Home Opinião Allan Abi Madi: Improvável que alguém se torne mais ídolo do Flamengo que Zico

Allan Abi Madi: Improvável que alguém se torne mais ídolo do Flamengo que Zico

O próprio Galinho declarou que Gabriel Barbosa pode se tornar um ídolo maior no Flamengo que ele próprio foi

Allan Abi Madi
Colunista do Torcedores.com.
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É claro que não falo pela torcida rubro-negra, já que ídolo é uma coisa muito pessoal, cada um tem os seus e nem sempre eles foram os maiores da história em geral

Mas alguns fatores me fizeram chegar nessa conclusão, principalmente a diferença do futebol atual para o da década de 80, não apenas dentro do campo, mas na parte de legislação e financeira.

Em entrevista ao canal Pilhado, Zico comentou que Gabigol pode ultrapassá-lo no posto de maior ídolo da história do Fla caso mantenha os ótimos números que está tendo e continue conquistando títulos pelo clube.

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“Ele (Gabigol) pode ser tornar o primeiro. São números, conquistas. Os títulos, as honrarias são feitas para ser ultrapassadas. Nada dura para sempre. O importante é que eu fui feliz no Flamengo, obtive resultados fantásticos. Agora se vier outro e ultrapassar, não tem problema. Não causa nada. É sinal de que a torcida está tendo alegria. Então quero que ele vença mesmo. Ele pode ser mais ídolo que eu. É continuar conquistando e continuar com esses números. O importante é eu ter o meu trabalho reconhecido que eu tenho até hoje” – disse o eterno camisa 10 da Gávea.

É claro que pode aparecer um novo Zico, um novo Maradona. A prova disso é que temos o privilégio de assistir o argentino Lionel Messi jogando hoje em dia.

No futebol atual, é muito improvável que um jogador atuando como Zico, tendo números próximos ao Galinho, permaneça por muito tempo em um clube brasileiro.

Os últimos foram goleiros, em uma época que o futebol europeu ainda não contratava tanto na posição, fazendo Rogério Ceni e Marcos optarem por permanecer no país.

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Mesmo assim, ninguém chegou em um patamar parecido com o que Zico tinha na década de 80.

Em termos de títulos, o Galinho conquistou quatro brasileiros pelo Flamengo, além de Libertadores, também fazendo os gols decisivos na final, Mundial e vários estaduais, que na época tinha grande relevância no cenário nacional.

E mais, atuando pelo Fla, Zico era o camisa 10 e principal jogador de uma Seleção Brasileira extraordinária, uma das maiores na história do futebol.

Ser o principal jogador em uma equipe com Leandro, Júnior, Falcão, Cerezo, Roberto Dinamite, Eder, Reinaldo e outros, não é para qualquer um.

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Os companheiros que Messi e Cristiano Ronaldo tem em suas seleções por exemplo, estão bem distantes dos que Zico tinha no Brasil da década de 80. E mesmo assim, o Galinho era protagonista como hoje são ambos para Argentina e Portugal.

Hoje, se um jogador atinge as marcas e os feitos de Zico, jogando a bola que ele jogava, dificilmente permanecerá em um clube brasileiro, mesmo nesse Flamengo estruturado, sobrando financeiramente no país.

A diferença econômica ainda é gigantesca entre o futebol europeu e o nosso, até pela desvalorização da nossa moeda.

Outro ponto é o desejo quase unanime dos jogadores atuais em serem reconhecidos mundialmente. Um do patamar de Zico seria facilmente, mas atuando em um grande da Europa.

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Só assim para um atleta brasileiro disputar o prêmio de melhor do mundo, conquistando títulos como da Champions etc.

Antes da mudança na lei, os clubes europeus só podiam ter 3 jogadores de fora do país. Isso fez a gente ter o privilégio de assistir craques mundiais atuando no Brasil.

Hoje, um Real Madrid não contrata apenas destaques de países sul-americanos, africanos e asiáticos para sua equipe principal. Com a legislação atual, investem até em jogadores para categoria de base, ou algumas promessas.

Por tudo isso, não acredito que o Flamengo volte a ter um ídolo que supere Zico na história do clube. Podemos ter alguém que supere o número de títulos, artilharia, mas não no conjunto todo da obra.

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Nos “anos 80”, os rubro-negros tinham em seu elenco o melhor jogador brasileiro em atividade, um dos melhores do mundo, camisa 10 e titular absoluto da seleção. Não foi apenas por 1 ou 2 anos, mais por quase uma década.

Mesmo com vários craques, Zico era o principal jogador daquele Fla. No elenco atual, para muitos o principal é Gabigol, para outros é Bruno Henrique. Não exite a unanimidade como existia com o Galinho.

Na década de 80, era o Flamengo de Zico. Hoje, na minha visão, ainda é o Flamengo de Jesus.

GABIGOL E A IDOLATRIA DA TORCIDA DO FLAMENGO:

É claro que grande parte da atual geração de torcedores não viu e acompanhou Zico. Por isso, acho que Gabigol pode se tornar um dos maiores ídolos da história do clube, mas superar o Galinho….

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Um ponto fundamental para que isso aconteça é a permanência do camisa 9 pelos próximos anos.

Como falei na minha última coluna, Gabigol já está entre os 10 maiores da história do Flamengo (leia na íntegra clicando no link).

Gabigol Flamengo reality

Inclusive, boto Gabriel Barbosa entre os cinco maiores (Zico, Leandro, Júnior e Adílio completam meu top 5) pelos feitos que já conquistou com a camisa rubro-negra, como está listado na coluna da semana passada.

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Agora, superar a idolatria que Zico teve e ainda tem é uma tarefa bem complicada.

Mesmo assim, podemos ter muitos recém-nascidos com nomes de Gabriel, Bruno, Éverton, Jorge… como tivemos e temos até hoje homenagens dando o nome ao filho de Athur.

Idolatria é algo pessoal, por isso se torna difícil medir em um todo. Só que Zico foi o que vi chegar mais perto da unanimidade.

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Allan Abi Madi nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista, colunista no Torcedores.com, comentarista da Rádio Opinião, e gestor da Freedom Group, empresa de Assessoria de Imprensa e Marketing Digital. Na internet, tem seu canal Papo de bola. Depois de atuar como advogado por muitos anos descobriu que era no jornalismo esportivo que morava sua verdadeira paixão. Participou da cobertura de Copas do Mundo, Olimpíadas, e outros eventos do esporte brasileiro. Focado sempre em dar informação e emitir opinião para quem faz do esporte a melhor coisa do mundo, o torcedor.

Foto: Divulgação

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