mas pode jogar melhor. Tá (devendo). Estou falando de desempenho. De você olhar para os jogadores e um treinador que tem potencial de fazer esse time jogar melhor.”, afirmou.
“Eu sou resultadista. Sempre preferi a vitória do que jogar bonito, mas o Flamengo pode entregar mais. Fez bons jogos antes da Copa do Mundo. O torcedor do Flamengo vai para o Maracanã querendo ver isso.”, concluiu.

