Home Futebol Brasil quase chegou à sua primeira final de Copa do Mundo em 1938: quem eram os jogadores daquela Seleção?

Brasil quase chegou à sua primeira final de Copa do Mundo em 1938: quem eram os jogadores daquela Seleção?

Memória do futebol brasileiro segue viva e vários craques participaram da Copa de 1938

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

A história do Brasil em edições de Copa do Mundo não começa na década de 1950 como muitos pensam, mas sim bem antes. Em 1938, na França, a Seleção quase chegou à sua primeira final de Copa do Mundo e contava com vários jogadores importantes da história do início da profissionalização do esporte por aqui.

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A Itália foi campeã ao bater a Hungria na final, mas antes teve que bater o Brasil em uma disputa ferrenha na semifinal, em Marselha, ao vencer por 2 a 1.

O Brasil ainda venceu a disputa de terceiro lugar contra a Suécia, por 4 a 2, e Leônidas se consolidou como o artilheiro isolado da Copa do Mundo.

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Mas você sabe quem eram os jogadores do Brasil que disputaram a Copa de 1938? A edição foi importante para a Seleção, já que foi a primeira vez que houve uma mescla entre atletas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Veja abaixo quem eram os representantes do time brasileiro e a história resumida de cada um:

Goleiros

Batatais – O goleiro levava o nome de sua cidade e era ídolo do Fluminense, onde disputou mais de 300 jogos, mas já havia passado anteriormente pelo Palestra Itália, atual Palmeiras. Teve carreira curta, de 1933, quando iniciou na Portuguesa, até 1943, quando terminou no América-RJ. Morreu aos 50 anos, em 1960
Walter – O goleiro fez praticamente toda a carreira no futebol carioca, mas passou rapidamente pelo Santos em 1936. Convocado como jogador do Flamengo, foi mais um a ter carreira e vida curta. Passou por Bangu, Vasco e encerrou em 1943, 12 anos após o início da carreira, também no América-RJ. Morreu em 1951, aos 38 anos

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Domingos, Tim, Walter, Afonsinho e Adilson no navio em 1938 Copa

Jogador no navio a caminho da Copa do Mundo de 1938: Domingos, Tim, Walter, Afonsinho e Perácio (Arquivo Nacional/CBF)

Defensores

Domingos da Guia – O pai de Ademir da Guia teve uma das carreiras mais longas e mais vitoriosas, sendo um dos mais famosos entre os convocados. É ídolo em Flamengo, clube que defendia na Copa de 1938, e Corinthians, sendo colocado como um dos melhores jogadores da história de ambos em várias listas. Foi eleito o melhor jogador do Sul-Americano de 1945, torneio antecessor da Copa América, mesmo como zagueiro. Deixou o futebol em 1950, no Bangu. Morreu em 2000, aos 87 anos.

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Jaú – Mais um que brilhou em um clube paulista e um carioca, sendo ídolo de Corinthians e Vasco, clube pelo qual foi convocado. O zagueiro encerrou a carreira em 1944, no Santos. Morreu em 1988, aos 78 anos
Machado – Ídolo de Portuguesa e Fluminense – seu time na Copa de 1938 – clubes que defendeu por mais de oito anos cada um, Machado deixou o futebol em 1945, no Palmeiras. Morreu em 1997, aos 88 anos
Nariz – Um dos primeiros jogadores profissionais a se tornar médico, é mais famoso por ser um dos pais da medicina esportiva. Era jogador do Botafogo em 1938, clube que encerrou a carreira
Britto – Um dos jogadores que se perdeu na história, já que poucos sabem seu paradeiro, Britto rodou entre grandes clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, foi para a Argentina, no Independiente, e para o Internacional, mas poucos sabem o que fez após a carreira, que terminou em 1947
Zezé Procópio – Meia e lateral-direito, foi convocado como jogador do Botafogo. Passou por grande como Atlético-MG, Palmeiras e São Paulo e encerrou a carreira em 1948, no Tricolor paulista. Morreu em 1980, aos 66 anos
Afonsinho – Tinha o apelido de delegado e passou por Flamengo e Fluminense, onde se aposentou em 1946, mas defendia o São Cristóvão no Mundial de 1938. Morreu em 1997, aos 82 anos

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Recepção aos jogadores no Rio de Janeiro

Para se ter ideia do tamanho da conquista do Brasil ao ser terceiro colocado na Copa do Mundo de 1938, os jogadores foram recebidos com festa no Rio de Janeiro (Arquivo Nacional/CBF)

Meio-campistas

Argemiro – Foi jogador da Portuguesa Santista em 1938 e acabou convocado. Logo depois foi para o Vasco, onde ficou até 1946, conquistou dois títulos cariocas e se aposentou
Martim Silveira – O talentoso meia foi ídolo do Botafogo na década de 1930 e encerrou a carreira no clube, em 1940. Foi o primeiro brasileiro da história do Boca Juniors, em 1933. Morreu aos 61 anos, em 1972
Brandão – Ídolo do Corinthians, foi convocado como jogador do clube e ficou por lá por 12 anos. Passou pelo Juventus e encerrou a carreira na Portuguesa, em 1946. Morreu em 1989, aos 79 anos
Peracio – O talentoso meia-atacante do Botafogo teve uma das carreiras mais longas entre os convocados e ainda se tornou ídolo do Flamengo, onde passou toda a década de 1940, até fechar o ciclo em 1951, no Canto do Rio. Morreu em 1977, aos 59 anos
Romeu – Um dos maiores ídolos do Palmeiras na época, Romeu foi convocado já como jogador do Fluminense – voltaria ao clube paulista anos depois – e foi titular na Copa. Encerrou a carreira no Comercial-SP, em 1945. Morreu em 1971, aos 60 anos

Jogo Brasil 4 x 2 Suécia em 1938

Leônidas da Silva brilhou contra a Suécia, na conquista do terceiro lugar, em jogo que é considerado por muitos como uma das maiores atuações individuais da história das Copas do Mundo (Arquivo Nacional/CBF)

Atacantes

Hércules – Ídolo do Fluminense, foi convocado coo jogador do clube, mas logo depois se transferiu para o Corinthians, onde se aposentou em 1943. O ex-atacante morreu em 1982, aos 70 anos
Leônidas – O ‘Diamante Negro’ – sim, o chocolate foi lançado em sua homenagem pela marca Lacta – foi o maior jogador da história do futebol brasileiro até a aparição de Pelé para o mundo. Era jogador do Flamengo em 1938 e é um dos grandes ídolos da história do clube. Foi para o São Paulo em 1942 e se tornou um dos maiores jogadores de todos os tempos na equipe paulista, onde se aposentou em 1950. Leônidas morreu em 2004, aos 90 anos
Niginho – O atacante foi convocado como jogador do Vasco para o Mundial, mas é um dos maiores jogadores da história do Palestra Itália-MG, atual Cruzeiro, onde encerrou a carreira em 1947. O ex-atacante morreu aos 63 anos, em 1975
Lopes – O atacante fez toda sua carreira no Corinthians e se aposentou em 1941, tendo sido campeão paulista em quatro oportunidades. Morreu aos 85 anos, em 1996
Luisinho – Jogador do Palestra Itália-SP, atual Palmeiras, em 1938, ficou marcado como jogador do São Paulo, para onde foi anos depois e encerrou a carreira em 1946. Morreu aos 72 anos, em 1983
Patesko – Considerado revolucionário para a época, por ser um dos primeiros pontas-esquerdas de origem, o jogador é ídolo do Botafogo, onde ficou por dez anos e encerrou a carreira em 1943. Morreu aos 77 anos, em 1988
Roberto – Um dos grandes ídolos da história do São Cristóvão, foi convocado como jogador do clube, onde se aposentou em 1942. Morreu aos 64 anos, em 1977
Tim – Talvez o nome de maior sucesso no pós-carreira, Tim foi um dos maiores atacantes da história do Fluminense e se tornou treinador após terminar a carreira, em 1951, no Junior Barranquilla, da Colômbia. Foi técnico de futebol de 1951 até 1983, tendo comandado times como Fluminense, Flamengo, Vasco, Botafogo, Athletico Paranaense, Santos, San Lorenzo e a seleção peruana na Copa do Mundo de 1982. Morreu em 1984, aos 68 anos

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