Home Esportes Olímpicos Tudo o que você precisa saber sobre luta olímpica para Tóquio 2020

Tudo o que você precisa saber sobre luta olímpica para Tóquio 2020

Modalidade quase deixou de figurar nos Jogos Olímpicos

Eduardo Statuti
Estudante de jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei. No Torcedores desde 2019.

A luta olímpica é uma das categorias mais antigas no cronograma das olimpíadas. A modalidade é dividida entre estilo livre e greco-romana, porém, as mulheres participam apenas do primeiro estilo livre. Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, os lutadores terão seis eventos disponíveis para conquistar uma vaga. Contudo, os brasileiros têm três oportunidades para conseguir seu lugar.

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A primeira oportunidade dos atletas do Brasil ocorreu no mundial de Astana, disputado em abril de 2019. Entretanto nenhum dos atletas conseguiu garantir sua vaga no evento. Contudo, os brasileiros ainda podem conquistar seu lugar nos pré-olímpicos mundiais e continentais que ocorrerão no primeiro semestre de 2020. A seletiva das Américas ocorrerá entre os dias 3 e 5 de abril nos Estados Unidos.

 

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Primórdios da Luta Olímpica

A modalidade surgiu no berço das Olimpíadas, na Grécia Antiga, onde a luta fazia parte do pentatlo. Os duelos entre lutadores aparecem até em pinturas egípcias com mais de 5000 anos. A modalidade era praticada como forma de treinamento militar, mas com o passar do tempo, tomou forma de esporte e se tornou menos violenta.

Atualmente, a luta olímpica é dividida entre greco-romana e a livre, sendo a primeira foi incluída nas Olimpíadas em Atenas em 1896. Contudo, a modalidade livre entrou nos jogos olímpicos apenas em 1904 em Saint Louis, e tem origem britânica. Entretanto, as mulheres só participaram das lutas nas Olimpíadas de 2004, que curiosamente também foram realizadas em Atenas.

A primeira medalhista brasileira na luta olímpica foi a paulista Aline Silva. Sua conquista ocorreu no Campeonato Mundial Senior de 2014, realizado no Uzbequistão. Naquela oportunidade, Aline ganhou a medalha de prata na categoria até 75 quilos.

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Estilo greco-romano e livre

Na contemporaneidade as lutas são disputadas em dois tempos de três minutos, com intervalo de 30 segundos entre as etapas. Nas duas modalidades, o principal objetivo dos lutadores é imobilizar seu oponente de costas para o solo, ação que encerra a disputa. Caso nenhum dos dois atletas consiga isso, o vencedor é decidido pela pontuação que o juízes derem ao longo da luta. Contudo, se houver empate nos pontos, vence o lutador que tiver desferido o golpe com maior valor. Se persistir o empate, vence quem golpeou por último no combate.

No estilo greco-romano, os atletas só podem usar o tronco e os braços para atacar seu oponente e se defender. Na modalidade, quem abre mais de oito pontos de vantagem encerra a luta, enquanto no estilo livre são necessários dez. A pontuação também tem suas particularidades nas duas modalidades. Na mais antiga, se um lutador conseguir suspender seu adversário totalmente no ar e deixá-lo em posição vulnerável, ele ganha 4 pontos. Porém, se o lutador que está executando a queda de grande amplitude encostar seus ombros no chão na execução do movimento, receberá 4, mas seu adversário ganhará 1 ponto devido ao encostamento instantâneo. As categorias olímpicas na luta greco-romana são divididas em 60kg, 67kg, 77kg, 87kg, 97kg e 130kg.

No estilo livre, há algumas diferenças de pontuação no combate. Defender-se ou contra-atacar o adversário valem um ponto, assim como as punições por passividade. Ao se derrubar seu adversário, se ganha dois pontos, mesma pontuação de quando o oponente é rolado sobre seus ombros. As categorias olímpicas masculinas são divididas em 57kg, 65kg, 74kg, 86kg, 97kg e 125kg. Enquanto as divisões de peso feminina são 50kg, 53kg, 57kg, 62kg, 68kg e 76kg.

 

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Vai e vem da Luta Olímpica

A modalidade deixou de fazer parte das Olimpíadas por pouco tempo. Em 12 de fevereiro de 2013, o COI (Comitê Olímpico Internacional) votou pela exclusão da luta a partir de 2020. Entretanto, a modalidade foi incluída numa lista junto com sete esportes para disputar seu retorno aos Jogos. Posteriormente, no dia 29 de maio de 2013 a luta olímpica continuou como candidata, assim como o Beisebol/Softbol e Squash. Mas três meses depois, em 8 de setembro, na 125ª Sessão do COI em Buenos Aires, a luta foi reinserida no programa olímpico até 2024.

 

Guerra Fria na Luta Olímpica

Nenhum lutador na história conquistou quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas nessa modalidade. Bruce Baumgartner  foi um dos dois homens que conseguiu medalhas em quatro Jogos Olímpicos seguidos. O estadunidense ganhou o ouro em 1984 e 1992, uma medalha de prata em 1988 e uma de bronze em 1996.

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Contudo, um dos maiores nomes do esporte na história é Alexander Medvedev. O soviético, com sobrenome referente aos ursos mostrou sua força em três Olimpíadas. O bielorrusso nunca foi derrotado nos jogos olímpicos, mas empatou contra o turco Ahmet Ayik em 1964. Medvedev foi nomeado como melhor atleta da Bielorrússia no século XX, e um dos dez primeiros indicados para o Hall da Fama Internacional de Wrestling da FILA.

 

Nomes da modalidade para Tóquio 2020

Um turco e uma japonesa devem se destacar nas Olimpíadas deste ano. Dentro de casa Risako Kaway, buscará seu segundo ouro seguido no estilo livre. Em 2016, a atleta de 25 anos venceu na categoria abaixo de 63 kg. Além da conquista olímpica, a japonesa venceu em 2019 seu terceiro mundial seguido. Ademais, no ano passado, a lutadora venceu na categoria até 57kg.

 

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No masculino, o turco Riza Kayaalp, vai em busca de seu primeiro ouro olímpico após bater na trave nos dois últimos Jogos. No Rio, o lutador ganhou a prata, enquanto em Londres ficou com o bronze. Se seus resultados continuarem evoluindo, 2020 será seu ano. O turco venceu o Mundial no ano passado na categoria até 130kg, conquistando seu quarto título na competição.

Cariocas devem ser destaques neste ano na modalidade

Dentre os brasileiros, dois cariocas devem ser destaque neste ano olímpico. Joice da Silva foi campeã já em seu primeiro torneio na carreira. Em 2008, a atleta participou da preparação para os Jogos de Pequim, e em Londres, se tornou a segunda mulher a representar o Brasil na modalidade. Em 2015, Joice emocionou o país ao se tornar a primeira atleta campeã nacional da modalidade nos Jogos Pan-Americanos. Ademais, a atleta figura entre as 20 melhores do mundo desde 2012.

No masculino, a promessa tem sobrenome libanês, mas raízes cariocas. Antoine Jaoude descobriu sua paixão pelo esporte de uma maneira conturbada, em meio aos conflitos da guerra civil ocorrida no país de seus familiares. Em meio ao conflito armado, o carioca começou a ver Luta Olímpica junto com seu avô pela TV e se apaixonou pela modalidade. Daí para a frente a relação com o esporte só ficou mais intensa, e em 2004, Jaoude representou o Brasil nos Jogos de Atenas, após 12 anos de ausência dos brasileiros.

 

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