Home Futebol Falta de agressividade em jogos fora de casa é o grande problema do Corinthians de Tiago Nunes

Falta de agressividade em jogos fora de casa é o grande problema do Corinthians de Tiago Nunes

Timão perdeu para o Guaraní por 1 a 0 no Paraguai na segunda fase eliminatória da Libertadores; Mexidas de Tiago Nunes melhoram o time na segunda etapa, mas Corinthians gol não sai e Luan segue devendo

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

A atuação não mais do que “OK” do Corinthians diante do Guaraní do Paraguai, em Assunção, pela segunda fase eliminatória da Copa Libertadores da América foi bem diferente daquilo que o torcedor esperava. A equipe de Tiago Nunes tinham a posse da bola (72% de acordo com o excelente SofaScore), mas não conseguia ser agressiva e nem colocar velocidade no setor ofensivo. A equipe corintiana foi lenta e previsível e insistiu demais pelas jogadas por dentro. Os “pontas” Janderson e Everaldo não estiveram numa boa noite. Assim como Luan, a grande estrela do Timão. Se o torcedor se acostumou a ver um Corinthians intenso e agressivo na Arena de Itaquera (tal como nas vitórias sobre o Botafogo de Ribeirão Preto e sobre o Santos pelo Paulistão), o Timão vem sendo apenas razoável quando joga fora de casa. E isso é um problema sério quando a competição é a Copa Libertadores da América.

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O Corinthians adentrou o gramado do Nueva Olla armado no 4-2-3-1 preferido de Tiago Nunes. Mas quem colocou pressão desde o início foi o Guaraní. A equipe comandada por Gustavo Costas fechou bem os espaços (jogando num 4-1-4-1 bem compactado) e conseguiu chegar ao seu gol através de Morel, logo aos sete minutos de partida, numa bobeira da zaga corintiana. A partir daí, o escrete aurinegro deu a bola para o Corinthians, se fechou na defesa e explorou bem os espaços que Sidcley deixava às suas costas com Redes e depois Maná (substituto de Edgar Benítez). O Timão tinha a posse da bola, mas insistia demais nas jogadas pelo meio, onde o Guaraní congestionava bem o setor e fechava os espaços. Ao mesmo tempo, Janderson e Everaldo (mesmo pouco acionados) demoraram a entrar no jogo e estiveram muito abaixo do que já renderam na temporada. E ainda havia Luan. O camisa 7 não conseguiu se livrar da marcação e foi presa fácil para a marcação adversária. De bom mesmo, apenas a ótima atuação de Cantillo, o melhor do Corinthians mais uma vez.

Guarani-PAR vs Corinthians - Football tactics and formations

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O gol de Morel, marcado logo aos sete minutos de jogo, O Guaraní cozinhou o jogo, deu a bola para o Corinthians e se fechou na sua defesa. Os comandados de Tiago Nunes embolaram demais o jogo pelo meio e não mostraram a agressividade necessária para furar a marcação adversária.

Veio o segundo tempo e Tiago Nunes sacou Everaldo e Sidcley para as entradas de Mateus Vital e Lucas Piton. O Corinthians melhorou seu desempenho e conseguiu colocar mais velocidade nas suas transições, mas parou no goleiro Servio e na própria falta de pontaria. Mesmo com a melhora na produção ofensiva, o Timão deixou espaços generosos na sua defesa e teve que contar com Cantillo para parar o contra-ataque do Guaraní mais para o final da partida. E mesmo atuando melhor do que nos primeiros 45 minutos, o Corinthians seguiu mostrando os velhos problemas vistos na primeira etapa. Os laterais Fagner e Lucas Piton até passavam pelo corredor, mas a bola não chegava e a equipe insistia em jogadas pelo meio. Havia pouquíssima variação no jogo a partir da intermediária ofensiva e so crescia quando Camacho e Cantillo se aproximavam de Luan. O camisa 7, aliás, ainda precisa recuperar a confiança dos tempos de Grêmio. Mas ela só virá com o tempo e minutos em campo. Certo é que ele (assim como quase toda a equipe corintiana) ficou devendo mais uma vez.

Corinthians vs Guarani-PAR - Football tactics and formations

O Corinthians melhorou no segundo tempo com as entradas de Madson, Mateus Vital e Lucas Piton nos lugares de Janderson, Everaldo e Sidcley respectivamente. No entanto, a equipe de Tiago Nunes repetiu os erros da primeira etapa e deixou espaços na defesa. O Guaraní apenas se fechou no seu campo e cozinhou o jogo até o apito final.

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É claro que o início da temporada e a adaptação dos jogadores às ideias de Tiago Nunes devem ser levadas em consideração. Por outro lado, o Corinthians já apresenta alguns dos problemas que o Athletico Paranaense mostrava em 2018 e 2019. Dentro de casa, era uma equipe agressiva e envolvente. Fora dos seus domínios, fazia apenas o básico. E mais do que nunca, o Corinthians terá que afastar os fantasmas do passado na partida de volta, marcada para a próxima semana na Arena de Itaquera e ser a equipe agressiva e intensa das vitórias sobre Botafogo de Ribeirão Preto e Santos. Ainda mais com a necessidade de reverter o placar da partida de ida no Nueva Olla. No entanto, além disso tudo, existem os fantasmas do passado. A eliminação na fase eliminatória da Libertadores para o Tolima (em 2011) e para o próprio Guaraní nas oitavas de final da edição de 2015 são lembranças que apareceram com força após a atuação do time na última quarta-feira (5). É o momento de exorcizar tudo isso e jogar aquilo que eu e você sabemos que o Corinthians pode jogar.

O Timão tem todas as condições de conquistar a vaga na fase seguinte da Libertadores atuando dentro de seus domínios. A grande questão é saber se a equipe de Tiago Nunes terá a força mental necessária para vencer um Guaraní que deve entrar em campo reforçado pela vantagem no confronto e pelos fantasmas do passado.

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