Home Futebol Ex-presidente do Barça diz que prefere plebiscito pela independência da Catalunha a uma Champions

Ex-presidente do Barça diz que prefere plebiscito pela independência da Catalunha a uma Champions

Figo afirma que dificilmente outro time repetirá as conquistas dos Galáticos

Eduardo Statuti
Estudante de jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei. No Torcedores desde 2019.

Gaspart também falou sobre a polêmica transferência de Figo

O ex-presidente do Barcelona não costuma ficar em cima do muro, e desta vez não foi diferente. Para o empresário, se o time não vence uma Liga dos Campeões, tem outras chances anuais de ser campeão. Mas um plebiscito pela independência da Catalunha seria algo a ser respeitado por mais de cem anos. Entretanto, o catalão afirmou que em um possível referendo, votaria não. Além desta declaração, Joan Gaspart falou sobre sua relação com Figo e afirmou também que não se sente ofendido quando dizem que ele foi o pior presidente da história do clube espanhol.

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Presidente do Barcelona entre 2000 e 2004, Gaspart acredita que um plebiscito pela independência da Catalunha traria mais benefícios. “Se o Barça não vence, pode voltar no outro ano. E nos outros seguintes. Também acho que ser convocassem um referendo, eu votaria ‘não’, mas deveríamos respeitar o resultado dele por pelo menos cem anos”, opinou o ex-presidente.

O catalão é considerado por alguns torcedores do Barça como o pior presidente da história, e Gaspart não se chateia com isso. “Os que dizem que fui o pior da história tem razão. Acredito que esta frase me define: nunca voltarei a exercer este cargo porque nem mesmo eu votaria em mim” confessou o ex-presidente. Durante o período em que Gaspart liderou o clube, o Barcelona não venceu nenhum título de expressão. “Durante 22 anos aproveitei muito ao lado do presidente Núñez. Eu fui o encarregado da área dos esportes. Contratei os melhores jogadores do mundo: Maradona, Romario, Schuster, Messi, Bakero, Beguiristain… Por isso venci as eleições. As pessoas me viam como um ídolo. Estaria la até morrer. Mas elas estavam equivocadas”, confessou Joan Gaspart.

 

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“Na mesma noite em que fui eleito, Figo me chamou”

Em 2000, em uma negociação polêmica, o Barcelona cedeu Luís Figo ao Real Madrid por 60 milhões de euros. Em 2018, o ex-presidente do Baça chegou a chamar o português de traidor. “Na mesma noite em que fui eleito, Figo me chamou e disse: ‘Juan, tenho duas propostas. Uma para ir para o Real e outra para o Barça’. Eu lhe disse que o buscaria no aeroporto. E ele disse: ‘Meu empresário tem um contrato com o Real Madrid, que deve me render quinhentos milhões de pesetas (moeda espanhola antes do Euro). Não vou mentir para você, mas se me garantir que o Barcelona me pagará isso eu fico’. A jogada de Florentino foi sensacional”, explicou o empresário catalão.

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O que enraiveceu o ex-presidente foi que ele não poderia dar aquele dinheiro, porque na hora da ligação não haviam meios de fazer a transferência. “Ele (Figo) me pediu que fosse buscá-lo com um aval da La Caixa de quinhentos milhões. Era meia noite! Não poderia fazer isso. Lhe dei a garantia em nome do Barça, de que assumiríamos nosso compromisso. E ele foi para o Real Madrid”, confessou Joan Gaspart.

 

Nenhuma sorte e muitos erros

Depois da transferência de Luís Figo, o Barcelona contratou Emmanuel Pettit e Marc Overmars do Arsenal e Gerard do Valência. “Depois da negociação do Figo, todo mundo imaginou que teríamos muito dinheiro para novas contratações. Os sócios pensaram: ‘Este senhor tem experiência e saberá o que fazer’. Mas estávamos em agosto. Alguém minimamente inteligente teria dito: ‘A esta altura não posso mexer no elenco, não posso ser o responsável’. Mas eu tinha sido vice-presidente por 22 anos… e chamei a responsabilidade. Contratei Overmars, um grande jogador, mas que não deu certo. Meu balanço: nenhuma sorte e muitos erros”, ponderou Gaspart sobre seu mandato.

 

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