Os documentos do Football Leaks foram publicados pela revista alemã, Der Spiegel. Contudo, ela integra a European Investigative Collaborations (EIC). A informação revela que o Manchester City foi financiado diretamente por uma agência governamental de Abu Dabi.
As informações foram confirmadas pelo “Info Libre“, que por sua vez, integra também a EIC. Contudo, não é a primeira vez que o City se envolve em polêmica parecida.
De acordo com os documentos, a sociedade detentora do Manchester City, havia dado milhões em comissões a agentes futebolistas, como bônus. No entanto, a ação burla a legislação vigente. Além disso, a fonte aponta que a operação financeira do City havia o “Mediapro” como intermediário, para camuflar seus pagamentos.
Em 2020, o City já havia sido punido pela UEFA por dois anos de suspenção nas competições europeias. Isto porque o clube inglês havia feito financiamentos irregulares. Portanto, foi sancionado, mas depois teve sua punição anulada pelo TAS, após o clube apresentar recurso.
O que diz os documentos do Football Leaks?
Os documentos apresentam pagamentos da empresa proprietária do Manchester City desde 2008 ao ano passado, de 2021. ADUG (Abu Dabi United Group Investment & Development) é a empresa dona do Clube, e os pagamentos foram autorizados pela agência governamental de Abu Dabi, EAA – Autoridade de Assuntos executivos. Contudo, a agência é presidida por Jaldún Al Mubarak, que por sua vez, é o presidente do City.
Os documentos de investigação apontam que o o fluxo de dinheiro gerados pelo Governo acabaram nas contas do City. Além disso, as solicitações de pagamentos de comissões dos agentes foram enviadas ao diretor jurídico da EAA. E uma fatura da Etisalat – empresa pública árabe que patrocina o Manchester City -, foi enviada pelos ingleses a Omar Awad, diretor financeiro da agência governamental.
Pressão a menores, segundo Der Spiegel:
As infrações não pararam por aí. Isto porque a mesma informação aponta que o City pode ter pressionado jogadores menores de idade a assinarem contratos em troca de certas quantias de dinheiro. Conquanto, este tipo de ação contraria as normas internacionais.
Entre os casos, é enfatizada a situação de Brahim Díaz, que assinou com o City, em 2013, quando ainda tinha 14 anos. O contrato foi preparado com agência que representava o atleta, de propriedade de Pere Guardiola, irmão do técnico Pep Guardiola.
A empresa do irmão de Guardiola receberia 420 mil libras, caso convencesse Díaz a assinar um contrato professional com o City, o que acabou acontecendo quando o atleta tinha 17 anos. Além disso, o Málaga, clube de origem do jogador, havia recebido 360 mil euros por meio da empresa Mediapro.
Media Base Sports é a empresa de propriedade do irmão de Pep Guardiola, pertencente à Imagina Media, grupo o qual está integrado a Mediapro. No entanto, desde 2018, o grupo está nas mãos do Orient Hontai Capital – primeiro grupo de capital privado da China.
A Der Spiegel acrescenta ainda que, as quantias destinadas a pagar os jovens jogadores, haviam aprovação do diretor geral, o espanhol Ferran Soriano, e do presidente do City, Jaldún Al Mubarak. Portanto, o desembolso por meio da agência governamental foi direcionado a Simon Pearce, diretor da equipe inglesa.
Patrocinadores do Manchester City
Contudo, os documentos ainda aponta que os patrocinadores, com sede em Abu Dabi, custearam apenas parte dos pagamentos do clube; maioria a cargo do sheik Mansur. Conquanto, Pearce administrou os assuntos do clube como membro da junta diretiva ao mesmo tempo que exercia a função de assessor especial do presidente da EAA, Al Mubarak.
Pearce mantinha contato com os patrocinadores do City, localizados nos Emirados. Além de ser quem intermediava o departamento financeiro do clube, quando necessitava tratar de detalhes de contratos e do desembolso dos fundos da agência governamental de Abu Dabi, de acordo com a publicação da Der spiegel.

