Home Esportes Olímpicos De Filípides a Eliud Kipchoge, a criação e evolução da Maratona

De Filípides a Eliud Kipchoge, a criação e evolução da Maratona

Um esporte que teve origem com uma história épica e testa os limites dos seres humanos

Eduardo Statuti
Estudante de jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei. No Torcedores desde 2019.

Do campo de batalha para as Olimpíadas

Há mais de 2500 anos atrás um jovem foi convocado para uma nobre missão por Milcíades, general grego. Seu exército acabara de vencer uma batalha épica em Maratona, mas precisava chegar com urgência em suas terras. A necessidade era tamanha devido à instrução que fora dada as mulheres de seu território. Como era de conhecimento do exército, os gregos haviam partido em menor número para a batalha. Sendo assim, suas esposas foram orientadas a cometer suicídio caso avistassem persas se aproximando.

PUBLICIDADE

Você conhece o canal do Torcedores no YouTube? Clique e se inscreva! 

Siga o Torcedores também no Instagram

Quando ganharam a batalha, os gregos se lembraram da orientação, e mesmo após um combate extenuante, partiram rápido para a sua terra. A pressa era devido a esquadra persa que partira rumo ao território ateniense. Sendo assim, os soldados gregos teriam de chegar antes de seus inimigos para salvar seu povo. Entretanto, Milcíades se lembrou das orientações dadas as mulheres, e temeu que se caso os navios atenienses fossem vistos antes do exército grego, elas dessem início ao plano orientado. Sendo assim, o general ordenou que Filípides corresse rumo à Grécia e avisasse seu povo que haviam vencido a batalha.

Após percorrer mais de 42 km o corredor chegou no centro de Atenas quase sem forças. Filípides usou o que lhe restava de ar nos pulmões e disse “Vitória”, em seguida, o homem caiu morto. Daí, foi observado um esporte em potencial. E a morte do grego, deu origem a uma das provas mais tradicionais das Olimpíadas.

PUBLICIDADE

 

Dois gregos vencem e um é pego na patifaria em primeira Maratona Olímpica

A primeira vez que a maratona apareceu nas Olimpíadas foi na retomada da competição foi em 1896 em Atenas. Naquela oportunidade, um fisiologista francês chamado De Cobertin, deu a ideia de fazerem uma corrida de Maratona à Atenas. Entretanto, a primeira maratona da história foi disputada tempos antes das olimpíadas, mas serviu como qualificatória para os jogos olímpicos.

Dessa forma, a primeira maratona olímpica foi disputada por 17 atletas, dos quais quatro terminaram a prova. Entretanto, detre os que terminaram, um patife foi pego trapaceando. Sendo assim, o grego Spiridon Louis venceu a prova com o tempo de 2h 58min 50s, enquanto seu conterrâneo, Charilaos Vazilakos (3h 6min 30s) ficou com a prata. Na terceira colocação viria o também grego Spiridon Belokas com o tempo de 3h 6min 30s. Entretanto, o atleta foi pego em sua patifaria. Descobriu-se que o corredor havia pego carona, e ele foi desclassificado. Desta maneira, o único húngaro da prova, Gyulla Kellner ganhou o bronze com 3h 6min 35s.

Recorde quase uma hora mais rápido que o primeiro medalhista de ouro

Nas Olimpíadas de Pequim em 2008, o recorde olímpico foi estabelecido. Samuel Wanjiru conseguiu o tempo impressionante de 2h 6min 32s, 52 minutos e 18 segundos mais rápido que Spiridon Louis em 1896. Entretanto, três anos depois o queniano encerrou sua carreira de forma trágica. Aos 24 anos, o homem foi pego por sua esposa cometendo adultério. Sendo assim, sua companheira trancou o atleta e a amante no quarto, e depois disso não se sabe o que aconteceu. Paira a duvida sobre se o recordista olímpico se suicidou ou apenas caiu da sacada do hotel.

PUBLICIDADE

Quatro anos depois, em Londres, Tiki Gelana marcou seu nome na história com o tempo recorde na maratona feminina olímpica. A etíope encerrou a prova em 2h 23min 7s, apenas um minuto e 45 segundos mais rápido que a primeira campeã olímpica da prova. A medalhista de ouro em questão é Joan Benoit, estadunidense que venceu a primeira maratona feminina nas Olimpíadas de Los Angeles em 1948.

Hoje não, hoje não…Hoje sim Eliud Kipchoge

Em outubro de 2019 o queniano fez uma prova absurda em Viena, na Áustria e conseguiu encerrar seu percurso em 1h 59min 40s. A marca abaixo das duas horas bateu o recorde mundial. Entretanto, o feito não é reconhecido como melhor tempo por violar as normas da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). A principal das sete “regras” violadas pelo atleta foi a utilização das “lebres” que conduziram seu ritmo.

Entretanto, o tempo abaixo das duas horas bateria o recorde que era dele mesmo. Em 2018, na Maratona de Berlim, o queniano bateu por dois segundos o recorde do etíope Kenenisa Benkele. Com o tempo de 2h 01 min 39s o atleta entrou para a história e colocou sua terceira marca no top 10 mundial.

Já no feminino a distância da primeira para a segunda melhor marca é maior. Durante a Maratona de Chicago a queniana Brigid Kosgei bateu o recorde da britânica Paula Radcliffe em mais de um minuto. Com o tempo de 2h 14 min 4s a queniana baixou 1min 21s do tempo da europeia consagrando a diarquia queniana nas maratonas.

PUBLICIDADE

Promessas para 2020

Além da diarquia de Eliud Kipchoge e Brigid Kosgei podemos ficar de olho em outros nomes para as próximas competições. O etíope Shura Kitata, possui tempos abaixo das 2 horas e cinco minutos. Outra figura que promete é o britânico Mo Farah, que apesar de sua idade um pouco elevada, venceu a Maratona de Chicago em 2018 com o tempo de 2h 5min 11s.

Ente as mulheres, uma etíope e uma queniana podem se destacar nas provas. Rosa Dereje, que venceu a Maratona de Dubai em 2018 com tempo de 2h19min17s é um dos fortes nomes para 2020. No Quênia, Vivian Cheruiyot vem sendo destaque, e dois anos atrás, venceu a Maratona de Londres abaixo das duas horas e vinte minutos com o tempo de 2h 18min 31s.

LEIA MAIS:

Evoluiu. O desenvolvimento da ginástica artística no mundo e no Brasil

PUBLICIDADE

Abebe Bikila. O herói nacional etíope de pés descalços