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Betis cobra Botafogo por dívida da venda de Luiz Henrique

Time espanhol estuda decisão de entrar com recurso na Fifa

Douglas Nunes
Formado em Jornalismo e com especialização em jornalismo esportivo, Douglas é jornalista há mais de 10 anos. Trabalhou com assessoria na Escola Zico e no Audax-RJ, além de ter sido repórter do Grupo O Dia. Está no mercado de iGaming desde 2016.
Betis cobra Botafogo por dívida da venda de Luiz Henrique

Luiz Henrique no tempo do Botafogo. Foto: Alamy

O Botafogo pode ter que enfrentar em breve uma ação judicial movida pelo Real Betis. Segundo informações divulgadas pelo jornal espanhol ABC, o clube de Sevilha considera recorrer à Fifa para cobrar 2 milhões de euros referentes à venda do atacante Luiz Henrique para o Zenit, da Rússia.

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A informação aparece no documento de convocação da Assembleia Geral Ordinária de Acionistas do Betis, marcada para 16 de dezembro. O clube espanhol afirma já ter formalizado uma cobrança junto ao Botafogo e estuda encaminhar o caso à entidade máxima do futebol mundial caso não haja acordo.

Origem da cobrança e cláusula contratual

A disputa se refere a uma cláusula prevista na negociação entre Betis e Botafogo, em 2024. Na ocasião, o clube brasileiro pagou 16 milhões de euros pela contratação de Luiz Henrique. Além do valor fixo, tinha outros 2 milhões referentes a metas. Essas que teriam sido atingidas com sua transferência para o Zenit.

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Portanto, o valor cobrado pelo time espanhol corresponde a esse acréscimo de 2 milhões de euros em caso de venda para um clube europeu. O atacante foi vendido ao Zenit por cerca de 33 milhões de euros em janeiro de 2025, após ser protagonista nas conquistas do Botafogo na Libertadores e no Campeonato Brasileiro.

Divergência entre direitos federativos e direitos econômicos

A polêmica ganha força pela forma como a venda foi estruturada. Antes da transferência ao Zenit, os direitos econômicos de Luiz Henrique teriam sido repassados ao Lyon, clube francês também ligado ao grupo Eagle Football. A manobra teria ocorrido para auxiliar o Lyon a cumprir exigências da DNCG, órgão de controle financeiro do futebol francês.

Para o Betis, essa operação já ativaria a cláusula prevista em contrato, independentemente do destino final do jogador. Já o Botafogo entende que o pagamento só seria devido caso os direitos federativos fossem transferidos ao Lyon, o que não aconteceu. Assim, o clube carioca considera que não é obrigado a pagar o adicional solicitado pelos espanhóis.

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Betis endurece o tom e prepara ação internacional

O Betis adota uma postura firme e afirma que recorrerá à Fifa caso o Botafogo não efetue o pagamento. Apesar de o valor representar uma fração pequena do montante total envolvido na venda, o clube espanhol quer assegurar que todas as cláusulas contratuais sejam cumpridas integralmente.

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A cobrança reafirma o interesse do Betis em acompanhar de perto negociações envolvendo atletas formados ou negociados pelo clube, principalmente em transações internacionais.

Situação do Botafogo e impacto institucional

A disputa contratual surge em um cenário de instabilidade institucional dentro do Botafogo, que enfrenta conflitos entre a SAF e o clube social. Apesar disso, internamente a posição permanece a mesma: o entendimento jurídico do Botafogo é de que a cláusula não foi acionada, pois a transferência formal dos direitos federativos não passou pelo Lyon.

Ainda assim, por envolver legislação internacional e interpretação contratual, o caso pode ganhar relevância caso o Betis leve o processo adiante perante a Fifa.

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