Home Futebol O que é Sportswashing? Termo tem ganhado espaço no futebol e levanta discussões em todo mundo

O que é Sportswashing? Termo tem ganhado espaço no futebol e levanta discussões em todo mundo

Mistura entre política e esporte vem sendo discutida com aquisições de clubes no mundo e debates envolvem até organizações dos direitos humanos

Luis Feitosa
Jornalista graduado e amante de futebol e futebol americano

A aquisição de clube de futebol por um grupo empresarial nunca foi tão discutida como nas últimas semanas. Em especial, um personagem está no centro das discussões de “sportswashing”: o Newcastle. O termo possui um significado complexo e que envolve até organizações de direitos humanos.

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Sportswashing é a junção de duas palavras: sports (esportes) e washing (lavagem). O termo criado por organizações de direitos humanos é utilizado para situações nas quais o esporte é usado para limpar a reputação de um grupo, uma pessoa ou até um país visto com olhares ruins por essas entidades. Em 2020, os principais casos envolvem clubes de futebol da Inglaterra e governos da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Casos recentes

Antes da pandemia, o Manchester City foi alvo de sportswashing após sofrer uma punição da UEFA por FairPlay após ter patrimônios que não estavam descritos pela entidade e contratos ocultos. A resolução da entidade foi que a medida foi incorreta e visava causar um benefício para o clube ou para o grupo dono dos Citizens, o Abu Dhabi United Group.

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Enquanto ainda pensa sobre o retorno da Premier League, o Newcastle lida com a possibilidade de ser comprado por um grupo de investidores da Arábia Saudita. O país é conhecido por ser infrator dos direitos humanos e convive com uma reputação ruim com diversos países do mundo, mas principalmente europeus. No entanto, o objetivo de “melhorar a imagem” da Arábia Saudita não para apenas no clube inglês e visa crescer com um ambicioso projeto no ramo de investimento até 2030.

Arábia Saudita é o principal foco de Sportswashing

A Arábia Saudita está no centro do furacão de alertas globais de organizações de direitos humanos sobre sportswashing. O país é acusado de tentar utilizar o esporte para tentar afastar os problemas de décadas que ainda ocorrem no país. Críticos do governo perseguidos, censura de jornalistas, pena de morte e ataque contra a liberdade de expressão são apenas alguns dos motivos que a Arábia Saudita é tão mal vista em todo mundo.

Por isso, o plano de atrair eventos esportivos de grande porte é a principal alternativa para mostrar um outro lado do país. Só nos últimos meses diversas competições como luta feminina, torneio de golfe, etapa de Rali e até a Supercopa da Espanha foram disputados na Arábia Saudita.

Organizações de direitos humanos não podem impedir aquisições

Uma das principais perguntas sobre sportswashing é se as organizações de direitos humanos conseguem barrar que alguém tente utilizar a manobra. A resposta é não, mas sempre que é identificado esse tipo de prática as ONG’s procuram os prováveis alvos para explicar a situação e sugerir que os negócios não devem ser levados a diante.

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“Se o negócio [compra do Newcastle] não for efetivado por causa dos problemas de direitos humanos seria algo sem precedentes e mudaria a percepção das pessoas de que o esporte é um meio fácil e rápido de limpar a própria imagem. A Anistia nunca disse quem deve ou não deve comprar clubes. Nós chamamos a atenção das pessoas para que elas estejam cientes do que está acontecendo e estejam prontas para falar sobre isso”, disse Felix Jakens, diretor da Anistia Internacional do Reino Unido, em entrevista ao Globoesporte.com.

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