Home Futebol Confusão? Técnico acusa torcida do Vasco de ofensa racial, mas volante do time sai em defesa e explica o caso

Confusão? Técnico acusa torcida do Vasco de ofensa racial, mas volante do time sai em defesa e explica o caso

Grito da torcida para o jogador teriam gerado a confusão

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

Na vitória por 1 a 0 do Vasco sobre a Ponte Preta, por 1 a 0, um caso chamou a atenção. Na súmula, o árbitro da partida, Rodolpho Toski Marques, registrou que o meia Ramon e o técnico Hélio dos Anjos teriam dito que ouviram, vindo da torcida do Vasco, sons de macaco, o que configuraria racismo.

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“Aos 39 minutos do segundo tempo, com o jogo paralisado, o atleta de número 40, senhor Ramon Rodrigo de Carvalho, e o técnico, senhor Hélio Cézar Pinto dos Anjos, ambos da equipe Ponte Preta, informaram ao árbitro que ouviram sons de macaco vindos da torcida do Vasco da Gama. Esses sons não foram ouvidos pela equipe de arbitragem e nem pelo delegado da partida”, escreveu o árbitro em súmula.

O caso ganhou repercussão rapidamente, mesmo que o técnico e o jogador não tenham se pronunciado. Porém, posteriormente à partida, ao Premiere, o volante Yuri Lara saiu em defesa da torcida cruzmaltina e disse que tudo se trata de uma confusão.

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Isso porque eles teriam confundido barulhos de macaco com barulhos de latido, que é como a torcida homenageia o próprio volante, que tem o apelido de ‘pitbull’.

“O Ramon falou comigo sobre isso, falei que não era racismo, não tem nada a ver. Realmente estavam latindo, como latem. Não tem nada a ver com macaco. É inadmissível o racismo, ainda mais com a torcida do Vasco, por tudo que o Vasco representa para a história. Expliquei para ele que não tinha nada a ver com racismo. É o latido.”

Vasco se pronuncia sobre acusação

“Fomos surpreendidos na noite da última quarta-feira (27/04) em São Januário com uma absurda acusação de racismo direcionada a torcida do Vasco vinda de alguns profissionais da A. A. Ponte Preta. Algo sem fundamento algum e que se baseou equivocadamente num canto criado pela torcida do Vasco utilizado para homenagear o volante Yuri Lara, algo já feito, por exemplo, por outras torcidas e em outras praças esportivas.

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Ao se fazer uma acusação de racismo, crime gravíssimo, além de se ter certeza do que está sendo dito, é imprescindível se conhecer o histórico dessa luta no país. E não há como falar do combate ao racismo no futebol brasileiro sem que o Vasco da Gama seja o principal protagonista.

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Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a “Resposta Histórica”, o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos. E o estádio de São Januário sintetiza a maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam a inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol.

Portanto, como não poderia ser diferente, condenamos a atitude e lamentamos que uma pauta tão séria seja utilizada da forma que foi.

São Januário é a casa do legítimo clube do povo e fazemos questão de que continue sendo assim.”

Better Collective