Bobadilla, volante do São Paulo (Paulo Pinto / saopaulofc)
Além da vitória do São Paulo por 2 a 1 diante do Talleres, o embate na Libertadores trouxe uma acusação grave. Discutindo com Bobadilla, o lateral-esquerdo venezuelano Navarro acusou o volante do Tricolor de cometer um ato de xenofobia atrelada à fome no país vizinho. Neste contexto, o atleta supostamente ofendido ameaçou deixar o jogo e foi visto chorando em campo.
Em mensagem no Instagram, Navarro confirmou que não vai esquecer o caso. Depois da partida, o jogador do Talleres prestou queixa na polícia e, na sequência, espera que Bobadilla seja devidamente punido. Segundo informações divulgadas na imprensa, o camisa 21 chamou o adversário de “morto de fome”.
“Quisera eu poder ter nas minhas mãos a solução para a fome que vive meu país, espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não creio que se possa fazer muito sobre a pobreza mental. Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil pelas mãos de Damián Bobadilla. No futebol não há espaço para discursos de ódio.”, escreveu Navarro.
Post do Navarro, do Talleres, nas redes sociais. Ele disse à polícia que Bobadilla o chamou de “venezuelano morto de fome”. pic.twitter.com/iKKIJvifDo
— Felipe Ruiz (@FelipeGomesRuiz) May 28, 2025
Atitude de Bobadilla é repudiada
Vindo à público, o lateral-direito Augusto Schott destacou que Bobadilla cometeu um ato de racismo, que se encontra qualificado dentro do mesmo artigo de xenofobia. Levando em conta o número de campanhas contra o preconceito vistas no Brasil, cenário que ganhou ênfase através da luta de Vinícius Júnior, o comportamento do volante foi lamentado.
“Quero falar sobre um ato de racismo que nós sofremos. Nos dói porque estamos num lugar em que se promove muito a luta contra o racismo. Um companheiro nosso ficou muito triste. Não queria deixar passar simplesmente isso.”, afirmou Augusto Schott.

Técnico ressalta denúncia
Em coletiva de imprensa, Mariano Levisman, treinador do Talleres, enfatizou que não se pode ignorar o ato de Bobadilla. Isso porque, além do racismo, a postura de xenofobia é completamente inadmissível, motivo pelo qual o comandante fez uma cobrança sobre o caso.
“Se faz muita ênfase nesta competição sobre discriminação, e nós tivemos um jogador que foi discriminado no dia de hoje. Navarro sofreu um comentário ofensivo sobre a sua procedência. É algo que consideramos que não pode passar.”, externou o comandante do Talleres.

