Home Esportes Olímpicos Evoluiu. O desenvolvimento da ginástica artística no mundo e no Brasil

Evoluiu. O desenvolvimento da ginástica artística no mundo e no Brasil

As personalidades mais famosas do esporte marcam as mudanças ocorridas na ginástica artística

Eduardo Statuti
Estudante de jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei. No Torcedores desde 2019.

Das ruas do Egito Antigo para os mais modernos ginásios

A ginástica artística tem origem no Egito e principalmente na Grécia Antiga. Outrora chamado de ginástica olímpica, o esporte se iniciou em solo grego com atletas que buscavam atingir a perfeição por meio de seus corpos. Além disso, tais atividades físicas eram usadas também para preparar os atletas para outros tipos de praticas esportivas. Já no Egito, a ginástica também era praticada por homens, com o intuito de divertir quem passasse pelas ruas. 

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Foi apenas no século XIX que a ginástica passou a ser considerada um esporte. O pedagogo alemão Friederich Ludwig Cristoph Jahn (1778-1858) fundou vários clubes voltados ao esporte em seu país. Entretanto, a prática esportiva foi considerada perigosa por muitas pessoas. Sendo assim, os alemães tiveram de levar o esporte para outros países da Europa. Tempos depois a prática se consolidaria, quando em 1881 foi fundada a Federação Europeia de Ginástica. Em 1896, a categoria já figurava nos Jogos Olímpicos de Atenas. Todavia, as mulheres conquistaram seu espaço apenas em 1928 na Holanda, durante as Olimpíadas de Amsterdã.

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Atualmente, a ginástica artística se divide em uma série de aparelhos. Entretanto, apenas dois deles são executados por homens e mulheres. São eles o Solo (com duração de 90 segundos no feminino e 70 no masculino) e o Salto (onde o atleta corre por uma pista de 25 metros, salta em um trampolim, apoia as mãos na mesa de salto e gira no ar). Sendo assim, o Cavalo com alças(exercício de rotação), as argolas( que ficam a 2,80 metros do chão), as Barras Paralelas e as Barras Fixas são aparelhos exclusivos para os homens. Enquanto as Barras Assimétricas e a Trave de Equilíbrio são praticadas apenas pelas mulheres.

 

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Ginástica artística chega ao Brasil

O esporte chegou ao Brasil durante o final do século XIX, trazido por imigrantes europeus. Logo, a ginástica se popularizou no sul do país, onde havia maior concentração pessoas vindas da Europa. As primeiras federações surgiram entre 1858 e 1868, porém, foi só no século XX que elas se espalharam por todo o Brasil. Assim sendo, em 1950 foi realizado o primeiro campeonato nacional da categoria. Participaram da competição federações e atletas originários de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Tempos depois, em 1978 foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

As regras do esporte são ditadas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Sendo assim, as competições se dividem em quatro fases que costumam durar nove dias. Primeiramente, acontecem as eliminatórias, onde todos os atletas participam. Depois, vem as finais por equipe, na qual competem as oito melhores equipes. Em seguida, as finais individuais disputadas pelos 24 primeiros colocados na eliminatória, sendo que não são permitidos mais de quatro atletas de cada equipe. Por último, a final por prova, onde os oito melhores de cada aparelho competem pelas medalhas. As pontuações são dadas levando em conta a dificuldade, originalidade e execução dos exercícios obrigatórios e livres.

A garota que colecionava bonecas e notas dez

Em 18 de julho de 1976, a performance de apenas 20 segundos de uma garota de 14 anos entrou para a história. A menina era a romena Nadia Comaneci, e nesta data, durante as Olimpíadas de Montreal, a romena chegou a perfeição. Durante sua série nas barras assimétricas, ela atingiu a nota 10, feito inédito até então. A garota, que durante essa mesma fase da vida ainda colecionava bonecas, alcançou a avaliação máxima dos juízes naqueles jogos por mais seis vezes. Além disso, conquistou três medalhas de ouro (Individual geral, Barras Assimétricas e Trave), uma de bronze(Solo) e uma de prata (Equipes).

Na Olimpíada seguinte, em Moscou, Nadia se despediu de sua carreira olímpica. Durante os Jogos de 1980, a romena não alcançou a nota perfeita novamente. Entretanto, saiu da competição com dois ouros(Trave e Solo) e duas pratas(Individual Geral e por Equipes). Tempos depois, a garota foi eleita como uma heroína do trabalho socialista pelo líder comunista Nicolae Ceaușescu.

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Soviéticos históricos dos anos 60 na ginástica

No ano de 1964, Larissa Latynina encerrou suas participações em Olimpídas. A garota que outrora foi bailarina, iniciou sua história olímpica em 1956. Durante os Jogos Olímpicos de Melbourn, a ucraniana conquistou quatro medalhas de ouro(Individual Geral, Equipes, Salto e Solo) e uma de prata(Trave). Nas duas olimpíadas seguintes, em Roma 1960 e Tóquio 1964 a soviética somou mais treze pódios, com quatro medalhas de cada valor. Com seus 18 pódios, Larissa Latynina, se tornou a maior medalhista da história olimpíadas, posto que foi tomado em 2008 por Michael Phelps.

Já o russo Albert Azarya, se destacou nas provas  pela sua irreverência. O atleta foi o primeiro da história a fazer o movimento Cruz, que foi batizado com o seu nome. O exercício das argolas, consiste em alinhar a cabeça com um dos braços, e formam um cruz ao se observar o corpo todo. Durante suas atuações, Azarya sorria para os juízes. Mesmo assim, suas atuações lhe renderam dois ouros olímpicos nas argolas, em Melbourn 1956 e Roma 1960.


Evoluiu, com ritmo agressivo

Atualmente, as competições de ginástica artísticas tiveram que ser incrementadas, devido as evoluções do esporte. As competições de hoje em dia exigem mais velocidade, força e concentração do que nos anos 60.  Os atletas históricos, como Nadia Comaneci, eram com certeza fenômenos do esporte, mas praticavam um esporte muito diferente do que é disputado no século XXI. Os treinamentos modernos consistem em repetições, para que os movimentos mais simples se tornem automatizados pelo corpo dos atletas. Após acostumados com esses movimentos menos importantes, os ginastas focam nas acrobacias que aumentam sua notas nas competições.

Sendo assim, deve-se lembrar da ginasta que mais se destacou nas Olimpíadas do Rio em 2016, Simone Biles. A estadunidense nascida em 1997 chamou a atenção do mundo ao conquistar cinco títulos mundiais no individual geral(2013,2014,2015,2018,2019), e principalmente, por conquistar quatro ouros(Individual Geral, Equipes, Solo, Salto) e um bronze (Trave) nas Olimpíadas do Rio. Ao se comparar suas performances com as de Nadia, pode-se observar claramente o quanto o esporte evoluiu com o passar das décadas.

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Nascido em São Caetano do Sul, Arthur Zanetti foi um dos destaques brasileiros nas últimas olimpíadas. Beneficiado pela sua altura, força e calma, o brasileiro conquistou a medalha de ouro em 2012, e entrou nas Olimpíadas do Rio com muita expectativa. O atleta não decepcionou, e ficou com a prata. Além dos resultados olímpicos, Arthur conquistou um ouro e três pratas em mundiais. Seu biotipo e suas atuações de diferenciam também das de Albert Azarya.

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