Dirigente do Inter vê decisões “populistas” e elogia Grêmio por sair do RS: “Se eu fosse o governador, teria vergonha”

À Rádio Bandeirantes durante a tarde desta quarta-feira, o vice-presidente do Inter, João Patrício Herrmann, fez duras críticas à forma como o governador Eduardo Leite vem conduzindo o processo de retorno do futebol no Rio Grande do Sul.

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Ele considerou as decisões como “populistas” e elogiou até mesmo o Grêmio, que, também insatisfeito, anunciou que vai ir treinar em Criciúma, Santa Catarina, onde os coletivos estão liberados. O Inter, nesse momento, pensa em continuar em Porto Alegre mesmo com as restrições mantidas pelo coronavírus.

“Sentimos que a postura atual (do governo estadual) não é técnica, é populista. Acho que o futebol não pode ser tratado dessa forma. (O futebol no estado) move R$ 1 bilhão, não é R$ 1,99. Acho que está faltando sensibilidade ao governo. O secretário do Esporte (do RS) esteve no Beira-Rio semana passada, e ele não é político, é técnico. Ficou encantado com o protocolo. Isso está bem encaminhado”, disse, antes de acrescentar:

“Nosso treinador está aqui, todo o dia junto com os atletas, mesmo sem poder fazer trabalhos táticos. O Internacional se sente melhor na sua casa. Neste momento, entendemos que o melhor é ficar aqui. A decisão do Grêmio (de treinar em Santa Catarina) é louvável, respeitável. Não temos nada para dizer, a não ser a decepção com as últimas notícias. Nós entendemos que o Grêmio está fazendo uma pressão no governo. Eu, se fosse governador, teria muita vergonha se os clubes saíssem do estado para fazer treinamentos”, disparou.

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João Patrício Herrmann, vice-presidente do #Inter: “Nós entendemos que o Grêmio está fazendo uma pressão no governo. Eu, se fosse governador, teria muita vergonha se os clubes saíssem do estado para fazer treinamentos”

Ouça: ? FM 94,9 | ? AM 640

— Esporte Band RS (@EsporteBandRS) July 1, 2020

Eduardo Leite volta a fazer considerações em live e cita casos de Covid-19 no Inter

Em nova live nas redes sociais nesta quarta-feira, o governador Eduardo Leite voltou a deixar o futebol em segundo plano em meio ao combate da Covid-19. Ele pediu paciência aos torcedores e citou até os quatro casos confirmados de Covid-19 no Inter.

“A gente entende que (o futebol) mexe com paixões de parcela da população. Mas como você explica que centenas ou milhares de pessoas que têm empreendimentos de pequeno porte, que elas fechem seu comércio, mas que um time de futebol possa fazer treinamento com contato físico? Não é razoável que a gente tenha essa disputa. Estamos passando pelas semanas mais críticas, mais sensíveis. Não pretendemos fazer alteração de protocolos nesta altura do campeonato em algo que tem contato entre as pessoas”, comentou, antes de concluir:

“Tanto é que poucos minutos depois de que o Grêmio anunciou que faria treinos fora, o Inter anunciou que cinco (quatro, na verdade) registraram positivo para o coronavírus. Não estou dizendo que é culpa da atividade esportiva. Mas na natureza da atividade que exercem está o contato. E consequentemente neste momento que estamos vivendo de aceleração desta curva de contágio e da ocupação das UTIs, se torna pouco recomendável”, argumentou.

Antes previsto para voltar no dia 19 de julho, de acordo com a proposta apresentada pela FGF, o Gauchão não retornará neste mês, segundo o Governo do RS.