Presidente do Corinthians, Osmar Stabile, e o executivo de futebol, Fabinho Soldado (Rodrigo Coca / Ag Corinthians)
O Corinthians vive um dos momentos financeiros mais delicados de sua história. Segundo relatório divulgado pelo próprio clube, o Timão ultrapassou R$ 2,7 bilhões em dívidas no período entre julho e setembro deste ano, consolidando-se como o maior devedor do futebol brasileiro. O valor engloba todos os tipos de obrigações pendentes, como salários, impostos, empréstimos bancários e ações trabalhistas. Dentro desse montante está incluída também a dívida referente à Neo Química Arena, que atualmente soma R$ 653 milhões junto à Caixa Econômica Federal.
Além do endividamento crescente, o Corinthians deve fechar 2025 com um déficit significativo. Até setembro, o rombo já alcançava R$ 180,1 milhões, com projeção de encerrar o ano em aproximadamente R$ 272 milhões negativos. A diretoria alvinegra afirma, porém, que esse número é majoritariamente contábil e não afeta diretamente o fluxo de caixa. De acordo com o clube, a regularização de débitos fiscais deve diminuir o impacto nos próximos meses.
Apesar da situação preocupante, o Corinthians mantém os salários dos jogadores e funcionários em dia. A única exceção recente foi a primeira parcela do 13º salário, que atrasou por cinco dias antes de ser quitada. Alguns atletas ainda têm pendências relacionadas aos direitos de imagem, e fornecedores do clube também aguardam pagamentos, o que evidencia o desafio financeiro vivido no Parque São Jorge.
Historicamente, o clube já enfrentou déficits consideráveis. O maior deles ocorreu em 2019, durante a gestão de Andrés Sanchez, quando o Corinthians fechou o ano com um prejuízo de R$ 177 milhões — valor que corresponderia a cerca de R$ 248 milhões se corrigido pela inflação atual. Ainda assim, os números projetados para 2025 ultrapassam qualquer marca registrada anteriormente.
Para tentar reverter o cenário, a diretoria presidida por Osmar Stábile anunciou recentemente a adoção do sistema SAP Concur, uma plataforma de tecnologia voltada para o controle, automação e monitoramento de despesas. O objetivo é modernizar a gestão financeira e combater falhas internas que contribuem para a expansão da dívida.
Em nota oficial, o clube destacou que a ferramenta proporcionará “maior automação, precisão e visibilidade em todo o ciclo de gastos, eliminando inconsistências no fluxo financeiro e permitindo um controle mais rígido das despesas”.
Com o déficit crescente e a dívida se aproximando de patamares históricos, o Corinthians terá 2026 como um ano crucial para reorganizar suas finanças e evitar um agravamento ainda maior da crise.

