Casemiro e Marcelo. Foto Alamy
A presença de atletas no comando de clubes na Europa deixou de ser exceção. A prática cresce porque muitos jogadores enxergam novas formas de investimento. Isso tem acontecido inclusive com brasileiros, como Marcelo e Casemiro.
O projeto de Marcelo entre Brasil e Portugal
Marcelo iniciou esse caminho com uma estratégia clara. Primeiro, manteve o Azuriz como base de formação no Brasil. Depois, ampliou o alcance do projeto com a compra de parte majoritária do Mafra, em Portugal. A operação criou uma ponte estável entre os dois mercados. Além disso, abriu espaço para que atletas jovens cheguem à Europa de forma gradual.
A estrutura fica dentro da holding Doze, usada para organizar investimentos ligados ao futebol. O lateral aposentado atua de forma direta na gestão. Ele influencia decisões, avalia contratações e acompanha a evolução das categorias de base. O modelo atraiu atenção porque combina formação, gestão e fluxo internacional de jogadores.
Casemiro transforma o Marbella
Casemiro seguiu um caminho diferente e entrou em um clube com ambição regional. Ele se tornou sócio do Marbella FC e ajudou a impulsionar um projeto de reposicionamento da equipe na Espanha. O ponto central do plano é o novo estádio, que custará mais de 100 millhões de euros. A obra prevê hotel, centro de alto rendimento e áreas comerciais. O conjunto mira o turismo esportivo, que cresce na Costa do Sol.
Além disso, o clube tenta aproveitar o ciclo de preparação para a Copa de 2030. A cidade aparece como opção para receber delegações. Essa chance amplia o impacto do investimento e fortalece a imagem do volante no mercado europeu. O projeto também reforça a ideia de que atletas em atividade passaram a buscar iniciativas de longo prazo. Conheça mais sobre o Marbella FC e o objetivo de chegar na La Liga.
Ibrahimovic abala o futebol sueco
Zlatan Ibrahimovic provocou um dos episódios mais marcantes desse movimento. Ele se tornou acionista do Hammarby e mexeu com a rivalidade local. A decisão irritou parte da torcida do Malmö, clube onde ele se formou. Mesmo assim, o projeto avançou. O Hammarby tenta usar a imagem do atacante para ampliar receitas e melhorar sua presença internacional.
A iniciativa mostra como jogadores experientes usam o próprio nome como ativo estratégico. Além disso, reforça o quanto investimentos em clubes de médio porte podem mudar relações tradicionais dentro do futebol europeu.
Henry e Fàbregas na Itália
O Como ganhou nova força depois da chegada de figuras conhecidas. A gestão profissionaliza o clube e tenta equilibrar história, mercado e estilo de jogo. Wise assumiu o comando executivo e reorganizou a estrutura. Fàbregas virou acionista, jogou e passou ao banco. Ele ajudou o time a retornar à elite, algo que não acontecia havia mais de duas décadas.
Henry se juntou ao grupo e reforçou o apelo internacional. A cidade turística, o estádio pequeno e o estilo de gestão chamam atenção. Além disso, o projeto busca estabilidade esportiva em um campeonato competitivo. O Como tenta crescer sem perder identidade, mesmo com nomes de peso no comando.
Mbappé assume o Caen
A família de Mbappé também deu esse passo ao controle acionário do Caen. A mudança ampliou a exposição do clube francês. No entanto, os resultados mostraram que investimento e fama não garantem desempenho imediato. O Caen caiu para a terceira divisão e expôs os desafios de gestão em um cenário de pressão constante.
O caso evidencia como clubes médios funcionam como laboratórios. Jogadores usam essas estruturas para testar modelos, montar redes e explorar novas fontes de receita.
Piqué e o laboratório do Andorra
Gerard Piqué começou cedo nesse universo. Ele assumiu o FC Andorra com o grupo Kosmos e transformou o clube. A partir de investimentos graduais, o time subiu divisões e voltou ao cenário profissional. O zagueiro também usou o projeto como plataforma de negócios. Ele ampliou a presença da empresa em esportes e entretenimento.
A experiência mostra como controle acionário pode criar novas rotas de carreira para atletas após a aposentadoria. Além disso, reforça o papel de clubes pequenos como incubadoras de ideias.
Ronaldo vive o outro lado da pressão no Valladolid
Ronaldo Fenômeno administrou o Valladolid por sete anos. Ele investiu, reestruturou o clube e tentou estabilizar o time na elite. No entanto, as oscilações foram grandes. O clube caiu, subiu e caiu de novo. A pressão da torcida aumentou e o ex-atacante decidiu vender a participação. A saída mostra que o controle de um clube também cobra preço alto.
Vinicius Jr e o caso do Alverca
A relação de Vinicius Jr com o Alverca gerou dúvidas. O atacante do Real Madrid participou das conversas iniciais. Porém, decidiu não integrar o grupo que fechou a compra. Quem aparece como investidor é seu empresário. Mesmo assim, o entorno do jogador segue próximo do projeto e acompanha o desenvolvimento do clube português.

