Defesa do atacante criticou STJD em nota (Foto: Pedro Souza / Atlético)
Dudu está suspenso da partida deste domingo (20) entre Palmeiras e Atlético-MG, pelo Brasileirão Série A, por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ofensas de teor misógino à presidente do Verdão, Leila Pereira, em postagens feitas nas redes sociais do atleta. E a tentativa de um efeito suspensivo, no entanto, ainda não surtiu resultado.
Punido com seis jogos fora dos gramados pelas ofensas, o atacante do Galo teve um recurso entregue pelos advogados do clube para poder jogar neste domingo contra sua ex-equipe. Mas o tribunal não deu seu parecer quanto ao pedido e isto tira o atleta do duelo diante do Verdão. O que não deixou nada contente a defesa do jogador.
‘Ausência de isenção’
Em nota publicada pelo GE, a defesa de Dudu fez várias críticas ao STJD e à decisão de punir o jogador do Atlético-MG. No entendimento dos advogados, a punição seria um ‘sintoma grave de interferência’ na corte, citando uma foto no qual a auditoria do tribunal que trabalhou no julgamento estaria ao lado das advogadas que defenderam Leila Pereira no caso como uma situação que ‘interferiu’ no resultado, retirando o que seria a ‘isenção’ do colegiado para apreciar o processo.
“É mais do que omissão, é um sintoma claro de interferência e ausência de isenção. O que agrava ainda mais a situação é a foto publicada no dia do julgamento, em que aparece a auditora do STJD que integrou o colegiado, ao lado das advogadas da presidente do Palmeiras, que é parte diretamente interessada no resultado. O slogan estampado: “Mulheres ocupando espaços no esporte e no mundo”, diz o texto.
“Quando o julgamento trata justamente de um caso de narrativa de gênero e o discurso público das julgadoras ecoa o da acusação, a imparcialidade desaparece. A verdade é que há processo cível e criminal, em curso, por ambas as partes”, continua o texto.
Advogados veem ‘jogo de cartas marcadas
A defesa de Dudu também reclama da demora na resposta do tribunal ao pedido de efeito suspensivo para o atacante, vendo a situação ‘sem precedentes’. Outro ponto criticado foi o fato de que, segundo os advogados do atleticano, o caso jamais deveria ter sido julgado pelo STJD, por, na alegação destes, não envolver nenhum incidente dentro de campo entre as partes ou os respectivos clubes.
“Tudo ocorreu na esfera extracampo e entre pessoas físicas. Tanto é que a ação ajuizada pela Leila foi pelo CPF dela e não pelo CNPJ do clube. Mas o que se viu foi uma condenação construída em um um ambiente simbólico incompatível com a Justiça, e um efeito suspensivo inexplicavelmente parado”, diz o nota.
“Com isso Dudu não irá jogar. É jogo de cartas marcadas. Essa imagem é mais do que uma foto. É a afronta ao devido processo legal, à defesa e a integridade do futebol brasileiro. Causa indignação”, finaliza o texto.

