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Clubes pressionam a CBF por freio nos gramados sintéticos antes da temporada 2026

Dirigentes pedem suspensão de novas aprovações e defendem estudos técnicos com participação dos atletas

Por Douglas Nunes em 12/12/2025 11:13 - Atualizado há 3 horas

Gramado do Allianz Parque (Cesar Greco / Agência Palmeiras)

A discussão sobre os gramados sintéticos voltou ao centro das atenções no futebol brasileiro. Durante o Conselho Técnico da Série A, realizado no Rio de Janeiro, dirigentes de vários clubes pediram à CBF que não homologue novos campos artificiais até que um estudo amplo seja apresentado e debatido. A solicitação inclui a possibilidade de uma transição obrigatória para que as equipes retornem aos gramados naturais, embora essa decisão ainda não seja uma sinalização concreta da entidade.

Maioria dos clubes se opõe ao sintético e quer ouvir atletas

A pressão ganhou força sobretudo pela posição majoritária dos participantes do encontro. O Flamengo é um dos mais engajados no fim do gramado sintético.

Os dirigentes solicitaram que a CBF avalie a opinião dos jogadores, que já se manifestaram publicamente contra o piso artificial. Em fevereiro, nomes como Neymar, Thiago Silva, Gabigol e Philippe Coutinho publicaram mensagens contrárias ao sintético, reforçando a necessidade de a confederação ouvir quem está diretamente em campo.

Apesar da predominância dos críticos, cinco clubes defenderam seus gramados sintéticos. Eles afirmaram que, quando construídos com alta tecnologia, oferecem condições superiores às encontradas em muitos estádios com grama natural em mau estado. Ainda assim, o grupo ficou em minoria na reunião.

Decisão ficará para o início de 2026 com novos estudos

A CBF informou que a discussão será retomada entre fevereiro e março, quando um novo encontro está previsto. Até lá, não se espera que algum clube tente implementar mudanças estruturais em seu estádio. A entidade já havia encomendado, no início da temporada, um levantamento sobre lesões em diferentes pisos. O resultado mostrou números próximos entre grama natural e sintética, mas abriu caminho para que outros fatores técnicos entrassem na pauta.

Entre os temas adicionais está o impacto no ritmo de jogo e a possível vantagem competitiva para equipes que utilizam o sintético. A confederação considera que decisões dessa magnitude precisam de governança mais sólida. Por isso, avalia a criação de modelos que exijam quórum qualificado ou prazos mínimos para a revisão de regras.

Debate se espalha para outros temas, como estrangeiros e rebaixamento

A pauta do Conselho Técnico também trouxe discussões paralelas que poderão ser retomadas no início de 2026. Um dos temas é o número de estrangeiros permitidos em campo. O limite passou de cinco para sete e depois para nove em temporadas recentes, mas agora cresce o entendimento de que o número deve diminuir.

Outra discussão envolve uma eventual redução no total de rebaixados para a Série B. Nesse caso, é necessário incluir os clubes da segunda divisão, já que a mudança afetaria diretamente o equilíbrio das competições.

Flamengo puxa movimento, e clubes com sintético reagem

O assunto dos gramados tende a ser o mais conflituoso. O Flamengo vem se posicionando de forma enfática contra o sintético e apresentou à CBF uma proposta de proibição completa, com período de transição até 2027 para a Série A e um prazo maior para a Série B. A iniciativa aumentou a tensão entre os clubes, especialmente pela rivalidade recente com o Palmeiras, que utiliza o piso no Allianz Parque desde 2020.

A proposta gerou reação imediata das equipes que jogarão a primeira divisão em 2026 com gramado sintético: Athletico-PR, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras. Elas argumentam que os campos artificiais representam uma solução moderna e minimizam problemas enfrentados em estádios com manutenção deficiente.

CBF quer resolver o impasse e promete cobrar melhorias nos gramados naturais

O Brasileirão de 2026 pode ter até 30% de suas partidas em estádios com sintético, o que torna a discussão ainda mais sensível. A confederação promete encarar o tema sem novos adiamentos e, paralelamente, afirma que aumentará a cobrança sobre a qualidade dos gramados naturais no país. O debate seguirá até o início da temporada, com clubes e jogadores buscando influenciar a decisão final.

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