O São Caetano passa pela sua maior crise de sua história. Depois de ter despontado no cenário nacional nos anos 2000, com direito até um vice-campeonato da Libertadores, hoje o clube sofre com sérios problemas financeiros. Nairo Ferreira de Souza, presidente do clube, culpou uma parceria com investidores pela situação que o time vive. Esse fato foi citado por Nairo em entrevista ao “GE”. Mas Saul Klein, bilionário e herdeiro das Casas Bahia, apontando como um dos envolvidos, se pronunciou de forma oficial sobre a situação, negando ter sido investidor do clube.
Doador e não investidor do São Caetano
Através de uma nota oficial, Saul Klein deixou claro qual foi seu papel no clube do ABC paulista.
“Inicialmente, gostaria de deixar claro que fui DOADOR do São Caetano. Nunca fui investidor ou proprietário do clube, tendo ajudado o São Caetano por pelo menos duas décadas, sem nunca tirar um centavo do Clube. Nos últimos cinco anos, tenho este montante declarado no meu imposto de renda, e vocês podem consultar no balanço oficial do São Caetano que doei mais de 80 milhões de reais ao Clube.
Pergunto: qual patrimônio o São Caetano construiu neste período que justifique uma dívida de aproximadamente R$ 50 milhões de reais? Que investimento foi feito na estrutura? O Clube tem um Centro de Treinamentos ou estádio próprio? Nada! Apenas um monte de dívidas acumuladas. Em contrapartida, vejam o crescimento exponencial do patrimônio dos gestores do Clube, Nairo Ferreira de Souza e Genivaldo Leal.
Tive uma doença grave, um câncer e devido a suas consequências, me afastei das minhas atividades por muitos anos. Estes gestores não contavam com a minha recuperação. Quando recuperei a minha saúde, recebi informações de que o Clube estava altamente endividado e fui procurar entender o que aconteceu. Só tive decepções. O São Caetano foi altamente lesado pelos administradores.
Gostaria de deixar claro que nunca prometi pagar a dívida do São Caetano. Peço que entendam: eu doei dinheiro por muitos anos, movido pelo meu amor ao clube. Este montante que doei era mais do que suficiente para pagar as contas de um Clube que nos últimos seis anos jogou a maior parte do tempo na Série A-2 do Estadual e na Copa Paulista.
Há alguns meses, quando o atual proprietário do clube decidiu se afastar, fui procurado para que eu ajudasse, tendo sido oferecido a mim o cargo de Presidente de Honra. Mas reitero: eu nunca prometi quitar o rombo criado pelos antecessores. Meu cargo era simbólico. Repito: nunca fui dono ou investidor do clube, sempre fui doador.
Nos últimos meses, ajudei na busca por patrocinadores, colaborei de forma pontual a pagar contas básicas como refeição e moradia dos atletas, enquanto esperávamos o aceno de um investidor sério. Vieram três ou quatro em menos de 10 meses, todos indicados pela atual diretoria, mas nada caminhou. Muitos aventureiros. Nada concreto.
Hoje estou 100% fora do Clube. Sofro como torcedor, mas minha decisão é definitiva. Torço para que o São Caetano encontre alguém sério e principalmente idôneo para administrar o Clube da melhor forma possível”.
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