Técnico vê méritos de Jesus no Fla, mas lembra: ‘O que ele faz, nós também fazemos’
Alexandre Vidal/Flamengo
Desde o sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, os técnicos estrangeiros passaram a ganhar um espaço maior no Brasil. Ao mesmo tempo, os profissionais brasileiros são cobrados por parte da imprensa no que se refere a uma ‘reciclagem’. Ex-treinador do Cruzeiro, Adilson Batista faz uma análise sobre este cenário.
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Adílson reconhece a capacidade de Jesus, Sampaoli e outros, mas não abre mão de valorizar a competência dos brasileiros.
– O problema é a gente não se iludir em relação aos comentários como ‘o treinador estrangeiro é melhor que o treinador brasileiro’. Nós temos cinco Copas do Mundo. O Felipão é idolatrado em Portugal. Carlos Alberto (Parreira), Abel (Braga), Ricardo Gomes, entre outros, trabalham lá… Infelizmente nós tivemos algumas dificuldades para entrar no mercado europeu. Evidente que o Jorge Jesus tem a sua qualidade e tem muitos méritos, o Sampaoli e o Jesualdo também, mas já veio inúmeros treinadores que já foram embora. Odair Hellmann no Juventude trabalhava com três volantes e metiam o pau nele. Esses dias o (Eduardo) Coudet usou quatro volantes contra o Grêmio e não falaram nada – disse em entrevista ao portal Lance!

– Tem que acabar com isso, que tudo o que é dos outros é melhor. As pessoas precisam valorizar, tem que acabar com essa ‘síndrome de viralata’. Como é que vamos discutir a qualidade do Felipão com 40 títulos? Ele esqueceu? O Felipão era ultrapassado no Grêmio e chegou o Roger ‘moderno’. O Roger no Palmeiras era um treinador muito jovem e o Felipão chegou, foi campeão brasileiro e virou ‘o treinador’. As pessoas precisam aprender a respeitar o profissional. O Felipão é respeitado lá fora – completou.
Para Adílson, Jesus possui méritos nas recentes conquistas pelo Flamengo, mas não enxerga nada novo apresentado pelo português.
– O que nós fazemos, o Jorge Jesus também faz. A linha de trabalho não muda. É um grande treinador e tem muito mérito, gosto dele. Ele chegou, teve 20 dias de folga com os jogadores, vieram cinco jogadores da Europa com muita qualidade, o time encaixou, tem marcação alta, marcação pós-perda, a torcida do Flamengo ajudou… Tem muita coisa boa. Mas agora o brasileiro não presta? Temos cinco títulos mundiais com treinadores brasileiros. O Tite é um grande profissional. Ele fez um ótimo trabalho no Grêmio, São Caetano, Internacional… É preciso ter paciência. O Andrés teve calma e o Tite ganhou tudo no Corinthians. Foi a mesma história com o Telê Santana – finalizou
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