Home Futebol Brasileiros que atuam na Itália estocam alimentos e criam grupos de Whatsapp para trocar informações sobre coronavírus

Brasileiros que atuam na Itália estocam alimentos e criam grupos de Whatsapp para trocar informações sobre coronavírus

Pandemia de coronavírus impacta a vida de 35 jogadores brasileiros em atividade na Itália

Wilson Pimentel
Jornalista esportivo desde 1998. Cobriu os principais eventos esportivos da última década. Passou pelas redações do SBT, Record TV, CNT, Esporte Interativo, Rádio Tupi, Rádio Brasil e Rádio Manchete. É correspondente de veículos de comunicação da Colômbia, Croácia, Paraguai e Portugal. Está no Torcedores.com desde 2019.

Na última segunda-feira (9), o Campeonato Italiano foi suspenso imediatamente após ordem do Comitê Olímpico Italiano (CONI) em virtude do surto do novo coronavírus (COVID-19). De acordo com o presidente Sérgio Mattarella o país ficará sem eventos esportivos até o próximo dia 3. O decreto determinando a suspensão impacta diretamente a vida de 35 jogadores brasileiros que atuam na primeira divisão no país.

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O aumento no número de pessoas infectadas mudou a rotina da população que esvaziou as prateleiras das farmácias, estocou alimentos e armazenou água. Posteriormente, todos os clubes da primeira divisão organizaram palestras sobre a doença para jogadores e familiares. Afinal, a Itália é o país europeu com mais casos de coronavírus. De acordo com o Ministério da Saúde local são 888 infectados e 21 vítimas fatais. A área com casos mais registrados é a Lombardia, onde ficam as cidades de Milão e Bergamo, em onde ficam as sedes de Milan e Atalanta respectivamente.

Tanto Milão quanto Bergamo ficam próximas a Codogno. A cidade de 16 mil habitantes é considerada pela Organização Mundial da Saúde o “berço” do surto na Itália. Além disso, dez dos 11 municípios da região de Lombardia foram forçadas a tomar “medidas urgentes para evitar novos casos de contágio”. As fronteiras foram fechadas na Itália, até mesmo para ir ao supermercado existem restrições. Tudo para evitar novos contágios da doença.

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O Torcedores.com conversou com alguns brasileiros que atuam na Itália. A princípio, a rotina dos jogadores está limitada ao centro de treinamentos e à própria casa. Eles, inclusive, estão evitando locais com grande presença de pessoas como parques, cinemas, teatros e shopping centers. Apesar do caos estabelecido por lá, os jogadores nem pensam em deixar o país.

Léo Duarte | Zagueiro do Milan

“Os jogadores estão calmos dentro do possível. Todo o grupo tem tido o máximo de cuidado para evitar a contaminação. Eu, particularmente, evito sair de casa por causa do meu filho pequeno. Minha maior preocupação no momento é ele. Esta semana, o Milan organizou uma palestra para a família dos jogadores. A orientação é evitar locais com públicos, procurar ficar mais em casa e lavar bem as mãos sempre que chegar em algum lugar”.

Rafael Tolói | Zagueiro da Atalanta

“Não estou indo lugares com muita gente. Também estou evitando contato com pessoas desconhecidas. Isso é muito ruim porque os torcedores acabam impactados. A minha filha teve as aulas suspensas, porque todas as escolas aqui de Bergamo estão fechadas. Mas ainda é possível ver muitas pessoas pelas ruas e sem máscara”.

Danilo Laranjeira | Zagueiro do Bologna

“O Bologna distribuiu um livro com informações sobre o coronavírus para jogadores, familiares e moradores da região. O clube se colocou à disposição das autoridades italianas para ajudar a comunidade a se prevenir do surto. Porém, tem sido muito difícil encontrar álcool gel nas farmácias. Algumas pessoas, mais prevenidas, estão estocando comida e armazenando água”.

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Diego Farias | Atacante do Lecce

“Alguns jogadores brasileiros moram em áreas consideradas de risco pelo governo italiano, então alguns clubes pedem até para que eles não voltaram para casa, que fiquem pelo centro de treinamentos. Formamos um grupo no Whatsapp para trocarmos informações a fim de oferecer ajuda caso alguém venha a ficar sem alimentos e medicamentos”.

Hêrnani | Meia do Parma

“Antes de mais nada trata-se de um assunto muito delicado, um problema que existe mesmo, mas temos que lidar naturalmente com isso. O governo italiano está trabalhando muito para prestar assistência às pessoas infectadas com o vírus. A princípio a população está entendendo a gravidade da situação”.

Wesley | Lateral do Hellas Verona

“  cidade está praticamente vazia e com poucas pessoas nas ruas. Todos usam máscara quando saem de suas casas. O clima é de total tensão, prevenção e preocupação. Porém, entre nós jogadores existe um clima de certa tranquilidade porque o clube tem nos mantido atualizados da situação. A federação italiana tem feito contato com os clubes a fim de se atualizar sobre a situação dos jogadores. Dessa forma, os dirigentes bem como as autoridades ficam cientes de tudo o que está acontecendo nos centros de treinamentos”.

Igor Júlio | Lateral da Fiorentina

“As autoridades fecharam as fronteiras na Itália. Os aeroportos também estão fechados. Ninguém pode entrar ou sair do país. Existem restrições para ir a supermercados e shoppings. A segurança dos locais está limitando o acesso de pessoas nesses locais. Tudo para evitar novos casos da doença. Escolas, bancos, órgãos públicos e estádios estão com as atividades paralisadas. Infelizmente em alguns lugares as pessoas estão bem apavoradas, em pânico”.

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Lyanco | Zagueiro do Torino

“Fui pré-convocado para as Olimpíadas. Espero que nada atrapalhe a realização do evento o Japão. Sabemos da gravidade do momento, mas penso que de alguma forma vai acontecer e esse sonho de jogar pelo Brasil vai acontecer, não só para mim, mas todos os atletas que estão se preparando para esse momento. Se Deus quiser, vai dar tudo certo”.

João Pedro | Meia do Cagliari

“Estamos vivendo uma situação diferente. A orientação é sair de casa só para o trabalho e supermercado. Em casa, estamos tomando cuidado e tendo muita atenção a tudo. Fizemos compras de alimentos, água e medicamentos. Nossa rotina mudou realmente, mas é necessário, o país precisa do nosso apoio e temos que nos adequar”.

Roger Ibañez | Zagueiro da Roma

“Foi um impacto enorme, mas é importante para tentar ao menos amenizar a circulação de pessoas nos estádios. Aqui, como no Brasil, o futebol é uma paixão e os estádios lotam em dias de jogos. Então, uma decisão importante foi tomada. Porém, não estamos inativos não, estamos treinando normalmente todos os dias. O trabalho não para, então a forma física está 100% fora do clube”.

Saiba em quais clubes atuam os brasileiros na Itália

Atalanta: Rafael Tolói

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Bologna: Danilo Laranjeira

Cagliari: Rafael e João Pedro

Fiorentina: Igor Júlio e Dalbert

Hellas Verona: Alan Empereur, Luccas Felipe e Wesley

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Juventus: Alex Sandro, Danilo e Douglas Costa

Lazio: Luiz Felipe, Lucas Leiva e André Anderson

Lecce: Gabriel Vasconcelos e Diego Farias

Milan: Léo Duarte e Lucas Paquetá

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Napoli: Allan

Parma: Hernani

Roma: Bruno Peres, Daniel Fuzato, Juan Jesus e Roger Ibañez

Sampdoria: Kaique

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Sassuolo: Marlon e Rogério

Spal: Felipe Dal Bello e Gabriel Streffeza

Torino: Lyanco e Bremer

Udinese: Nicolas, Samir, Rodrigo Becão e Walace

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