Danilo conquistou o título da Libertadores pelo Flamengo e dedicou à família (Gilvan de Souza / Flamengo)
Danilo foi de torcedor do Flamengo, realizando o sonho do pai, a herói improvável da conquista do quarto título da Libertadores. Afinal, era para ser reserva na final contra o Palmeiras, mas acabou titular por causa da lesão de Léo Ortiz e fez história ao marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, sábado (29), em Lima, no Peru.
E a oportunidade de disputar o jogo mais importante desde o seu retorno ao Brasil neste ano só surgiu poucas horas antes da final. Isso porque o técnico Filipe Luís só definiu a escalação de Danilo após uma conversa franca com Léo Ortiz.
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A conversa sincera que definiu Danilo titular
O zagueiro correu contra o tempo para se recuperar de uma lesão no tornozelo esquerdo, que o tirou dos jogos há mais de um mês. E conseguiu participar dos dois últimos treinos, já em Lima. Ainda assim, admitiu não estar em plenas condições, numa conversa sincera com Filipe Luís, que viria a ser determinante para o título do Flamengo.
“Conversei com ele e perguntei o que ele estava sentindo, porque ele conquistou o direito a poder dizer pra mim o que estava no coração dele naquele momento. Ele falou que queria jogar, mas que era melhor, inclusive, ganhar sem jogar, porque a única coisa que ele queria era ser campeão. E se eu pensasse que ele poderia atrapalhar a equipe por estar um mês parado, eu poderia escolher o Danilo. A decisão era minha, mas eu queria saber o sentimento dele”, disse o treinador.
Pouco antes de Filipe Luís, Léo Ortiz já havia revelado o papo na manhã de sábado. Ele ainda revelou que sua lesão foi mais grave do que se imaginava.
” Tive uma ruptura parcial de ligamento no jogo contra o Racing na semifinal. Fiz muitos trabalhos para me colocar à disposição. Consegui, mas não estava nas melhores condições. Tive uma conversa com o Filipe também. Falei que se quisesse que eu começasse não teria problema. Se eu não jogar e a gente ganhar, para mim é o que importa”, contou à ge TV.
“Era para ser ele (Danilo), acredito muito disso”.
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Danilo perdeu familiar na véspera
Quis o destino, então, que o substituto de Ortiz resolvesse a grande final. Mas essa não é a única história envolvendo o lateral que virou zagueiro na reta final da carreira.
Para completar o enredo do herói, Danilo sofreu uma perda importante na sexta-feira, com a morte de uma tia. Além da tristeza, não pôde contar com o pai no estádio, para dividir a glória.
“Não é segredo que sou flamenguista, o quanto queria voltar para jogar aqui. Era minha prioridade. Hoje, é um dia especial. Meu pai estava vindo com minha mãe e meus irmãos para o jogo. A minha tia faleceu e ele teve que voltar. Ele é flamenguista, não pôde estar aqui presente. Queria dedicar a vitória para toda a minha família, mas para ele em especial”, declarou o jogador à TV Globo.
O recorde do herói rubro-negro
E por incrível que pareça, Danilo não marcou pela primeira vez em uma final de Libertadores. Mesmo com a carreira quase toda na Europa, ele já fizera um dos gols do título do Santos sobre o Peñarol, em 2011.
Ele tinha 20 anos na época e agora, com 34 anos, entra para a história como único jogador com dois títulos de Libertadores e outros dois de Champions League.
“Não imaginava nem jogar finais assim. Sempre imaginei chegar longe, mas não sabia que seria tão difícil. Falei no vestiário antes do jogo que tivemos muitos sacrifícios como equipe, mas cada um tem seus sacrifícios que ninguém vê. Léo (Ortiz) também se dedicou, tentou”, disse.
