Home Futebol Honda chegou e tem tudo para se transformar no grande “maestro” do Botafogo; entenda

Honda chegou e tem tudo para se transformar no grande “maestro” do Botafogo; entenda

Meia japonês foi apresentado neste sábado (8) no Estádio Nilton Santos; Keisuke Honda vestiu a camisa 4, pediu de duas a três semanas antes de estrear pelo Botafogo e quer jogar como meia-atacante ou armador

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
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A chegada do japonês Keisuke Honda ao Botafogo pode ser apontada como a contratação de mais impacto do futebol brasileiro em 2020 até o presente momento sem medo de ser feliz. O atleta de 33 anos acumula passagens por clubes importantes como CSKA Moscou, Milan e Pachuca além da experiência em três Copas do Mundo com a Seleção Japonesa. Mesmo não tendo a qualidade de um Seedorf (outra contratação de impacto realizada pelo Botafogo nos últimos anos), Honda chega ao Brasil na posição de grande estrela do elenco alvinegro e com plenas condições de assumir o papel de “maestro” da equipe utilizando a sua habilidade com a perna esquerda, a ótima visão de jogo e a vontade de continuar praticando o velho e rude esporte bretão. É bom lembrar, no entanto, que o torcedor botafoguense terá que ter paciência com Honda nesses primeiros meses por conta da adaptação do atleta ao nosso futebol. Mas a chegada do craque japonês realmente deixa o Glorioso em condições de sonhar bem alto em 2020.

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Keisuke Honda despontou para o futebol mundial em 2004, vestindo as cores do Nagoya Grampus. Passou duas temporadas no futebol holandês antes de assinar com o CSKA Moscou, onde viveu os melhores anos da sua carreira. Honda se destacou pela grande habilidade com o pé esquerdo jogando por dentro (num 4-2-3-1, pode exemplo) ou pelo lado direito cortando para o meio e abrindo o corredor para a passagem do lateral no espaço aberto. Ao mesmo tempo, seus chutes de média e longa distância (sempre com bastante efeito) foram o terror de vários goleiros em mais de quinze anos de carreira. Com o tempo, Honda foi deixando de ser apenas um “ponta canhoto que joga pela direita” para tomar conta de todo o setor ofensivo das suas equipes. Principalmente na Seleção Japonesa nas Copas do Mundo de 2010 (na África do Sul), em 2014 (no Brasil) e em 2018 (na Rússia) sendo que nesta última edição do Mundial, o novo camisa 4 do Botafogo entrava no decorrer das partidas. Enquanto teve pernas para acompanhar o ritmo frenético das partidas, Honda foi um verdadeiro maestro em campo na condução das suas equipes na Ásia e na Europa.

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Na vitória do Japão sobre a Dinamarca na Copa do Mundo de 2010, Honda jogou com total liberdade no setor ofensivo a partir do lado direito e procurando o meio no 4-1-4-1 de Takeshi Okada. Visão de jogo, passe preciso e bons chutes de média distância são as marcas do novo reforço do Botafogo. Foto: Reprodução / FIFA TV

É interessante notar que Honda foi abandonando a beirada do campo para se tornar um atacante quase completo. Jogava como referência móvel no ataque, atuava mais por dentro como “camisa 10” ou como “ponta armador” pelos lados do campo. Mesmo sem ter o pique necessário para perseguir laterais adversários (e também para encarar o calor da cidade do Rio de Janeiro nas suas primeiras partidas pelo Botafogo), o atleta japonês já deu diversas amostras do que pode fazer dentro de campo com jogadores que entendem seus movimentos e que se apresentam para participar das tramas ofensivas. Hoje, com 33 anos e muito mais experiente, Honda já aprendeu diversos caminhos para chegar ao gol e sabe bem como fazer o time jogar no ritmo que ele deseja. Talvez essa seja a grande contribuição do camisa 4 ao Botafogo. Keisuke Honda se transformou num atacante completo. Joga pelos lados, participa ativamente da construção das jogadas, dá assistência e também serve os companheiros de equipe com a ótima visão de jogo que adquiriu ao longo de mais de quinze anos de carreira no futebol.

Honda se transformou num atacante completo ao longo dos anos. Saiu do lado do campo para circular por todo o setor ofensivo. É o tipo de jogador que sabe servir os companheiros e participa da construção das jogadas na intermediária adversária. Foto: Reprodução / FIFA TV

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É bem verdade que Honda ainda vai precisar de tempo para se adaptar ao futebol brasileiro e também às ideias de Alberto Valentim. É bem possível que o estilo mais pragmático do treinador do Botafogo possa ser um obstáculo para o veterano japonês. Por outro lado, é bem possível imaginar o camisa 4 jogando por dentro no mesmo 4-2-3-1 preferido de Valentim com atletas rápidos pelos lados do campo ou partindo da direita para o meio num 4-4-2 mais nítido fazendo dupla com o ótimo Pedro Raul no comando de ataque. Ou até mesmo como “falso 9” dependendo das necessidades do time em cada partida. Tanto que o próprio Honda já afirmou que gostaria de jogar numa dessas funções durante a entrevista coletiva concedida neste sábado, no Estádio Nilton Santos. Por mais que os críticos da sua contratação afirmem que se trata de um “ex-jogador em atividade”, Honda tem tudo para se transformar no maestro da equipe sem muitos problemas e colocar o Botafogo na briga real por títulos em 2020. Mas será preciso tempo para se adaptar e entender como o futebol funciona por estas bandas.

Honda pode não ter a mesma habilidade de Seedorf, mas é muito mais midiático do que o holandês. Prova disso é a forte presença de torcedores alvinegros num sábado à tarde para recepcionar aquele que pode ser o novo ídolo de uma apaixonada e inflamada torcida.

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