Titular na final entre Remo e Águia de Marabá, o atacante Jean Silva foi vítima de injúria racial no segundo jogo da decisão do Campeonato Paraense. É o que oficializou o clube azulino nesta segunda-feira (29).
Em longo texto publicado nas redes sociais, o Leão repudiou “veementemente” o caso e lembrou que houve uma ação de combate ao racismo, antes da final começar no estádio Banpará Baenão.
A campanha, aliás, se estendeu para todo o país neste fim de semana. Os jogadores sentaram ou ajoelharam no gramado e permaneceram imóveis por cerca de um minuto, antes do apito inicial das partidas de Campeonato Brasileiro.
O Remo também cobrou “apuração rígida” por parte dos órgãos competentes e disse que está levantando as imagens do sistema de segurança interno para detectar os ofensores.
Dentro de campo, o time remista venceu o Águia de Marabá por 2 a 1. O resultado levou a decisão para a disputa de pênaltis. O título foi ganho pelo clube do interior paraense.
Jogo de ida também teve ofensas
O primeiro jogo entre Remo e Águia foi disputado no estádio Zinho Oliveira, em Marabá. Um vídeo viralizou nas redes sociais.
As imagens mostram um grupo de torcedores remistas caminhando até o palco esportivo. No entanto, um cidadão chamou os azulinos de “índios”.
Leia a nota oficial do Remo
“O Clube do Remo repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, discriminação, desrespeito, ofensas e, principalmente, atos e comportamentos injuriosos de cunho racial, étnico e de gênero”.
“Lembrando que, durante a partida os jogadores de ambos os times entraram em campo reforçando a campanha contra o racismo em parceria com a Federação Paraense de Futebol (FPF)”.
“O Clube exige uma apuração rígida dos fatos, além de informar que está providenciando o levantamento de todas as imagens do circuito interno de segurança do estádio”.
“O Remo se coloca à disposição das autoridades e de todos os envolvidos para ajudar no que for necessário. O Clube está prestando toda assistência ao atleta azulino”.
“A intolerância, a discriminação e o preconceito precisam ser combatidos, seja no esporte ou em qualquer lugar na sociedade. Esperamos que a partir de agora atos como esse não se repitam”.
“E, reconhecemos que, para tais pautas, não há cor, raça, credo, religião e muito menos escudos que nos diferenciem ou não tornem mais ou menos que o próximo”.

