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Ex-vice de finanças do Flamengo explica motivos para renúncia ao cargo

Walim Vasconcellos deixou a diretoria do Rubro-Negro na última segunda-feira (10)

Marcel Rauen
Jornalista esportivo formado na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Fã e praticante de esportes em geral, mas principalmente do futebol. No Torcedores desde 2015, escrevo basicamente sobre o dia a dia dos clubes brasileiros e sobre a mídia esportiva
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Pela primeira vez desde que renunciou ao cargo de vice-presidente de finanças do Flamengo, Wallim Vasconcellos falou sobre o assunto e explicou os motivos que o fizeram deixar o clube. Em comunicado nas redes sociais, o ex-dirigente revelou que “divergências em relação ao estilo de gestão” e a falta de participação nos rumos do clube foram os principais motivos para a saída.

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De acordo com o ex-dirigente rubro-negro, desde o ano passado, quando passou a atuar como vice de finanças, teve pouco participação nas questões importantes envolvendo o caixa do clube.

Veja o comunicado do ex-vice de finanças do Flamengo na íntegra:

Como todos já sabem, na última segunda-feira, apresentei minha carta de renúncia ao cargo de Vice-Presidente de Finanças do C.R. do Flamengo, função que exerci durante o ano de 2019 e que muito me honrou. Neste período, dei a minha contribuição para a construção de um Flamengo sempre melhor e maior, nosso objetivo desde o início dessa jornada, em 2012.

Enquanto estive à frente da pasta de Finanças, liderei os seguintes projetos estruturantes, a saber:

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– contratação pioneira da EY, uma das 4 maiores empresas globais de auditoria externa, para auditar as demonstrações financeiras do Clube referente ao exercício de 2019. Tal feito representa algo inédito no setor, tornando o CRF o primeiro clube, na América Latina, a contar com auditoria independente de primeira linha;

– obtenção de relevantes linhas de crédito junto a instituições financeiras ,sem garantias, com risco Flamengo, fato também pioneiro no contexto do futebol brasileiro;

– negociação concluída com uma das maiores agências de rating de crédito do mundo, para avaliação do risco de crédito do Flamengo, igualmente de forma inédita e pioneira no Brasil;

– elaboração de estudo envolvendo a estrutura organizacional da área financeira, descrição das funções, das competências e níveis de remuneração.

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Assim, entendo ter contribuído para colocar o Flamengo, também no campo das finanças, aonde ele sempre deveria estar – no topo, liderando com boas práticas e inspirando os demais.

Deixo o clube com uma situação financeira equilibrada, taxa de juros mais baixos e divida com perfil de pagamento no médio e longo prazo, ajustada para o fluxo de caixa projetado.

A minha renúncia deveu-se, sobretudo, às divergências em relação ao estilo de gestão, aonde a maioria dos Vice-Presidentes possui pouca participação nas discussões de assuntos relevantes e impactantes na vida do clube. Na verdade nunca fomos um verdadeiro colegiado, desperdiçando, a meu ver, a oportunidade de um debate de alto nível com todos os participantes. Todos nós perdemos, o Flamengo, como instituição, também perde. Mas entendo que o presidente do clube tem o direito de geri-lo da maneira como entender melhor, pois foi eleito legitimamente para isso.

No caso especifico da pasta de finanças, a responsabilidade do Vice-Presidente de um clube do tamanho do Flamengo é imensa e requer a participação na discussão e na decisão dos temas que afetam diretamente o caixa e os compromissos financeiros do clube, o que raramente aconteceu em 2019.

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Além disso, tenho a certeza que podemos e temos que melhorar em algumas áreas, alvos de justas críticas por parte dos nossos torcedores e da imprensa. Sem Investir em pessoas e contratar empresas multo qualificadas, nosso crescimento estará limitado. Temos uma oportunidade gigantesca de atingirmos um patamar nunca visto no futebol mundial por um clube brasileiro e por um longo tempo, mas, para isso, temos que selecionar bem quem vai nos ajudar a alcançá-lo. Clubes globais necessitam das melhores empresas para assessorá-los em seu crescimento e desenvolvimento.

O sucesso no futebol não pode encobrir as deficiências que ainda temos na gestão.

Portanto, por não ter conseguido sequer ser ouvido, apesar de ter tentado várias vezes, em inúmeras situações, cheguei à conclusão que meu ciclo no Flamengo terminou.

Nos 3,5 anos que participei da gestão do Flamengo, ganhamos quase todos os títulos que sonhávamos no futebol, faltando apenas o mundial, no qual chegamos à final. Em 2019, também voltamos a ganhar todas as competições no remo depois de 6 anos e a nos destacarmos nas modalidades olímpicas. Em 2012, poucos acreditavam que conseguiríamos recuperar o Flamengo e tirá-lo da pior crise da sua história, resgatando sua reputação, credibilidade e sustentabilidade financeira.

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Por isso, sinto-me recompensado e não me arrependo de nada do que fiz e passei. Valeu muito a pena!

Coloquei-me à disposição do Presidente Landim para ajudar sempre que o Flamengo precisar e ele julgar necessário.

Agradeço aos meus colegas Vice-Presidentes, aos Presidentes dos Poderes, associados e funcionários pelo apolo durante os anos que participei da gestão do Flamengo.

Desejo ao Presidente Rodolfo Landim e à sua diretoria todo o sucesso no restante do mandato. Saudações Rubro-Negras!

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Wallim Vasconcellos

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