O comentarista Mauro Cezar Pereira não deixou barato em seu X (antigo Twitter) os insultos de cunho intolerante religioso que o atacante Bill, do Nova Iguaçu, e revelado pelo Flamengo, recebeu após o gol marcado na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco pela semifinal do Campeonato Carioca.
Mauro Cezar esbravejou em sua rede social e questionou se os jogadores do futebol brasileiro só podem “comemorar ajoelhado com os dedos indicadores para o céu”.
Os insultos se deram após Bill exaltar o orixá Oxóssi após o gol da vitória do Nova Iguaçu no Maracanã. Ele tradicionalmente repete a comemoração de disparar o arco e flecha, assim como Oxóssi, após os gols marcados.
Após o gol, Bill ainda foi às câmeras de transmissão e bradou: “Nunca foi sorte, sempre foi meu pai Oxóssi”
Nas redes sociais, vários torcedores rivais utilizaram palavras para degradar a religião do candomblé, chamando Bill de nomes pejorativos como “macumbeiro”, e apontando que o atleta “fez pacto com o diabo”.
Defendido por Mauro Cezar, Bill admitiu tristeza em entrevista
Revelado pelo Flamengo e atualmente emprestado ao Nova Iguaçu pelo Dnipro, da Ucrânia, o atacante do Nova Iguaçu não escondeu a chateação com os comentários, mas disse ao ge.globo que não pretende mudar o jeito de comemorar os gols.
“Fica um pouco um sentimento de tristeza pela intolerância das pessoas. Mas a gente tem que continuar batendo nessa tecla porque um dia essa situação acaba”, declarou o atacante que foi revelado pelo Flamengo.
“A comemoração representa minha mudança como ser humano. Eu morri para o mundo e renasci para o meu lado espiritual. Eu me sinto muito melhor. A fé está em todas as áreas da minha vida, no lado profissional, pessoal, psicológico. A importância é máxima”, disse o camisa 10 do Nova Iguaçu, que pediu respeito aos torcedores rivais.
“É uma coisa que vou continuar fazendo, vou levar para o resto da vida. E quem não gostar, vou fazer o quê? Só precisam me respeitar”, pontuou Bill.