Home Futebol Dentre redenções e golaços, Odair Hellmann encontra formação que pode dar liga no Fluminense

Dentre redenções e golaços, Odair Hellmann encontra formação que pode dar liga no Fluminense

Luiz Ferreira analisa a goleada do Tricolor dos Laranjeiras sobre o Coritiba na coluna PAPO TÁTICO

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

O técnico Odair Hellmann sabia que a pressão estava toda sobre seus ombros no jogo desta segunda-feira (28). Principalmente por causa da eliminação da Copa do Brasil após a derrota por 3 a 1 para o Atlético-GO na semana passada. Além disso, ainda havia o surto de COVID-19 no elenco do Fluminense e os desfalques de Calegari, Luccas Claro e Luiz Henrique (todos infectados). Diante desse cenário o treinador tricolor optou por uma formação mais experiente e mais “cascuda” para controlar um jogo que foi se tornando fácil conforme o passar dos minutos no Estádio Nilton Santos. Mais do que isso: Odair Hellmann viu seu time construir a goleada sobre o Coxa a partir do seu modelo de jogo preferido: linhas compactadas, muita correria na frente para compensar a falta de mobilidade dos veteranos e a redenção de jogadores perseguidos pela torcida. Deu tudo certo.

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Houve quem visse nas escolhas de Odair Hellmann (assim que a escalação do Fluminense foi divulgada) uma equipe que poderia não ter tanta velocidade e pecar pela lentidão nas transições defensivas e ofensivas. Mas a grande verdade é que o golaço de Michel Araújo (marcado logo aos sete minutos de partida) facilitou muita coisa. O Tricolor das Laranjeiras pôde se fechar no seu campo e apenas esperar que o Coritiba abrisse os espaços para as descidas em velocidade de Wellington Silva, Danilo Barcelos e Igor Julião. Aliás, o técnico Odair Hellmann foi muito feliz na dinâmica proposta para sua equipe. De um lado, o ponta abre o campo e o lateral joga mais por dentro. Do outro, acontece o inverso. Foi assim que nasceu o único gol do Tricolor das Laranjeiras na primeira etapa. A equipe ainda perderia boas chances de ampliar o placar com Wellington Silva, Nino e Nenê.

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No lado esquerdo, Welington Silva abre o campo e Danilo Barcelos joga mais por dentro. Do outro, Michel Araújo vem até o meio receber o passe e Igor Julião se projeta para o ataque. A dinâmica de jogo proposta por Odair Hellmann deu bons resultados logo no início de partida. Foto: Reprodução / Premiere.

Os únicos pontos negativos da primeira etapa foram a lesão de Wellington Silva (que fazia bom jogo) e a queda no ritmo imposto pelo Fluminense. O Coritiba cresceu e poderia até ter empatado a partida em chute de Matheus Bueno (bem defendido por Muriel) e em lance digno do “Inacreditável Futebol Clube” protagonizado por Robson. Na volta do intervalo, Jorginho viu o Coritiba crescer a partir das entradas de Nathan e Thiago Lopes. Mas ainda faltava o capricho final na conclusão a gol e também um pouco de sorte, já que Robson acertou o travessão depois de caneta em Hudson. Mas o Fluminense se segurava e também atacava. Logo no seu primeiro toque na bola, Felipe Cardoso se livrou da marcação passou pelo goleiro Wilson e completou para as redes repetindo os movimentos do 4-2-3-1 básico de Odair Hellmann. Passe em profundidade e espaço para os atacantes avançarem.

Igor Julião percebe o espaço às costas da zaga do Coritiba e faz o lançamento certeiro para Felipe Cardoso se livrar da zaga, passar por Wilson e completar para o gol vazio. Fernando Pacheco e Michel Araújo também se lançam assim como Hudson. Tudo para bagunçar ainda mais a defesa do Coritiba. Foto: Reprodução / Premiere.

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Mas nem tudo são flores, como diria aquele poeta. A proposta de jogo de Odair Hellmann pede que seus jogadores apliquem bastante intensidade nas suas transições e fechem os espaços entre as suas linhas. O que se via, no entanto, era um espaço enorme entre os volantes e a última linha defensiva do Tricolor das Laranjeiras que não foi aproveitada pelos atacantes do Coritiba por uma série de razões. E a principal delas é a grande quantidade de erros nas tomadas de decisão. O frame abaixo mostra que três jogadores poderiam receber o passe na entrada da área sem que Paulo Henrique Ganso e Felipe Cardoso fechassem o setor. Problema sério que precisa ser corrigido nos treinamentos por Odair Hellmann e toda a comissão técnica. É muito mais um problema de execução do que propriamente da escolha da estratégia. E isso só se resolve treinando e repetindo os movimentos até acertar.

Apesar do bom jogo coletivo apresentado na partida, a defesa do Fluminense concedeu espaços e correu riscos diante da não mais do que aplicada equipe do Coritiba. Faltou compactação entre as linhas e velocidade nas transições defensivas em alguns momentos da goleada tricolor. Foto: Reprodução / Premiere.

Nada, no entanto, que atrapalhasse a noite de gala do Fluminense (que ainda marcaria mais dois gols com o zagueiro Nino e o meia Paulo Henrique Ganso). Dentre os golaços e as redenções de jogadores como Felipe Cardoso, Muriel e do já citado camisa 10 (que não balançava as redes fazia mais de um ano), o que fica para Odair Hellmann é o modelo de jogo a ser seguido. Não é uma estratégia que privilegie tanto a posse de bola, mas que faça aquilo que deve ser feito com muita rapidez nas suas transições. Não é por acaso que o treinador tricolor tenha optado por pontas velozes e laterais que apoiem constantemente. Afinal, é preciso compensar a falta de mobilidade dos atletas mais veteranos e dar opções para que eles também participem da construção das jogadas. Estratégia de jogo muito válida diante do que Odair Hellmann tem à sua disposição no elenco do Fluminense.

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É preciso, no entanto, executar bem os movimentos e aumentar consideravelmente o nível de concentração dentro de campo para que a equipe não seja surpreendida como aconteceu na partida contra o Atlético-GO (pela Copa do Brasil). Manter a regularidade e a consistência é uma das grandes missões de Odair Hellmann no Fluminense. Ainda mais quando o time só tem o Brasileirão por disputar nessa temporada.

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