Home Futebol CBF articula para transformar futsal brasileiro em departamento da entidade

CBF articula para transformar futsal brasileiro em departamento da entidade

Confederação deve pagar a dívida da CBFS e solucionar a crise financeira do futsal nacional

Pedro Cipriano
Colaborador do Torcedores.com e amante dos esportes.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem conversas adiantadas para internalizar a estrutura do futsal no Brasil. A entidade pretende pagar a dívida da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão), hoje em torno de R$ 14 milhões, e transformar a instituição atualmente autônoma em um departamento. As tratativas já têm aval de dirigentes de ambas as partes e dependem apenas de detalhes sobre o modelo de negócio.

PUBLICIDADE

Você conhece o canal do Torcedores no Youtube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram

O movimento seria uma solução para a crise financeira da CBFS. A dívida do futsal nacional foi reduzida em mais de R$ 9 milhões nos últimos quatro anos, mas coincidiu com um período de estiagem. Desde o fim de 2018, quando o astro Falcão se aposentou, a entidade perdeu contratos com Magnus, Implante Rio e I9Life – atualmente, a despeito de a Sicredi ter anunciado em janeiro um aporte à Taça Brasil, apenas Penalty e Travel Ace Assistance são listadas no site da instituição como patrocinadores oficiais.

PUBLICIDADE

O ocaso de Falcão também mudou a relação da CBFS com a Globo, parceira longeva da entidade. O futsal tinha quatro datas ao vivo na emissora líder de audiência do país, com transmissões nas manhãs de domingo, mas hoje está limitado ao canal fechado Sportv.

A relação com a TV aberta era importante para a popularização da modalidade, mas também para o faturamento. Ter jogos ao vivo na Globo era um importante ativo da CBFS em negociações de patrocínio, e essa mudança de cenário complicou ainda mais a situação financeira da entidade.

Contribui também para o contexto conturbado uma relação áspera com a LNF (Liga Nacional de Futsal). Além de buscar novas fontes de receita e tentar compensar a fuga de patrocinadores após a aposentadoria de seu nome mais relevante, a CBFS precisa administrar um contato nada simples com a entidade que organiza hoje a maior competição nacional da modalidade.

A proposta da CBF, portanto, seria um caminho para tranquilizar o cenário. A entidade que comanda o futebol ofereceu pagamento total de dívidas, desde que os responsáveis pelo futsal consigam bancar a própria sobrevivência sem gerar déficit. Além disso, há discussões sobre como tornar mais pacífica e clara a relação com a LNF.

PUBLICIDADE

As tratativas ainda incluem os dirigentes com mandatos em vigor. Presidentes em exercício de federações e confederação receberiam cargos institucionais na CBF, com funções mais políticas do que administrativas.

A proposta de Rogério Caboclo, 47, que atualmente preside a CBF, é ter como CEO do futsal Ricardo Trade, 62. O ex-goleiro de handebol, conhecido pelo apelido Baka, foi o homem forte do Brasil na Copa do Mundo de 2014. Em entidades, foi diretor sênior de operações da CBB (Confederação Brasileira de Basketball) e CEO da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei).

Como o futuro do futsal está ligado à Copa do Mundo feminina

A questão sobre a participação de Trade no projeto é que o dirigente assumiu em dezembro do ano passado a liderança da candidatura do Brasil ao posto de sede da Copa do Mundo de futebol feminina de 2023. A Fifa anunciará em junho deste ano o vencedor do pleito, e Baka deve ser figura relevante no COL (Comitê Organizador Local) em caso de vitória.

Se o Brasil for escolhido para receber a Copa do Mundo de futebol feminino de 2023, portanto, a CBF teria de encontrar outra liderança para conduzir o departamento de futsal. Já existem conversas na entidade sobre esse “plano B”, mas nada foi concluído até o momento.

PUBLICIDADE

LEIA MAIS:
FIFA revela emblema oficial da Copa do Mundo de Futsal