Titular e até destaque do Inter entre os anos de 2009 e 2013, o ex-lateral-esquerdo Kleber – hoje empresário – repassou situações importantes de sua época no clube nesta segunda-feira, ao canal Vozes do Gigante, como por exemplo a já pública briga entre D’Alessandro e Tite.
[DUGOUT dugout_id= “eyJrZXkiOiJhaHNSa0xlZyIsInAiOiJ0b3JjZWRvcmVzIiwicGwiOiIifQ==”]
Siga o Torcedores no Facebook para acompanhar as melhores notícias de futebol, games e outros esportes
O atrito ocorreu no intervalo de um jogo que o Inter perdeu para o Botafogo, no Engenhão, em 2009. Tite, em seguida, afastou D’Alessandro e Kleber lembra que a diretoria impôs a volta do meia nas semanas seguintes sem consultar o treinador.
“Tite pediu o afastamento do D’Ale na Copa Suruga. Voltamos e a direção reintegrou ele sem o aval do treinador. Foi algo imposto. Eu acho que o Tite iria colocar ele de volta no grupo ao natural. Mas como foi algo forçado, o Tite pediu para sair. D’Alessandro merecia um castigo, mas a gente sabia da importância dele. Ele conduzia nosso time. Tite sabia disso também. Mas era uma questão de autoridade. Como ele retornou sem o pedido, ele se sentiu sem poder”, lembrou Kleber.
Tite, logo a seguir, foi trocado por Mário Sérgio no cargo. O antigo lateral acredita que o Inter, que terminou em 2°, poderia ter vencido o Brasileirão se o atual comandante da Seleção Brasileira continuasse:
“Não gostamos da saída do Tite. Nós queríamos ele e o D’Alessandro juntos. Eles juntos poderiam fazer a diferença. Mas a direção optou por escolher o D’Ale ao invés do Tite. D’Alessandro nunca se colocou acima do Tite ou da instituição. Ele tem um respeito muito grande pelo Tite. Ficou uma situação chata pra ele. Tenho certeza que o gringo ficou chateado demais”, acrescentou.
Incômodo com entrevista polêmica de Fernandão
Ao passar do cargo de diretor-executivo a treinador em 2012, logo após a demissão de Dorival Júnior, Fernandão viveu uma grande polêmica depois do empate em 2×2 com o Sport, no Beira-Rio, pelo Brasileirão. Em “recado” aos mais experientes do elenco, disse que sentia uma “zona de conforto” grande no elenco. A entrevista coletiva, claro, gerou reações internas.
“Entramos em uma zona de conforto. Ela tem que acabar. Já tínhamos diagnosticado isso há um tempo. Hoje foi uma resposta bem clara. A culpa é toda minha. É difícil chegar à beira de campo do Beira-Rio e rezar para saber qual time estará em campo. Ou sai da zona da conforto ou começo a trocar as peças. Tive vergonha, a torcida tinha razão naquele momento. Era de se vaiar, xingar. Queria estar em qualquer lugar da terra, menos onde estava. Não sei se o Inter precisa de um treinador amigo nesse momento. Se for preciso, serei inimigo deles para fazer esse time jogar”, alertou o ex-capitão, na oportunidade.
Kleber não gostou. Ele já não era mais titular absoluto na época e convivia com a concorrência de Fabrício. E, a partir da entrevista, foi “cobrar” Fernandão:
“Fernandão pediu apoio dos mais experientes quando chegou. Nós falamos que íamos com ele até o fim. Eu mesmo fiquei no banco para o Fabrício. Jamais entregaríamos um Gre-Nal para derrubar ele. Mas vou ser sincero: não gostei da entrevista do Fernandão sobre a zona de conforto. E fui cobrar. Ele conhecia a gente e sabia que a gente não fazia corpo mole. A gente estava jogando mal, mas jamais corpo mole”, disse.

Como técnico, Fernandão teve problemas com o elenco em 2012 – Foto: Divulgação
O antigo dono da camisa 6 reconhece que a relação entre grupo e técnico, após o episódio, jamais foi igual.
“A relação não foi mais a mesma dos experientes com o Fernandão depois da entrevista. Do jeito que ele falou, colocou a culpa em quem estava dando suporte pra ele. Não ficou legal. Mas fomos profissionais até o fim”.
Sem grandes resultados, Fernandão foi demitido do Inter faltando duas rodadas para o fim do Brasileirão daquele ano. E não voltou a trabalhar como treinador até a sua trágica morte em junho de 2014. Kleber, por sua vez, participou dos títulos dos Gauchões de 2009, 2011, 2012 e 2013, da Recopa Sul-Americana de 2011, da Copa Suruga de 2009 e da Libertadores de 2010, até deixar o clube em 2014.
LEIA MAIS:

