Home Futebol Trio do Flamengo, manutenção da base e menos observações: a primeira convocação da Seleção Brasileira em 2020

Trio do Flamengo, manutenção da base e menos observações: a primeira convocação da Seleção Brasileira em 2020

Tite anuncia lista de convocados para jogos contra Peru e Bolívia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022; apesar da presença de caras novas, equipe não deve ter muitas mudanças com relação ao ano passado

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

A primeira lista de convocados da Seleção Brasileira em 2020 não teve lá muitas surpresas. Tite manteve a base da equipe que disputou a Copa América e os últimos amistosos do ano passado, mas lembrou de Éverton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique (todos do Flamengo) e Bruno Guimarães (volante do Lyon que teve boa passagem pela Seleção Olímpica). A tendência é vermos menos testes e menos experiências na atual temporada com a participação do escrete canarinho em mais uma edição da Copa América e na estreia da equipe nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. O grande X da questão nem passa tanto pelos nomes chamados (vale lembrar que o rubro-negro Gerson merecia estar nessa lista no lugar de Arthur, do Barcelona), mas pela maneira como Tite deve encaixar sua equipe para as partidas contra Peru e Bolívia. Há como o treinador da Seleção Brasileira tirar muitas coisas boas dessa lista.

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Uma das minhas grandes críticas ao trabalho de Tite após a Copa América de 2019 foi a insistência num esquema posicional de pouquíssima mobilidade no setor ofensivo. Tanto no seu 4-1-4-1 preferido como na sua experiência num 4-2-3-1/4-4-2 nos amistosos contra Peru, Colômbia, Nigéria, Argentina e Senegal, a Seleção Brasileira ficou marcada pela escassa produção ofensiva, poucas ideias no meio-campo e defesa exposta. Este que escreve entende a necessidade dos testes, mas fica difícil defender o trabalho de Tite diante de tamanha queda de produção da sua equipe após a participação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, quando o escrete canarinho mostrou bom futebol e despachou seus adversários sem dó nem piedade. Ao mesmo tempo, também se percebe uma tentativa de mudança no estilo de jogo da Seleção Brasileira com as saídas de Renato Augusto e Paulinho e a chegada de novos nomes nos últimos meses.

Apesar das críticas com relação a este ou aquele nome, é possível tirar coisas boas dessa lista de convocados. Não devemos ter grandes surpresas na linha defensiva. Éderson deve substituir Alisson (lesionado) no gol com Daniel Alves, Thiago Silva, Marquinhos e Renan Lodi (o grande nome da vitória sobre a Coreia do Sul) formando a primeira linha da equipe. Mas o meio-campo pode nos reservar algumas surpresas com a entrada de Casemiro ao lado de Bruno Guimarães e Éverton Ribeiro, jogador acostumado à função no Flamengo de Jorge Jesus. Teríamos força na marcação e ótimo toque de bola com essa trinca no setor. Mais à frente (com Gabriel Jesus suspenso), Neymar poderia ter a companhia de Gabigol e Richarlison (como camisa 10 de fato e de direito) num 4-4-2 ofensivo, forte e bastante móvel. E isso sem mencionar as ótimas opções ofensivas com Everton Cebolinha e Bruno Henrique e a qualidade de Fabinho no meio-campo.

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Com Gabriel Jesus suspenso, Tite poderia apostar num quarteto ofensivo formado por Éverton Ribeiro, Gabigol, Richarlison e Neymar na partida de estreia nas Eliminatórias da Copa do Mundo. No mais, a Seleção Brasileira teria poucas mudanças.

Tite também deixou bem claro que não há mais espaço para testes e mudanças mais bruscas na Seleção Brasileira. Tanto que, com a exceção de Bruno Guimarães, Éverton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique, a equipe é praticamente a mesma que disputou as últimas partidas amistosas do ano passado. Ao mesmo tempo, fica a dúvida sobre esse “conservadorismo” de Tite: será que vale a pena insistir em nomes que estão em baixa no futebol europeu? Arthur vem muito mal no Barcelona. Éder Militão vem jogando pouco no Real Madrid e Philippe Coutinho oscilando demais no Bayern de Munique. É mais do que natural que o treinador da Seleção Brasileira mantenha a confiança neste ou naquele jogador. Ainda mais com o pouco tempo de preparação para a estreia nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. No entanto, pelo que se vê, Tite deve se manter fiel às suas convicções até o fim.

O Brasil encara a Bolívia na Arena Pernambuco no dia 27 de março e o Peru quatro dias depois, em Lima. Não serão jogos fáceis. E mais do que nunca, Tite vai precisar “pensar fora da caixinha” para fazer sua equipe jogar bem e vencer seus adversários.

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